sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Hospedar Servidores da Rede Indymedia é Ilegal?

Nessa segunda-feira (9 de fevereiro de 2009), a policia de Kent prendeu um homem em Sheffield, enquadrando-o sob a Lei de Crimes Graves 2007 em relação à recente apreensão do servidor da Rede Indymedia. A casa dele foi invadida, e todos os equipamentos de computadores e documentos relacionados foram levados. Ele foi liberado após oito horas. A pessoa não tinha nenhum acesso técnico, administrativo ou editorial ao site Indymedia do Reino Unido. Ele só estava associado ao projeto por hospedar um servidor da Rede.A prisão ocorreu sob a Seção 44-46 da Serious Crime Act, que foi aprovada como lei no dia 1º de Outubro de 2008 para combater graves crimes internacionais como tráfico de drogas, prostituição, lavagem de dinheiro e assalto à mão armada. As seções 44-46 referem-se a "incentivar ou apoiar delitos"A polícia de Kent reivindica os endereços de IP de duas publicações de comentários anônimos em um relatório sobre um recente processo judicial que julgou uma ação de libertação animal, os comentários tinham em seu conteúdo detalhes pessoais de um juiz. O endereço de IP de quem publicou estes comentários não está gravado, pois o Indymedia Reino Unido não loga endereços de IP. Esse fato foi reconhecido pela Polícia do Transporte Britânica em 2005, após a apreensão do Servidor do CMI Bristol.O fato da polícia prender a pessoa que tinha assinado o contrato de hospedagem de um servidor, reflete em pura intimidação, já que claramente a Rede Indymedia tem sua política declarada de não logar IP.Com a implementação da Diretiva de Retenção de Dados da União Européia em Março de 2009, o governo britânico tenta tornar cada provedor de serviços de internet no país em um instrumento de aplicação da lei. A legislação fornecerá uma base legal para intimidar, perseguir e prender pessoas que estão desenvolvendo um valioso e necessário trabalho para a transformação social, como por exemplo, ativistas pela paz, militantes que lutam por justiça social e econômica ou contra a brutalidade policial.A atual intimidação do meio alternativo de publicação aberta que é a Rede Indymedia terá sérias implicações para qualquer pessoa que queira hospedar um servidor no Reino Unido que permita contribuição de usuários/as - blogs, sites de redes sociais, wikis. Essa é, pura e simplesmente, uma tentativa de fechar os sites que respeitam a privacidade de colaboradores/as.Indymedia

Apresentação da publicação "Presos em Luta" no CCL, Cacilhas * Almada

Apresentação da publicação "Presos em Luta" no CCL, Cacilhas * Almada

No Sábado, dia 28 de Fevereiro vai ser apresentada a publicação "Presos em Luta: Agitações nas prisões portuguesas entre 94 e 96".Terá lugar no Centro de Cultura Libertária, pelas 16:00h e contará também com uma conversa sobre o motim de Caxias e o processo contra os 25 acusados, bem como, as lutas nas prisões portuguesas nos anos 90.A publicação já está disponível para download emhttp://presosemluta.tkcopia e distribui!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Polícia Federal invade Rádio Muda FM e apreende equipamentos

A Polícia Federal, em mais uma ação imoral, roubou todos os equipamentos da Rádio Livre Muda na madrugada do dia 19 de fevereiro na Unicamp-SP. Com ação abusiva doze policiais federais, 2 chaveiros e 1 delegado arrombaram a porta e levaram os equipamentos do patrimônio imaterial que há 18 anos proporciona comunicação livre para a cidade de campinas. Sem a presença da Anatel e o fato de terem levado os equipamentos, quando o recomendado é apenas lacrar, a ação pode também ser considerada ilegal. O próprio mandado assinado pela juíza Fernanda Soraia Pacheco Costa consta que a ação deveria ser feita juntamente com técnicos da Anatel. O processo é de 2006, o mandado foi assinado redigido no dia 21 de Junho de 2007 e certificado no dia 09 de Fevereiro de 2009.
São mais de 40 programas veiculados de domingo a domingo com programação diversa onde qualquer pessoa tem seu espaço para expressar seu pensamento através de músicas, textos, falas, poesia, zumbidos, silêncio e o que aparecer na programação. A rádio não tolera publicidade e se organiza com base nas discussões e atitudes dos indivíduos. Isso irrita os meios de comunicação hegemônicos que insistem em mentir sobre a falácia de que as rádios livres causam interferência na comunicação de aviões.
A reitoria da Unicamp manifestou apoio à Rádio Muda assim como inúmeras rádios livres e comunitárias de todo mundo. A Muda é referência na resistência contra o modelo de comunicação impregnado no Brasil onde apenas alguns grupos detém concessões públicas, muitos destes comandados por políticos como o Ministro das Comunicações Hélio Costa. Aliás, o atual governo não tem diferença nenhuma dos passados na política de comunicação, às vezes até pior.
Apesar da ignorância e falta de respeito a Muda deve continuar a manter vivo o movimento de Rádios Livres que vê neste acontecimento motivo para se fortalecer ainda mais e manter a comunicação livre por todo lugar. Procure-nos em uma freqüência da sua cidade.
Manifesto Rádio Muda FM
Links sobre:Processo contra a Rádio Muda é Segredo de Justiça Polícia Federal fecha a Rádio Muda FM Anatel e Polícia Federal tentam mais uma vez silenciar a livre comunicação ANATEL quer fechar rádio Muda por conteúdo político do site ANATEL E POLÍCIA FEDERAL TENTAM FECHAR RÁDIO MUDA PARTE 3 Onda de repressão assola Rádios Livres pelo país Polícia Federal apreende equipamentos da Rádio Livre Várzea do Rio Pinheiros Para federação de delegados, operação contra rádios levanta dúvidas sobre PF Legislação permite relação promíscua, dizem especialistas O mito da interferência no espectro de rádio

Ocupação de fábrica na Venezuela resulta em duas mortes

Trabalhadores venezuelanos ocupavam uma planta da Mitsubishi quando foram subitamente alvejados por balas de fogo usadas na ação da polícia.
A polícia do estado venezuelano de Anzoátegui, no dia 29 de janeiro, assassinou friamente dois operários que participavam da ocupação de uma montadora da Mitsubishi, a MMC. A mobilização dos trabalhadores, iniciada uma semana antes, ocorria em solidariedade aos 135 contratados da empresa terceirizada Induservis, os quais estavam em processo de demissão após a anulação de um acordo entre os patrões decidir pela prescindibilidade de seus serviços.
Em cumprimento de uma ordem judicial que exigia a desocupação imediata da fábrica, a polícia valeu-se de balas letais para varrer os trabalhadores que protestavam no local. Dois homens morreram e um continua gravemente ferido no hospital da cidade industrial de Barcelona.
Em nota oficial, do dia 1º deste mês, o Ministério Público da Venezuela anunciou o pedido de detenção de cinco funcionários da Polícia de Anzoátegui, responsabilizados pelas mortes. Um deles foi indiciado como autor material de um dos homicídios, os demais como cúmplices, e encontram-se, agora, presos na sede da Polícia Municipal de Guanta.
Esse acontecimento está movimentando uma grande corrente de solidariedade internacional. Em meio a ela, há alguns setores que acusam o presidente Chávez e seu governo de serem coniventes com a repressão sofrida pelos trabalhadores. Outros acreditam que a polícia de Anzoátegui, por não ter passado por nenhuma recente reestruturação organizacional, não agiria ainda em conformidade com os princípios da “Revolução Bolivariana”. Paralelo a isso, o fato concreto é que a morte dos dois trabalhadores merece todo o nosso repúdio, qualquer que seja a circunstância.
Pede-se, então, que mensagens de apoio e moções de repúdio sejam enviadas aos trabalhadores e entidades sindicais envolvidas, bem como às autoridades venezuelanas:
Sindicato Nueva Generación - MMC: sindicatonuevageneracion@gmail.com
Governo do Estado de Anzoátegui: despacho@gobernaciondeanzoategui.com
Ver vídeos
- http://www.youtube.com/watch?v=k480YI7OyJM- http://www.youtube.com/watch?v=S_DtKW6G0qA- http://www.youtube.com/watch?v=fWaqZ9bQ53M- http://www.youtube.com/watch?v=Q9D9s7e-j2A

