Na sexta-feira, dia 14 de Nov., às 11h da manhã distribuímos 200 flyers tamanho A4 em frente e em redor do edifício da Secção Económica e Comercial da Embaixada Grega, no centro de Lisboa, deixando também alguns dentro do edifício. Os flyers continham um breve texto introdutório à luta dos presos, algumas das suas exigências e uma cronologia dos acontecimentos até à data. Além disso, incluia também o seguinte texto:
" A prisão está em todo o lado, em toda a nossa vida. Constantemente somos observados, controlados, identificados, escutados... ela é o polícia, a câmara de vigilância, o tribunal, o juíz, a esquadra, e toda a nossa realidade diária de interacções forçadas... ela é o medo de sermos o que somos, de dizermos o que sentimos, de fazermos o que gostaríamos de fazer... ela é a miséria quotidiana, persegue-nos na nossa memória, é uma ameaça permanente...
A prisão é também aquele edifício isolado, onde só estão os condenados e os carrascos... é o cerco de onde não podemos sair, é os guardas que nos controlam e torturam, é o nosso corpo nas mãos do Estado... ela é as paredes que nos fecham e que nos escondem, que nos afastam durante anos... ela é o sítio onde tudo nos é retirado...
A prisão é, ao mesmo tempo, uma ideia e um edifício. Mas sempre uma realidade.
Na Grécia ou em qualquer outro lugar, a luta por parte dos presos é a única forma de enfrentarem e combaterem a realidade a que são obrigados. Aceitar a prisão é apenas possível por meio de todos os métodos de alienação que o Estado emprega, dentro e fora das prisões, e que criam um quotidiano de medo e resignação. O que se passa hoje nas prisões Gregas nasceu da determinação de indivíduos sequestrados pelo Estado, e embora nós estejamos no exterior das paredes, isso não significa que sejamos livres. Essa liberdade temos nós de a conquistar.
Na Grécia, em Portugal ou em qualquer outro país, nenhuma condição de vida dentro da prisão será humana, pois isso é impossível dentro de uma prisão. Não existe reforma de qualquer natureza que possa, de alguma maneira, humanizar um local onde estamos presos; onde tudo, à excepção da dignidade, nos é retirado.
Mas a dignidade pertencerá sempre aos que lutam, aos insurgentes, aos indivíduos.
Há inúmeros modos através dos quais podemos dar a nossa solidariedade e alastrar a revolta, atacando o controlo e os controladores deste mundo; o primeiro passo é decidir de que lado estamos.
Posto isto, a única exigência que temos é a destruição de todas as prisões e desta sociedade-prisão!
SOLIDARIEDADE COM OS PRESOS EM LUTA NA GRECIA
" A prisão está em todo o lado, em toda a nossa vida. Constantemente somos observados, controlados, identificados, escutados... ela é o polícia, a câmara de vigilância, o tribunal, o juíz, a esquadra, e toda a nossa realidade diária de interacções forçadas... ela é o medo de sermos o que somos, de dizermos o que sentimos, de fazermos o que gostaríamos de fazer... ela é a miséria quotidiana, persegue-nos na nossa memória, é uma ameaça permanente...
A prisão é também aquele edifício isolado, onde só estão os condenados e os carrascos... é o cerco de onde não podemos sair, é os guardas que nos controlam e torturam, é o nosso corpo nas mãos do Estado... ela é as paredes que nos fecham e que nos escondem, que nos afastam durante anos... ela é o sítio onde tudo nos é retirado...
A prisão é, ao mesmo tempo, uma ideia e um edifício. Mas sempre uma realidade.
Na Grécia ou em qualquer outro lugar, a luta por parte dos presos é a única forma de enfrentarem e combaterem a realidade a que são obrigados. Aceitar a prisão é apenas possível por meio de todos os métodos de alienação que o Estado emprega, dentro e fora das prisões, e que criam um quotidiano de medo e resignação. O que se passa hoje nas prisões Gregas nasceu da determinação de indivíduos sequestrados pelo Estado, e embora nós estejamos no exterior das paredes, isso não significa que sejamos livres. Essa liberdade temos nós de a conquistar.
