segunda-feira, 14 de janeiro de 2008
[Barcelona] Começou o julgamento de 4F - Juan, Alex e Rodrigo não estão sozinhos!
Em Barcelona começou na passada manhã de dia 7 de Janeiro o julgamento das pessoas processadas pelos acontecimentos de 4 de Fevereiro de 2006, o qual durará até à próxima sexta-feira. Depois de quase 2 anos de prisão preventiva injustificada, Alex, Rodrigo e Juan enfrentam uma acusação por parte do “fiscal” (ministério público) com uma petição de 11 anos de prisão. Devido à grande quantidade de irregularidades na fase de instrução do processo, negando qualquer direito de defesa para os acusados, optou-se por convocar pessoas relacionadas com a defesa dos direitos humanos, para que assistissem ao julgamento como observadores. Entre eles encontravam-se um membro do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos do comité de Haia, uma representante da linha fundadora das “Madres de la Plaza de Mayo” uma pessoa da comissão de defesa do Colégio de Advogados de Barcelona, membros do Observatório do Sistema Penal e dos Direitos Humanos da Universidade de Barcelona, o director do “Justiça e Paz”, assim como representantes de várias organizações de defesa dos Direitos Humanos, tanto catalãs, como argentinas ou chilenas. Também assistiram ao julgamento representantes da embaixada Chilena e do consulado Argentino. Pelas 9 da manhã foram chegando à sede da Audiência Provincial os familiares dos 3, amigos e as pessoas que vieram como observadores internacionais, chegando-se a contar mais de 100 pessoas. Cabe também destacar que durante a manhã acudiram à audiência um grande número de meios de comunicação convencionais. Depois das 10 procedeu-se à entrada na sala, mas devido à grande quantidade de gente que acudiu para apoiar os rapazes, e porque a sala não era a maior do tribunal, muita gente ficou à porta. Um grupo de estas pessoas subiu à sala de imprensa para poder ouvir o julgamento mas foram expulsos por polícias da “Guardia Civil” e dos “Mossos d’Esquadra”, incluindo a membros de meios de comunicação alternativos ou de contra-informação, por não estarem acreditados. Na sessão de hoje leram-se os escritos da acusação, tanto o do fiscal, como os das acusações particulares; e os das defesas. A petição da pena do fiscal foi de 11 anos de prisão e uma indemnização de 520.000 euros para Alex, Rodrigo e Juan, assim como penas que oscilam entre os 2 e 4 anos de prisão para as outras 6 pessoas implicadas. Ainda assim cabe destacar que no escrito de acusação do “Ayuntamento de Barcelona” (câmara municipal) se pediam penas maiores que chegam aos 12 anos para os 3 rapazes. O advogado do Rodrigo, como questão prévia, solicitou que se excluísse o Ayuntamento como parte do processo, devido a que carece de legitimidade para sê-lo. No entanto, este pedido foi recusado pelo tribunal. Posteriormente Alex, Rodrigo e Juan realizaram de uma maneira firme e coerente as suas declarações, através das quais deixaram bem claro que a versão da acusação é uma montagem, já que eles estavam de passagem, e ao ver o que se passava e serem perseguidos pela polícia, fugiram até serem imobilizados e golpeados. Da mesma forma, as outras 6 pessoas implicadas também se declararam inocentes. Quatro deles declararam que depois de sair da casa da rua San Pere mes baix, e sem realizarem nenhuma acção contra os policias da “Guardia Urbana”, tentaram ir-se embora e foram detidos e golpeados. As duas pessoas restantes foram detidas no Hospital del Mar, quando aí se deslocaram para curar ferimentos produzidos num acidente de bicicleta. O julgamento continuará hoje, dia 8, com a declaração por parte dos agentes da Guardia Urbana que se encontravam na rua San Pere mes baix no dia dos acontecimentos. Cabe ainda recordar que é fundamental que se apoie estes 3 rapazes para evitar que o tribunal acabe por os condenar, e aos seus familiares e amigos suportando tudo o que supõe a sua prisão. Desde a Assembleia de apoio, que recentemente (22 de Dezembro) promoveu uma manifestação que juntou cerca de 200 pessoas e onde se realizaram vários acções de pintura e visibilização do caso pela baixa de Barcelona; convocou-se para sexta-feira, dia em que acaba o julgamento, para um pequeno-almoço-concentração à porta da Audiência provincial, situada no Arco do Triunfo em Barcelona.
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