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Free The Weed




quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

precisam de uma família com muita urgência

O Tobias é um canito jovem, de porte médio e muito bonito. Está alojado numa clinica veterinária mas precisa de uma família com muita urgência. Se tiver um cantinho para este menino, contacte:Fernanda: 969 060 266
maria.santos1967@gmail.com



Este lindo menino tem o nome de Romeu. É de porte médio, dá-se muito bem com crianças e gosta que brinquem com ele. Infelizmente os seus anteriores donos acharam que ao fim deste tempo ele era descartavél e rapidamente resolveram o problema: ABANDONO. Ele está na rua ao frio e à chuva e corre o risco de ser levado para o canil, visto que os moradores não o querem à beira dos prédios.Por isso vimos pedir-vos ajuda para que este lindo menino consiga arranjar um dono 5*. Ele ficará eternamente agradecido! Sónia 917853226 Sérgio 916644128

Sábado, 21 de Fevereiro, Dia de convívio ao sol na Kylakancra

21 de Fevereiro, sábado - Cinema Comunitário - Casa Viva, Porto

Agitações nas prisões portuguesas entre 1994 e 1996


Fonte: http://presosemluta.tk/
Para descarregar o boletim http://charivari.ws/presosemluta/presosemluta.pdfEditorial do BoletimA 23 de Março de 1996 ocorreu um “motim” no Forte de Caxias, provocado por interesses de Estado, com o objectivo de acabar com as várias lutas em que os presos estavam empenhados. A revolta transpôs muros e instalou-se no debate público, onde algumas opiniões chegaram a questionar a existência da própria prisão e o seu papel na sociedade. Dos 180 detidos armazenados aos montes e indefesos,-entre o 3º esquerdo e o 3º direito- quase todos sofreram selváticos espancamentos durante vários dias. Dessa prática de terror resultaram múltiplas fracturas e comoções cerebrais, tendo ainda um preso ficado cego de um olho devido a um tiro de bala de borracha dos muitos que foram disparados pelos mercenários do Estado.O Estado não cumpre a sua própria lei. É sabido que este sempre foi mestre na violação das regras que criou não hesitando em praticar qualquer crime, em interesse próprio, por mais horrendo que seja. No caso dos “presos entre muros”, basta uma simples olhadela pela imprensa de 94 a 96 para verificarmos a escandalosa violação sistemática dos “direitos dos presos”. Greves de fome, greves de trabalho, cartas e comunicados contestando e resistindo a tão cruel realidade, fizeram parte do quotidiano dos detidos a essa época. É neste ambiente que, por ordens superiores Estatais, foi provocada uma reacção espontânea dos presos. Distribuiram-se psicotrópicos fora da “refeição” e o director interino da Direcção Geral dos Servicos Prisionais, em “diálogo” com os presos legítimamente indignados demonstrou o seu total desprezo por eles, seria esta a faísca que iria acender a mecha.Como é possível que, com total descaramento, treze anos depois, venha o Estado pretender culpar 25 detidos à época, acusando-os em processo judicial de motim, incêndio e danos qualificados?! Alega o Ministerio Público que os presos começaram a organizar-se com lutas de greve de fome e de trabalho duas semanas antes de 23 de Março. Pretendem assim silenciar o contexto de corrupção, de impunidade, e de graves violações à dignidade humana, assim como as lutas de resistência ocorridas nos dois anos anteriores!…Contra tal “branqueamento” individualidades e diversos colectivos resolveram criar esta publicação, no sentido de relembrar os acontecimentos ocorridos entre 94 e 96 em quase todas as prisões nacionais, manifestar repúdio perante tão absurdo processo judicial, desmontando a farsa da acusação e denunciar a actuação repressiva dos organismos Estatais, que tiveram um papel activo no aumento do terror vivido nas prisões portuguesas nos anos 90- e que ainda hoje tristemente continua- com o assustador e esclarecedor número de mortes, doentes sem o devido tratamento, presos a cumprirem “condenações” perpétuas encapotadas, mantendo esta escandalosa situação num limbo camuflado e invisível.Governo, Procuradoria Geral da República e DGSP foram e são os responsáveis pelo que ocorreu e continua a ocorrer com total hipocrisia e silêncio no interior das prisões. O que saíu nos media é apenas a ponta do iceberg. A haver um julgamento com as regras do Estado de Direito, deveria ser o Estado a sentar-se no banco dos réus e nunca quem sofreu essa estruturada, premeditada e incomensurável violência. Se as pessoas pudessem integralmente conhecer a realidade do interior das prisões, ainda que por uma hora apenas, certamente se levantariam em peso para repudiar veementemente este “novo holocausto”, como diz o dissidente criminólogo Nils Christie.Recentemente, na Europa, várias lutas ocorreram e algumas continuam: em Agosto de 2008 cerca de 550 presos estiveram em greve de fome nas prisões alemãs, reivindicando “melhorias” no sistema prisional; em Novembro a quase totalidade da população prisional da Grécia esteve também em greve de fome -acções de informação e solidariedade em relação a esta greve repercutiram-se por toda a Europa-; em Itália, onde existe prisão perpétua, quase todos os presos afectados por essas condenações levam a cabo desde 1 de Dezembro uma jornada de luta; vários presos de Córdoba e de outras partes de Espanha encetaram uma greve de fome em solidariedade com os prisioneiros de Itália reivindicando ao mesmo tempo uma série de reivindicações ao sistema penal e judicial do Estado espanhol; no verão, Amadeu Casellas, prisioneiro na Catalunha (Espanha) esteve 78 dias em greve de fome. Por cá, em Monsanto -um dos Guantanamos do país- vários detidos estiveram, no mês de Outubro, em greve de fome protestando contra as torturas de que são alvo e contra a total impunidade com que actuam os carcereiros desta cadeia.A luta pela dignidade e pela liberdade jamais poderá ser contida seja em que prisão fôr!Solidariedade e absolvição para os 25 de Caxias!