Na Grécia, em Portugal ou em qualquer outro país, nenhuma condição de vida dentro da prisão será humana, pois isso é impossível dentro de uma prisão. Não existe reforma de qualquer natureza que possa, de alguma maneira, humanizar um local onde estamos presos; onde tudo, à excepção da dignidade, nos é retirado.
Mas a dignidade pertencerá sempre aos que lutam, aos insurgentes, aos indivíduos.
Há inúmeros modos através dos quais podemos dar a nossa solidariedade e alastrar a revolta, atacando o controlo e os controladores deste mundo; o primeiro passo é decidir de que lado estamos.
Posto isto, a única exigência que temos é a destruição de todas as prisões e desta sociedade-prisão!
SOLIDARIEDADE COM OS PRESOS EM LUTA NA GRECIA
Friday, Nov.14, at 11h in the morning we distributed 200 A4-size leaflets in front and around the building of the Economy and Comerce Section of the Greek Embassy, in the center of Lisbon, leaving some of them inside the building also. The leaflets included a small introdutory text to the prisoners' struggle, a few of their demands, and a chronology of the events until that day. Besides, it also included the following text:
" Prison is everywhere, in all our life. Constantly we are watched, controlled, identified, listened… it is the cop, the surveillance camera, the court, the judge, the police station, and our entire reality of forced interactions… it is the fear of being what we are, of saying what we feel, of doing what we would like to do… it is the everyday misery, it stalks us in our memory, it is a permanent threat….
Prison is also that isolate building, where only the convicted and the hangmen are… it is the siege from where we can not leave, it is the guards that control and torture us, it is our body in the hands of the state…it is the walls that enclose and hide us, that push us away for years… it is the place where everything is taken away from us…
Prison is, at the same time, an idea and a building. But always a reality.
In Greece, like everywhere else, the struggle of the prisoners is the only way to face and fight the reality to which they are forced. To accept prison is only possible due to all the means of alienation the state uses, inside and outside the prisons, and that create a daily life of fear and resignation. What's happening today in the Greek prisons has born from the determination of individuals kidnapped by the state, and although we are outside the walls, that doesn't mean we're free. That freedom, we have to conquer it.
In Greece, in Portugal, and anywhere else, no condition of life inside a prison will ever be human, because that's impossible inside a prison. There's no reform of whatever nature that can, in any way, humanize this place where we're locked up; where everything, with the exception of dignity, is taken away from us.
But dignity will always belong to those who struggle, to the insurgents, to the individuals.
There are countless ways with which to show our solidarity and spread the revolt, attacking control and the controllers of this world; the first step is to decide on which side we are.
Having said this, the only "demand" we have is the destruction of every prison and of this prison-society!
SOLIDARITY WITH THE PRISONERS IN STRUGGLE IN GREECE!
" Prison is everywhere, in all our life. Constantly we are watched, controlled, identified, listened… it is the cop, the surveillance camera, the court, the judge, the police station, and our entire reality of forced interactions… it is the fear of being what we are, of saying what we feel, of doing what we would like to do… it is the everyday misery, it stalks us in our memory, it is a permanent threat….
Prison is also that isolate building, where only the convicted and the hangmen are… it is the siege from where we can not leave, it is the guards that control and torture us, it is our body in the hands of the state…it is the walls that enclose and hide us, that push us away for years… it is the place where everything is taken away from us…
Prison is, at the same time, an idea and a building. But always a reality.
In Greece, like everywhere else, the struggle of the prisoners is the only way to face and fight the reality to which they are forced. To accept prison is only possible due to all the means of alienation the state uses, inside and outside the prisons, and that create a daily life of fear and resignation. What's happening today in the Greek prisons has born from the determination of individuals kidnapped by the state, and although we are outside the walls, that doesn't mean we're free. That freedom, we have to conquer it.
In Greece, in Portugal, and anywhere else, no condition of life inside a prison will ever be human, because that's impossible inside a prison. There's no reform of whatever nature that can, in any way, humanize this place where we're locked up; where everything, with the exception of dignity, is taken away from us.
But dignity will always belong to those who struggle, to the insurgents, to the individuals.
There are countless ways with which to show our solidarity and spread the revolt, attacking control and the controllers of this world; the first step is to decide on which side we are.
Having said this, the only "demand" we have is the destruction of every prison and of this prison-society!
SOLIDARITY WITH THE PRISONERS IN STRUGGLE IN GREECE!
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