sábado, 4 de julho de 2009

[EUA] Eco-anarquistas vão a júri por “advogar literatura e materiais que defendem a anarquia


[Hugh Farrell e Gina “Tiga” Wertz são dois companheiros eco-anarquistas estadunidenses, e estão com sua primeira data de julgamento marcada para o dia 14 de julho. Motivo: eles estão sendo acusados de realizar atividades criminais – acusações originalmente intencionadas a apontar o grupo – por supostamente “conspirar” no “abraçamento” de árvores, participarem em desobediência civil não-violenta, e fazer um blog inflamatório contra a mega-rodovia I-69 da NAFTA (North America Free Trade Agreement, Tratado Norte-Americano de Livre Comércio).] Quando fui informado sobre a detenção destes jovens não vislumbrei nenhuma informação interessante inserida na moção do governo pelo pagamento de 20.000 dólares de fiança. Vejam só, estes ativistas não estão sendo acusados de qualquer destruição de propriedade ou violência, eles estão sendo acusados de “conspiração”. Então, como o governo estadunidense tentou justificar a alta quantia de fiança? De acordo com a moção de Farrel para pagar a fiança: “O acusado estava sendo observado advogando literaturas e materiais nos quais defendem a anarquia, destruição de propriedade e violência, incluindo o “Eco-Defesa: Um Guia de Campo” e “Recipientes para o Desastre: Um Livro de Receitas Anarquista””. De muitas formas, isto não é nada novo, a demonização do/as anarquistas existiu tanto quanto o termo em si. Mas este é um território perigoso por um punhado de razões. Isto reflete mais recursos desperdiçados em vigilância vindos da Emenda Primeira. Porque Farrel estava sendo “observado” pela imposição da lei enquanto supostamente estava “advogando literatura” em primeiro lugar? A intenção é punir as pessoas por suas crenças políticas. Mesmo que seja verdade que Farrel tenha sido observado advogando literatura e que a literatura defendia a “anarquia”, como fazer isto se relacionar a ele comparecer, ou não, em seu dia de julgamento (que é o que a fiança se refere)? Não há lugar em uma democracia para criminalizar livros! Não se engane, isto significa o seguinte: criminalizar o/as dissidentes! O governo não está queimando os livros, e não está dizendo que é ilegal adquiri-los, mas a acusação está dizendo que se você “realmente” adquiri-los ou advogá-los, isto refletirá negativamente em seu caráter. Neste caso, sou igualmente culpado (e tenho certeza que estou em boa companhia com muitos de vocês). Eu tenho esses dois livros e ambos estão disponíveis em inumeráveis livrarias e no Amazon.com. “Ecodefesa” foi um livro central na história do movimento ambientalista, e inclui uma introdução de Ed Abbey. “Recipientes para o Desastre”, publicado pela CrimethInc, não é um “livro de receitas anarquistas” que talvez você esteja esperando: há seções sobre coalizões além dos grupos de afinidade e saúde mental. Assim como tantos casos que já escrevi, este não se trata sobre ameaças à segurança do público, e nem se trata sobre destruição de propriedade, e sim implica em demonizar as pessoas por causa de suas crenças políticas. Neste episódio, nem mesmo sobre isso esse caso implica: ele trata de demonizar as pessoas por causa de seus livros. O fato dos promotores verem estes livros como uma ameaça é mais uma razão para você levar uma ou duas cópias. Se você solicitá-los, por favor, faça através da conta do Amazon no GreenIsTheNewRed.com, e apóie este sítio de internet também! Tradução > Marcelo Yokoi

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