Inglaterra: Defesa do salário ou racismo

A defesa pelos sindicatos da «preferência nacional» no emprego para os trabalhadores britânicos da energia lembra o apoio da Internacional a uma greve insurreccional dos mineiros brancos da África do Sul, em 1922, que esteve na origem do apartheid.
Os operários de uma refinaria da empresa petrolífera Total, situada em Lindsey, na Grã-Bretanha, decidiram a 9 de Fevereiro terminar a greve selvagem [greve iniciada fora dos sindicatos] que durava há uma semana. Os grevistas protestavam contra o facto de a empresa empregar mão-de-obra portuguesa e italiana, que aceitava trabalhar com remunerações inferiores às dos seus colegas britânicos encarregados do mesmo tipo de trabalho, pondo em perigo o nível salarial. O movimento foi suspenso quando os sindicatos assinaram com a administração da empresa um acordo prevendo a oferta de uma centena de empregos a trabalhadores britânicos qualificados.
Guglielmo Epifani, dirigente da Confederação Geral dos Trabalhadores Italianos, a principal central sindical italiana, declarou que este tipo de movimento podia propiciar o racismo. «[…] se o medo do desemprego for usado contra os trabalhadores estrangeiros, quer sejam italianos ou não, o problema pode tornar-se muito delicado», acrescentou Epifani. «Isso significaria que os italianos se arriscam a ter de trabalhar somente na Itália, os britânicos na Grã-Bretanha e os franceses em França». Curiosamente, alguns meios da extrema-esquerda europeia apoiaram aquela greve com o argumento de que não se tratou de uma acção racista mas de um movimento em defesa do valor do trabalho. Com efeito, um panfleto posto a circular por alguns dos grevistas anunciava: «Estamos em greve contra os patrões […] que se recusam a empregar os trabalhadores locais. Estamos em greve contra as leis europeias que favorecem o patronato e contra as decisões judiciárias que lagalizam o aproveitamento da mão-de-obra de baixo custo para maximizar os lucros dos patrões. […] A imprensa e os grandes órgãos de comunicação dizem que a nossa greve é contra os trabalhadores estrangeiros. NÃO É VERDADE. […] Aceitamos os trabalhadores estrangeiros mas não aceitamos que eles sejam explorados com condições de trabalho piores do que as nossas […] e que sejam utilizados pelos empregadores para minar os nossos acordos nacionais e a nossa força sindical». Isto é muito bonito, mas as palavras de ordem finais do panfleto, em vez de exigirem que os empregados estrangeiros da refinaria recebam tanto como os britânicos, o que estaria no âmbito das possibilidades dos grevistas, reivindicam «a sindicalização de todos os trabalhadores imigrantes», remetendo a iniciativa para burocracias sindicais, cuja atitude bem conhecemos. Convém a este respeito ver a lição dos factos. Todos ouviram falar do apartheid, o sistema de segregação racial que vigorou na África do Sul até 1993, mas poucos conhecem a sua origem.
Na penúltima década do século XIX descobriu-se ouro no Transvaal, uma das províncias sul-africanas, e os proprietários das minas dispunham de dois tipos de mão-de-obra: o proletariado branco recém-imigrado era na maioria de origem britânica e constituía uma força de trabalho qualificada; e os autóctones, mal preparados, ficavam relegados para tarefas que não exigiam qualquer habilitação especial. Esta dicotomia repercutia-se numa diferenciação salarial acentuada, e como os negros estavam confinados em funções que os brancos jamais desempenhavam e, reciprocamente, como os postos de trabalho dos brancos não estavam abertos aos negros, o baixo nível salarial dos nativos não exercia pressões negativas sobre a remuneração dos brancos. Tratava-se de dois mercados de trabalho distintos. Todavia, o exercício da actividade produtiva constitui uma forma, embora lenta, de qualificação, e muitos mineiros negros revelaram-se progressivamente capazes de cumprir certas funções que antes só os brancos sabiam desempenhar. Os patrões perceberam que tinham interesse numa evolução deste tipo se pretendessem reduzir também as despesas com a mão-de-obra mais habilitada, porque as diferenças salariais de base eram tão grandes que um trabalhador africano qualificado ganharia consideravelmente menos do que o seu colega branco possuidor de um nível de aptidões similar. Se o processo continuasse e começasse a verificar-se a concorrência entre ambos os tipos de mão-de-obra, desaparecendo a demarcação rigorosa dos mercados de trabalho, o nível salarial dos brancos sofreria pressões no sentido do declínio, por efeito das remunerações muito inferiores recebidas pelos nativos mais qualificados.
Foi neste contexto que em 1907 os operários brancos desencadearam um movimento de greve, recomeçado em 1913 e reiniciado em algumas regiões em 1914, com confrontos tão violentos que as autoridades chegaram a usar canhões para bombardear as sedes dos sindicatos. E o que exigiam os grevistas? Simplesmente que a lei garantisse aquela dicotomia do mercado de trabalho que a evolução económica contribuía para diluir, e que os baixos salários dos negros não pusessem em perigo o nível salarial dos brancos. Em consequência destas pressões, foi promulgada em 1911 uma lei estabelecendo uma demarcação rigorosa entre a mão-de-obra branca e a negra nas minas e na indústria. Com este primeiro reconhecimento jurídico de uma modalidade embrionária de apartheid, os governantes aceitaram as exigências do proletariado branco e forneceram-lhe o quadro em que de então em diante ele apresentaria todas as reivindicações.
Mas a contradição entre a legislação e as forças económicas não desapareceu. Em 1921 e 1922, pressionados pela descida mundial dos preços do ouro, os donos das minas procederam a uma grande ofensiva salarial, atenuando a demarcação entre os dois mercados de trabalho e permitindo que os mineiros negros mais aptos tivessem acesso a funções semiqualificadas. Dada a enorme diferença entre os níveis de remuneração dos nativos e dos brancos, a inevitável subida dos salários pagos a alguns negros seria muito menor do que o declínio dos salários pagos à generalidade dos brancos, e deste modo os patrões ambicionavam obter uma acentuada redução dos custos médios do trabalho. A resposta não se fez esperar. Uma enorme vaga de greves agitou toda a província mineira, em defesa da preservação dos privilégios da mão-de-obra de origem europeia. Conduzido por elementos ligados à Internacional Comunista, o movimento depressa se transformou numa vasta insurreição e certos sindicatos formaram até destacamentos armados. Ao mesmo tempo que defendiam a clivagem entre os mercados de trabalho, os grevistas procuravam fundar uma república dos trabalhadores − desde que fossem trabalhadores brancos! Ao som da Bandeira Vermelha e mobilizada em torno da extraordinária palavra de ordem «Proletários de todo o mundo uni-vos, por uma África do Sul branca», esta vanguarda operária apelava ao internacionalismo para promover uma das formas mais abjectas do preconceito nacional. E fê-lo com um tal radicalismo que o governo e os proprietários das minas tiveram de reunir consideráveis forças militares para suprimir a revolta, só o conseguindo após vários dias de batalha, que deixaram mais de centena e meia de mortos.
Derrotados no plano insurreccional, os trabalhadores brancos prosseguiram a campanha no plano legal e parlamentar, conseguindo afinal que entre 1924 e 1929 fossem promulgadas diversas leis com o objectivo de reforçar as reservas do mercado de trabalho em benefício dos brancos. Destas peças legislativas talvez a mais importante fosse o Mines and Works Amendment Act, que renovou e ampliou as medidas tomadas pela lei de 1911. Ficou assim criado o quadro que permitiu converter a reserva de mercado de trabalho numa segregação racial generalizada. O apartheid correspondeu, no plano das medidas legais, ao que havia sido, no plano insurreccional, o grito «Proletários de todo o mundo uni-vos, por uma África do Sul branca».
Talvez fosse conveniente meditar um pouco sobre estes factos.

Retirado de http://passapalavra.info/

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

cinema comunitário regressa diferente

2009 trouxe alterações ao Cinema Comunitário e a primeira 3ª.feira do mês desdobra-se agora em duas sessões: documentários, à segunda 5ª.feira de cada mês, à noite; e ficção no penúltimo sábado, à tarde, para dar tempo para conversarmos sobre os filmes.
Recomeça com Palestina.



Faixa de Gaza, de James Longley[Gaza Strip - EUA, 2002, cor, 74', documentário]
O norte-americano James Longley viajou para a Faixa de Gaza em Janeiro de 2001, com intenção de ficar duas semanas para recolher material para um filme sobre a Intifada. Acabou por ficar mais de três meses, período no qual pôde conhecer a fundo a população.
Faixa de Gaza é filmado quase que totalmente em estilo verídico e apresentado quase sem narração. Dotado de maior observação e menor argumento político, o filme apresenta um raro olhar sobre a inflexível realidade vivida nos territórios palestinianos sob a ocupação militar israelita. [falado em Árabe, com legendas em Inglês]


Gaza-new years bombings 2009
[3'19'' 4'20'' 5'10'']
Três registos de curta duração dos bombardeamentos na Faixa de Gaza no fim do ano de 2008 e início de 2009.
cinemacomunitario.blogspot.com

Anarchist speed dating contra o dia de São Valentim ( 14 de Fevereiro em Londres)

Aberto a todos, ou seja, a homens, mulheres, gays, lésbicas, transexuais, casais, e solitários, o «speed dating» anarquista é mais uma iniciativa contra a merda comercial do dia de São ValentimO encontro não se destina propriamente a encontrar o vosso par perfeito, ou levar o outro(a) a uma qualquer aventura no fim da noite.O objectivo é antes, e tão-só, encontrar caras novas, e apresentar informalmente, por uma abordagem mais existencial do que estritamente política, o anarquismo às pessoas, sobretudo a quem nunca ouviu falar, e pouco ou nada conhece sobre a matéria, possibilitando a descoberta de livros e autores libertários, e facilitando o contacto com indivíduos que assumem o seu anarquismo.Convite em inglês:
Anarchist Speed Dating is an anti-Valentines day gimmick that is open to EVERYBODY - that means men, women, gay, straight, transexual/gender, even couples!
The event isn’t about meeting your perfect partner or even ending up with someone at the end of the night, but all about meeting new people, types that you generally may not come into contact with, and having a bloody good time!
The event is also, hopefully, a way of introducing people to anarchism in a non political way, i.e. ‘come to this event have a giggle and check out the stalls, buy a newspaper and meet some anarchist’.
The whole night is going to be hosted by Dominatrix Model Mistress Scarlett L’amour who’ll be keeping everyone in line.
Address: The Cross Kings, 126 York Way, London, N1 0AX
Nearest Public Transport: Kings Cross
Postcode: N1 0AX View Map
Time: 7pm
Price: £4http://ianbone.wordpress.com/2009/02/06/anarchist-speed-dating/

Novo Espaço de Informaçao.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Apresentação Alambique

Sábado dia 14 faremos uma apresentação informal da Alambique (2), por volta das 18.30/19.00, no Club Aljustrelense, aproveitando para uma troca de ideias sobre os temas que o mesmo aborda...Desta vez há nele um grito de "Alentejo, Salvem-nos Porra!!!" recusando o progresso que assola a nossa região. O progresso que em meia dúzia de anos já demonstrou ser capaz de destruir o meio natural e humano de séculos e séculos. Por um lado pela megalomania da agricultura intensiva do Alqueva, como é o olival que vem arrasando as terras; por outro lado a algarvização turística dos recantos alentejanos interiores ou costeiros . Nunca a Máquina esteve tão feroz e nunca os/as alentejanos/as estiveram tão adormecidos pela cómoda perspectiva do lucro imediato que nos compromete a todos/as!!! Disso falamos, tal qual o testemunho final do "Monte do Carvalheiro", uma história exemplar (a vários níveis) de Ferreira do Alentejo.E porque ninguém pode mais ficar à espera, passámos em revista a importância de perguntar, de que o AnarkoPunk Alentejano demonstrou nestes últimos anos (visto a partir de Aljustrel). De igual modo olhamos à importância de um outro tipo de participação pública nas nossas cidades e vilas... nas nossas ruas. Sem claro, não deixarmos de falar nesse fôlego de fogo anarquista que veio da Grécia.

Carta de Ilias Nikola desde a prisão de Amfissa, Grécia

Carta de Ilias Nikola desde a prisão de Amfissa, Grécia
Na noite de 13 de Janeiro um engenho composto por botijas camping gas e gasolina explodiu na entrada da esquadra de Evosmos (município perto de Tesalonika). O vidro da fachada e o sistema de ar condicionado ficaram danificados.
Pouco depois paisanos detiveram Ilias Nikolau, anarquista de 26 anos.
Ilias Nikolau, juntamente com Dimitra Sirianaou e Kostas Halazas estiveram durante um ano sob mandato de captura no mesmo caso que Vagelis Botsatsis (acusados de vários incêndios). Vagelis saiu da prisão preventiva a 13 de outubro de 2008. A 14 de novembro, durante a greve de fome gigante que se fez nas prisões gregas, os 3 restantes, acompanhados por uma centena de companheiros, apresentaram-se na esquadra de Tesalonika. No dia seguinte decidiu-se que ficariam em liberdade até ao julgamento.
Agora Ilias é acusado de explosão, fabricação e associação. Ilias negou todas as acusações e negou que foi pilhado em flagrante. Tudo se baseia nos testemunhos dos bofias. Estes vasculharam a casa dos pais e da avó em busca de provas e nada.
No dia 15 de janeiro foi levado para a prisão de Amfissa.
Carta de Ilias Nikolau depois da sua entrada na prisão:
En la madrugada de martes 13 de enero en el oeste de Tesalónica, fui detenido como sospechoso de una explosión, que se produzco en la comisaria de policía municipal.
Esto ocurre un año después de noviembre 2007, cuando una acusación, inflada en manera increíble, fue lanzada contra mi y contra 3 de mis compañeros. Esta llevó a uno de nosotros a la cárcel y empujó a 3 restantes a emprender la fuga. La caza de brujas ha empezado.
Hemos vivido un diciembre bastante caliente y una situación que mostró muy claramente la ausencia de paz social. La paz social sigue existiendo solamente en la imaginación de aquellos, que no pueden entender el hecho que la realidad está marcada por una guerra civil permanente. De un lado hay bando revolucionario que se rebelan contra esta monstruosidad democrática.
La rabia emplazó al miedo y en lugar del asentimiento apareció el rechazo.
El diciembre, como un más señal de tiempos que están llegando, reveló una división muy clara entre los que alimentan, mantienen y defienden al Poder y los que le combaten.
Ahora no se trata de mirar atrás con la nostalgia a las cenizas que dejó la insurrección en su paso. Tenemos que entender y expresar las señales del presente y del futuro. Las señales que ya están y los que aún son para llegar. Las señales de una guerra social sin compasión.
Sí queremos que existen los momentos del rechazo, de la insurrección y de la dignidad, tenemos que armar nuestros manos y nuestros deseos en una manera decidida y organizada.
Estoy en contra de los que piensan que los demostraciones y protestas pacificas cambiarán algo, porque se trata de unos que ya están muertos. Arrastran sus cadáveres por las calles, por sindicatos y por las lujosas oficinas de sus jefecillos.
Me pongo a lado de los que están guiados por la dignidad y me junto con los que sienten la inagotable voluntad de perturbar y de destruir al ese cementerio inmenso.
El cárcel es una estación más para un rebelde. Una estación de cautiverio.
Por todo lo que pueden pensar que me han vencido- y que nos han vencido...¡ para mi y mis compañeros funciona al revés! Porque sí hay prisioneros de guerra significa que seguiremos luchando.
Mando saludos calurosos y rebeldes a mis compañeros y a los revolucionarios de todas partes.
LIBERTAD PRESOS DE LA REVUELTA
LIBERTAD PARA YANNIS DIMITRAKIS, POLI GEORGIADIS Y YIORGOS VOUTSI-BOGIATSIS y para todos los rehenes de la democracia
Ilias Nikolaucárcel de Amfissa19 de enero 2009

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Dia 14 no club

Já saiu o Alambique 2





editorial:

Alambique, s.m. [do ár. ‘anbiq] –1. Aparelho próprio para realizar destilações –2. Fig. Aquilo que serve para apurar ou aprimorarPassou muito mais tempo do que contávamos a sair com um segundo Alambique. Preferíamos de outro modo, mas talvez valha a pena entender a ausência em causa. Isto porque ainda que o tenhamos dito desde o inicio, o resultado que tem nas mãos, resulta de algo entendido como um Projecto em torno do que apelidámos de Centro de Cultura Anarquista (CCA) Gonçalves Correia. Julgamos porém que nos fizemos ultrapassar por esta designação, ou melhor pelos anseios que a mesma expunha. Ainda que cientes de lidarmos com algo meramente em construção, acabamos por resultar em pouco mais do que uma aglomeração, propulsionada pela existência de actividades programadas num determinado espaço, e não exactamente numa afinidade. Não pretendemos menorizar o que foi sendo feito, e muito menos a presença de um local em Aljustrel (e sobretudo o que este proporciona), mas na verdade por muito mais que tod@s o desejássemos, este espaço nunca se concretizou ele mesmo, e por si, num Centro de Cultura Anarquista. Daí que nos pese por vezes ver semelhante ênfase (essencialmente visto de fora e não de dentro), esquecendo aquilo que esteve sempre na base: um projecto. E como em tantas e outras repetidas situações erradamente pondo o espaço à frente do projecto. Não é nenhum drama, ver que as coisas acabam não sendo aquilo que tanto se fala (ou se espera), pelo que não esperem encontrarem-nos sempre no mesmo sítio do costume. Como Gonçalves Correia gostamos de vaguear…Porque se ainda aqui estamos, é porque algo, uma dinâmica, mais importante subsiste. Um punhado de indivíduos que se encontra naquilo que outros chamaram de “projectualidade individual anarquista” na qual “para agirmos sobre a vida, ao invés de ela ser algo que nos acontece, precisamos de saber o que desejamos e como tentar alcançá-lo, precisamos de saber quem nos impede de o fazer e quem são os nossos potenciais cúmplices nesta aventura colectiva pela liberdade individual”. Cada um de nós age e toma a iniciativa no desenvolvimento do seu projecto, em possibilidades que se multiplicam quando nos cruzamos.E apesar, ou por vias, da simplicidade desta equação, que tant@s já evidenciaram no eterno conflito do Individuo e do Estado, é hoje mais do que nunca desconcertante para a autoridade a palavra anarquistas. Entre este Alambique e o anterior, nunca a evidência nos foi tão directamente apresentada quando fomos convidados pela GNR de Aljustrel a “explicar” o que íamos fazer no Festival CCA Gonçalves Correia que aconteceu em Julho passado, sugerindo-se também eles incrédulos com um alerta lá de cima de alguns “leitores” atentos da blogesfera libertária. As inquietações destes democratas eram afinal as mesmas de sempre (há quem ainda pense que cabiam ao passado): do que íamos f-a-l-a-r …não eram os concertos, eram os debates e os workshops que os preocupavam. Atentos às palavras, e receosos, receosos como sempre. Alimentando o medo, como o combustível das nossas vidas.E do que falámos? Exactamente aquilo que agora podes ler neste número. Nem pôr nem tirar. Leiam. Apenas uma matéria veio de novo, com tamanha força, que jamais deixará as coisas na mesma: Grécia. O mesmo mundo mediterrânico, acossado pelo progresso: destruindo olivais seculares, hipotecando a paisagem ao turista, e tal como nesta outra ponta da Europa, dominado pela repressão e pelo capitalismo. E a luta anti autoritária que aí nunca deixou de existir, de um dia para o outro, estava incontrolável.Já houve quem dissesse: “não há qualquer dúvida de que uma nova fasquia foi colocada no que se pode esperar nos países Ocidentais durante a vindoura era de depressão económica e de declínio ambiental. Os governos europeus irão sem dúvida reforçar as suas políticas de vigilância e repressão em antecipação às crescentes agitações civis. Mas isso pode não ser suficiente para manter as populações subjugadas à medida que crise atrás de crise ponha em causa a existente combinação do poder e dos privilégios.”Alentejo, Janeiro 2009

O comunitarismo e a cultura comunitária da aldeia de Aivados (em Castro Verde, Alentejo)





A aldeia de Aivados, com 150 habitantes, situada a 13 quilómetros da sede do concelho, Castro Verde, é única no Baixo Alentejo: é uma aldeia comunitária, desde o século XVI, possuindo, além de um “governo”, com o seu próprio regulamento interno, 400 hectares, um rebanho comunitário, vários prédios urbanos e alfaias agrícolas.
Quem é natural ou reside há mais de um ano na pequena comunidade dos Aivados não precisa de se preocupar em arranjar dinheiro para comprar um terreno para construir casa própria: por “lei”, em efectividade desde, pelo menos, 1562, tem direito a esse terreno gratuitamente, só o pagando, à comunidade, se entretanto decidir vender a casa. Mais: como cidadão de pleno direito da comunidade, tem também direito a uma parcela de terreno nos “ferrageais” junto à aldeia, onde poderá fazer uma horta, criar galinhas ou outros animais, desde que não criem problemas ambientais aos restantes habitantes. Mais, ainda: na véspera de Natal, para reforçar a ceia e poder comprar mais uma ou outra peça de roupa para suportar o Inverno, receberá uma verba em dinheiro, uma percentagem dos lucros obtidos pela comunidade na exploração dos terrenos mais desviados da aldeia, a que chamam as “folhas”.
Aivados é uma aldeia única no Baixo Alentejo. No entanto, a sua história, que remonta ao século XVI, é pouco conhecida, inclusive a nível regional, talvez por só existirem publicados e pouco divulgados dois trabalhos, com profundidade, sobre a aldeia: um jornalístico, publicado no “Diário do Alentejo”, em Setembro de 1982; outro na área da antropologia, um trabalho de mestrado, realizado em 1997.
Não se sabe ao certo em que ano e quem doou aos moradores os 400 hectares que cercam a aldeia de Aivados. Terrenos que, ao longo da história, têm sido cobiçados por muitas entidades públicas e privadas e sido alvo de várias tentativas de usurpação. No entanto, através de processos judiciais, um dos quais demorou 93 anos a ser resolvido, os moradores sempre conseguiram preservar o seu património
O “governo” dos AivadosDiz a tradição oral que os Aivados sempre foram “governados” por uma comissão, eleita por todo o povo, composta por vários cidadãos. É de 31 de Janeiro de 1934 a acta, escrita, mais antiga que fala no assunto, referindo que essa comissão era constituída por um presidente, um secretário, um tesoureiro e três vogais. Essa comissão – que, refira-se, sempre funcionou, mesmo no tempo do fascismo – tinha plenos poderes para resolver todos os problemas da comunidade. Sem capacidade jurídica que transcendesse as “fronteiras” do território, a comissão foi, em termos práticos, o executivo que levava à prática as deliberações tomadas em assembleia geral pelo povo da aldeia. Entre essas deliberações, contaram-se, por exemplo, a dado momento da história, “atribuir ao forasteiro o estatuto de cidadão, ao serem-lhe concedidos todos os direitos e deveres que usufruiam os naturais”.Por motivos legais, em 1989, foi necessário criar uma entidade com “corpo jurídico” que acabaria por substituir a “comissão”. Essa entidade, a Associação do Povo de Aivados, que em termos práticos substituiu a “comissão”, possui uma direcção, um conselho fiscal e uma assembleia geral. O presidente da direcção, António Ventura, explica-nos que, “embora a Associação possua estatutos, para nós, o que tem mais importância é o nosso regulamento interno, que dantes era apenas oral e que agora, aos poucos, começa a ser redigido”. No entanto, por força da tradição, os moradores continuam a tratar os responsáveis da associação por “comissão”.
E é esta “associação/comissão” que continua a governar, a gerir os interesses da comunidade, sendo periodicamente todos os assuntos discutidos em assembleia geral de moradores. Hoje, por motivos legais e burocráticos, colocam-se novas tarefas aos responsáveis da aldeia, tanto mais que, nos últimos anos, graças a uma boa gestão, o património da comunidade tem crescido, existem constantes entradas e saídas de dinheiro, há contas bancárias, enfim, é preciso uma contabilidade organizada, muito diferente daquela que existia há algumas décadas.Por exemplo, presentemente, os terrenos conhecidos como “folhas”, que até há poucos anos eram explorados individualmente pelos moradores interessados, passaram a ser explorados directamente pela Associação do Povo de Aivados, que possui vários tractores e alfaias agrícolas. Os pastos desses terrenos já não são vendidos a terceiros (agricultores vizinhos) mas sim aproveitados para o rebanho colectivo, que possui mais de 500 cabeças de ovinos. Ou seja, a Associação, como pessoa colectiva, passou a funcionar como uma empresa agrícola. E não só.E não só porque, além das vertentes agrícola e pecuária, a Associação tem a seu cargo outras tarefas, tal como, por exemplo, renovar um contrato de arrendamento com uma empresa que explora uma pedreira dentro dos terrenos comunitários. Para António Ventura, “tão ou mais importante do que a verba envolvida no aluguer desse terreno – verba que dá um certo desafogo financeiro à comunidade – existem outras questões à margem também importantes, como a empresa criar postos de trabalho aos moradores da aldeia ou, por outro lado, respeitar as questões ambientais”.
A acção dos “governantes” da aldeia também se faz sentir nos contactos com o poder local (Junta de Freguesia e Câmara Municipal), em obras de beneficiação de espaços públicos e mesmo na aquisição de prédios urbanos ou construção de algumas obras, como seja a casa mortuária.Uma das próximas metas da Associação do Povo de Aivados é realizar obras de beneficiação num prédio comunitário e transformá-lo em sede e arquivo, “um arquivo seguro – no dizer de António Ventura – onde possa ser guardada toda a documentação relacionada com a história da aldeia, nomeadamente os manuscritos, hoje à minha guarda, na minha casa, que naturalmente não oferece condições de segurança, porque, além da humidade normal de uma casa, que estraga documentos, é sempre possível um fogo, um assalto ou outra anomalia qualquer”.
“Tudo é de todos, nada é de ninguém”Entre as várias lições que se podem retirar desta aldeia comunitária, além de que a união e a persistência demonstradas pelo povo durante várias séculos foram compensadas, é uma nova doutrina (consubstanciada na prática) na área da economia política. Ou seja, à margem de todas as doutrinas económicas, o povo de Aivados conseguiu, durante séculos, explorar e utilizar um solo e outros bens materiais colectivos em regime de propriedade individual. Para tal, usaram o princípio “Tudo é de todos, nada é de ninguém”.
Vejamos como é que o sistema funciona há quase cinco séculos – com pequenas variantes de adaptação ao longo dos tempos, como sucede presentemente, por a agricultura já não dar rendimento suficiente:
O território comunitário, com 400 hectares, foi desde sempre divido em dois círculos concêntricos, à volta da aldeia, para efeitos de exploração agro-pecuária. O círculo interior, junto à aldeia, tem o nome de “ferrageais”; o exterior, de “folhas”. Todo o casal (ou pessoa individual, no caso de solteiros ou viúvos) tem o direito de usufruir de uma porção desse círculo, dividido em tantas parcelas quanto os interessados. Por sorteio ou adrego (“adregue”, como se diz incorrectamente na aldeia), cada casal recebe uma porção de terreno que pode explorar (geralmente pequenas hortas, com alguns animais) enquanto reside na aldeia.
O círculo exterior, ou “folha”, é dividido em tantas partes quantas as requeridas, por alturas do Natal, pelos moradores. De três em três anos – ou seja, ao fim de um ciclo de exploração: alqueive, cevada, trigo –, havia um novo sorteio, o que vinha permitir, através de um processo de rotatividade, que todos explorassem os melhores e os piores terrenos. Os moradores que, por qualquer motivo (terem outra actividade profissional, por exemplo), não estavam interessados numa parcela nas “folhas” e abdicassem a sua parte a favor da comunidade, recebiam, por alturas do Natal, uma compensação monetária (que variava de ano para ano, em função dos lucros), que outrora tinha o nome de “esmola”. Presentemente, devido à crise na agricultura e por existirem cada vez mais outras alternativas profissionais, por decisão de todos, em assembleia geral, as “folhas” passaram a ser exploradas pela Associação do Povo de Aivados, recebendo os moradores, perto do Natal, uma quantia em dinheiro em função dos lucros obtidos na exploração dos terrenos – nas vertentes agrícola, pecuária (o rebanho comunitário possui mais de 500 cabeças de ovinos) e aluguer de uma parcela para exploração de uma pedreira por parte de uma empresa.Durante muitos anos, as pastagens das “folhas” foram vendidas a agricultores vizinhos, servindo essa verba para pagar contribuições e efectuar pequenas obras, como arranjar um poço ou efectuar obras de beneficiação de ruas.Embora não existam muitos registos das actividades agrícolas e pecuárias,sabe-se, por exemplo, que em 1936, as “folhas” foram divididas por 127 moradores. Em 1945, a escola primária local atingiu o seu máximo em alunos, 45, entre jovens da aldeia e dos montes circundantes.A partir dos anos Sessenta, muitos aivadenses começaram a deixar a aldeia e a procurar melhores condições de vida na zona metropolitana de Lisboa, sobretudo na zona do Barreiro. Isto porque a agricultura que se praticava era de subsistência, por processos artesanais, insuficiente, pois, para manter as famílias, algumas das quais com muitos membros.
Todavia, um dado deve ser sublinhado: enquanto os moradores de outras aldeias, sem terrenos, estavam sujeitos aos caprichos (leia-se: exploração) dos agrários da região, os aivadenses tinham onde “cair mortos”, já que possuíam terreno para construir a sua própria casa, terrenos (“folhas”) para fazer sequeiro e terreno (“ferrageais”) para ter a sua horta (com favas, ervilhas, couves, animais de capoeira, porcos...), podendo ainda vender a sua mão de obra a agrários da região.
Abílio Pereira de Carvalho tira duas conclusões interessantes do “modos vivendi” da pequena comunidade: “A primeira, é o apego à defesa e preservação de um solo colectivo, do qual cada um pode usufruir parte sem dela se tornar dono perpétuo; a segunda, o apego à produção individual, que põe nas mãos de cada um o fruto do seu trabalho e a liberdade de o consumir de acordo com a visão que tem da economia, em termos de gastos e poupança”.
Uma aldeia pouco conhecidaExceptuando o artigo de Abílio Pereira de Carvalho, com alguma profundidade de análise histórica, este caso único (aldeia comunitária) no Baixo Alentejo não tem merecido grande atenção, nomeadamente por parte da antropologia cultural e da investigação jornalística. É mesmo um caso um tanto desconhecido a nível nacional e mesmo regional. Algumas notícias (referências) publicadas pela comunicação local, regional e nacional foram insuficientes para chamar a atenção do grande público para a existência da aldeia comunitária de Aivados.
Na área da antropologia, existe, felizmente, um trabalho de mestrado, efectuado em 1997, por Maria Inês Pinto Fonseca. Esta ex-aluna da Faculdade de Ciências Social e Humanas permaneceu, durante oito meses, na aldeia, tendo efectuado um trabalho com muita profundidade, inclusive conseguiu recuperar algumas tradições entretanto perdidas pelos aivenses.
A sua dissertação de mestrado em antropologia, com o título “ O dia em que deixaram de comer de boca fechada – Memórias de um conflito social – Formas de resistência em meio rural”, é um trabalho que deve ser consultado por quem desejar aprofundar este tema. Existe um exemplar do trabalho na Associação do Povo de Aivados.
A “República” dos AivadosA 22 e 29 de Setembro de 1982, o “Diário do Alentejo” publicou um extenso artigo, dividido em duas partes, assinado por Abílio Pereira de Carvalho, com o título “A República dos Aivados – Aspectos da Vida Comunitária numa Aldeia Alentejana desde o Séc. XVI”, que divulgava, por um lado, todo o processo de “conquista” do território a favor do povo dos Aivados, e, por outro, descrevia como se processava a utilização e a exploração comunitária do território e como era “governado”.
A primeira parte do artigo baseava-se sobretudo em cópias dactilografas dos manuscritos existentes há vários séculos, hoje encadernados e na posse do presidente da Associação do Povo de Aivados, António Ventura. O artigo revelava, em pormenor, o conflito jurídico existente, entre o povo de Aivados e a Câmara Municipal de Castro Verde, no mínimo, desde 1562, até 1655 – ou seja, durante 93 anos –, ano em que D. João IV deu o seu veredicto final e acabou com a questão, dando razão ao povo de Aivados.
Dizemos que o caso teve início, no mínimo, em 1562, uma vez que os manuscritos existentes referem essa data, mas não revelam dados mais para trás, nomeadamente como, por quem e em que ano é que os terrenos (400 hectares) foram doados ao povo de Aivados. Um trabalho de investigação que a Associação do Povo de Aivados gostaria que alguém, com capacidade,fizesse. Mas o caso não ficaria sanado por aqui, já que, no século XIX, um agrário com terrenos contíguos aos comunitários deslocou, ilegalmente, os marcos que delimitavam a sua herdade, tendo usurpado 118 hectares ao povo de Aivados, parcela essa que chegou a estar registada na conservatória predial em nome da família Falcão. Apesar da contestação, durante mais de um século, só depois de 25 de Abril de 1974 é que os aivadenses voltaram à carga e tentaram recuperar esses terrenos. O processo judicial teve início em 1975 e arrastar-se-ia durante 16 anos. Defendido pelo advogado Celso Pinto de Almeida, o povo de Aivados acabaria por ganhar mais esta batalha jurídica, em 1991, travada inicialmente no Tribunal de Ourique, depois na Relação de Évora e por fim no Supremo Tribunal de Lisboa.
Voltemos aos manuscritos, ou melhor, ao artigo de Abílio Pereira de Carvalho. O articulista começava por referir que “não foi sem dificuldades que os antepassados dos actuais moradores legaram aos seus vindouros o espaço com as fronteiras que estes hoje possuem e usufruem”. Diz a seguir:
“A luta travada na ‘conquista’ desse espaço teve como contendores, por um lado, os habitantes, ao tempo, dessa pequena povoação e, por outro, os oficiais da Câmara da vila de Castro Verde: os primeiros, porque se consideravam os legítimos herdeiros dos ‘rossios’ que circundavam a aldeia e os segundos, representantes do poder local, porque pensavam que os terrenos tinham o estatuto de ‘baldios’ e não de ‘rossios’, resolveram aforá-los e pô-los a render para oconcelho”.
Curiosamente, as armas utilizadas na contenda foram as penas de pato e o campo de batalha as instâncias judiciais, não desarmaram uns e outros e a “guerra” durou cerca de um século, com vitória para os aivadenses. Com humor, Abílio Pereira de Carvalho refere que, “saído de Castro Verde, da instância judicial base (devida a recursos), o processo, caminhando a passo de mula, atravessou os coutos, os baldios, os morgados, as capelas, as comendas, descansou à sombra dos chaparrais, ziguezagueou por entre estevas e searas, e assistiu, algures, às lutas pela independência de Portugal contra o jugo castelhano, já que é D. João IV que lhe põe ponto final em 1655”.
(este texto foi publicado há alguns anos atrás no Indymedia - Portugal)

[Grecia] Trabajadores ocupan el edificio EISEA

Grecia: Trabajadores de los Medios de Comunicación ocupan el edificio del EISEA (sindicato oficial del sector)El sábado 10 de enero, un grupo de empleados, parados, becarios y estudiantes de la industria de los Medios de Comunicación tomaron posesión de las oficinas centrales de ESIEA (el sindicato griego de periodistas, fotógrafos y de otros trabajadores de la industria de los medios de comunicación). Esta acción, que básicamente se opone al discurso dominante, pretende poner de manifiesto las condiciones laborales medievales de los trabajadores de los medios de comunicación, así como promover la necesidad de crear una asamblea única en la que tengan expresión TODOS aquellos que trabajan en el sector.Inseguridad/flexibilidad en las relaciones laborales, impagos/trabajo desprotegido, empleos de media jornada, turnos de trabajo agotadores, arbitrariedad de los patrones y decenas de formas de despido, tienen como trasfondo una amplia transformación del sistema, en el centro de la cual yace la reestructuración neo-liberal del trabajo.En su nombre, ESIEA no sólo no se opone a los intereses de los empresarios, sino que da su consentimiento y permanece silencioso ante el abuso. Al mismo tiempo, funcionando como la élite de un sindicato exclusivo/propio, excluye a miles de trabajadores de la industria, se opone fuertemente a la demanda de presión por la superación de las divisiones internas y la fragmentación corporativista, con el propósito de crear un sindicato único de medios de comunicación. Por otro lado, esta ocupación tiene como objetivo favorecer la contra-información y la creación de un frente de lucha, que será definido por la gente en lucha, sin que tengan que estar necesariamente relacionadas con esta industria, tal y como se puso de manifiesto en la primera asamblea abierta. Decidimos reunirnos, actuar y hablar directamente con uno y otro de todas las cosas que el Espectáculo dominante ha deshecho, contra la sistemática represión y la propaganda ideológica promovida por los jefes/superiores, el ESIEA y los pretores de los medios, que usan la desinformación, la distorsión y la ocultación, de acuerdo con las circunstancias.Palizas, arrestos masivos, detenciones, coberturas informativas escandalosas/morbosas, muertes “accidentales” en las fronteras y el infierno de las agencias de inmigración, torturas en comisaría, “suicidios” en las celdas de las prisiones, “accidentes” laborales, ataques con ácido de la mafia empresarial, despidos y “rebotes”, todo esto no son “incidentes aislados”. Después de todo, “esto no es Gaza” (como dijo Yannis Pretenderis”, un reputado periodista, en el principal canal de televisión).De hecho, esto no es Gaza. No obstante, nuestra solidaridad no se expresa a través de imágenes de televisión, sino en las calles, en la ocupación de edificios públicos, en los conflictos al lado de las rebeliones oprimidas, con las que nos reconocemos a nosotros mismos. Es una solidaridad que sobrepasa las fronteras y se extiende desde Méjico a Inglaterra, y desde Corea a Turquía tras el asesinato de Alexandros Gregoropoulos y los acontecimientos que le siguieron. No olvidamos a los 67 detenidos y a los 315 arrestados y a todos los manifestantes procesados de la insurrección. La opresión estatal está empeorando y esto fue probado una vez más durante la manifestación que tuvo lugar el 9 de enero. Ese día, “la célebre conservación del santuario académico” condujo a una violenta evacuación de un bloque de apartamentos de la calle Asklipiou, donde los manifestantes habían encontrado refugio. El ataque contra el carácter social del santuario es un ataque contra la propia lucha de la sociedad misma. Es represión.Represión y terrorismo es también el ataque con ácido, el 23 de diciembre, en la cara de la activista inmigrante del sindicato de oficios Konstantina Kouneva. Konstantina es una limpiadora que trabaja en ISAP (los trenes eléctricos griegos) en manos de una compañía privada. Todavía hoy está en el hospital en una delicada situación, pero su lucha continúa, y nosotros la apoyamos activamente…Comunicado de la ocupación:Los Trabajadores tienen la ultima palabra, no los patrones de los mediosLos miles de manifestantes que inundaron las calles de Grecia el 9 de enero, comprobaron que el fuego de diciembre no se apaga, ni siquiera con las balas y el ácido lanzado contra los activistas, ni tampoco con el terrorismo ideológico extendido gracias a los medios estos últimos días. Consecuentemente, la única respuesta estatal a los jóvenes y trabajadores ha sido, una vez más, cruda represión. Alentada por las demandas de los medios de “Tolerancia Cero”, y por las órdenes de sus jefes, la policía ha tenido manos libres para utilizar productos químicos, violentar y arrestar a cualquiera que se pusiese en su camino.Cuando, como el 9 de enero, la represión estatal se vuelve incluso contra los trabajadores, periodistas, fotógrafos y abogados que se encuentran en las calles enfrentados al bando de los asesinos, se vuelve aún mas claro que la rebelión del pasado mes ha empujado a una lucha por su dignidad a todos aquellos cuya supervivencia depende del salario laboral. Como resultado, algunos de nosotros, trabajadores de los medios y estudiantes, nos posicionamos con los rebeldes. Lo hacemos activamente: participamos en su lucha como trabajadores, y nos unimos a su lucha con nuestra propia batalla diaria en nuestros puestos de trabajo. Nuestro principal objetivo es evitar que los jefes impongan su versión de los eventos, un ejemplo es el del fotógrafo, Kostas Tsironis, despedido del periódico “Eleftheros Typos” (“Prensa libre”) por tomar una fotografía de un policía apuntando con su arma a los manifestantes un día después del asesinato del joven de 15 años Alexandros Grigoropoulos.No nos engañamos a nosotros mismos acerca de lo que los medios masivos, un aparato ideológico crucial del estado, harán para forzar a la gente a abandonar las calles y volver a sus hogares; Harán lo que sea, y nosotros lo sabemos muy bien, porque, por supuesto, nosotros trabajamos en los medios. Nosotros también reconocemos que los grandes periodistas solo pueden promover la abolición del asilo universitario y la idea de que existen solo dos tipos de manifestantes (el violento vs. el pacifico), mientras nosotros permanezcamos callados.Nuestro lugar está con los rebeldes. Y lo exponemos así porque nosotros también experimentamos explotación en nuestro trabajo diario. En la industria de los medios, como en cualquier otra, debemos lidiar con las consecuencias de trabajo precario, inseguro y sin paga, con las horas extras y todos los caprichos de nuestros jefes. Últimamente, bajo la amenaza de la inminente crisis económica, también experimentamos la intensificación de los despidos, y del temor que eso provoca.Como todos los trabajadores, experimentamos la hipocresía y la traición de los sindicatos oficiales. El Sindicato de Periodistas de Atenas (ESIEA) es una institución que se emplea contra las llamadas de resistencia frente a los jefes, por la necesidad crucial de superar cualquier división interna y fragmentación del trabajo, para crear un sindicato comercial unido en la prensa. En su intento de separar los trabajadores de los medios de todo el resto de trabajadores, ESIEA es, en realidad, un sindicato de patrones y un mecanismo de soporte básico para ellos, como se evidenció en su rechazo a participar de la huelga general del 10 de diciembre del 2008.Por todas esas razones, como una iniciativa de trabajadores asalariados, becarios, trabajadores recientemente despedidos y estudiantes de los medios, hemos decidido ocupar el edifico de ESIEA, para denunciar todo esto, y en solidaridad con una sociedad en revuelta:Información libre, contra la propaganda ideológica de los patrones de los mediosAcción directa, autogestionada y democrática, por parte de todos los trabajadores de los medios contra los ataques lanzados a diario contra cada uno de nosotros.- Solidaridad con la trabajadora militante Konstantina Kuneva- Liberación inmediata de todos los arrestados durante la revuelta- No tememos ser despedidos; los patrones deben temernos.Desde la ocupación del Sindicato de trabajadores de los medios (ESIEA) -10/01/09(*) Desde la Coordinadora de Artes Gráficas, Comunicación y Espectáculos de la CNT agradecemos a los compañeros de la CNT francesa por la información recibida y a la compañera Susana sus labores de traducción.Coordinadora de Artes Gráficas, Comunicación y Espectáculos de Madridhttp://graficas.cnt.es/new199.htmlRetirado de: A las Barricadas

O Peixe Morcego Vulcânico Cego