ThemrocFilme de Claude Faraldo, produzido em 1972 em França. Retrata a revolta de um trabalhador contra o quotidiano de miséria a que se encontra submetido. O seu despertar leva-o à procura do fruir dos instintos mais primitivos reprimidos pela domesticação da sociedade industrial, e ao repelir das instituições causadoras dessa repressão. Sem linguagem conceptual durante todo o filme, uma obra prima de crítica à civilização. Aparece e divulga!!!Centro de Cultura LibertáriaRua Cândido dos Reis, 121, 1º dto. - Cacilhas - Almada
terça-feira, 30 de junho de 2009
Sábado, 4 de Julho - 16h30
ThemrocFilme de Claude Faraldo, produzido em 1972 em França. Retrata a revolta de um trabalhador contra o quotidiano de miséria a que se encontra submetido. O seu despertar leva-o à procura do fruir dos instintos mais primitivos reprimidos pela domesticação da sociedade industrial, e ao repelir das instituições causadoras dessa repressão. Sem linguagem conceptual durante todo o filme, uma obra prima de crítica à civilização. Aparece e divulga!!!Centro de Cultura LibertáriaRua Cândido dos Reis, 121, 1º dto. - Cacilhas - Almada
“25 de Caxias”,
dia 10 Sexta Feira HipHop Anarquista... da França Collectif Mary Read e de San Francisco/USA Drowning Dog # Malatesta no club.
Rolls Rockers e Cacto
Brasil] Carta de Apresentação do grupo Juventude Anarquista Oorganizada
COMUNICADO DE URGENCIA
quinta-feira, 25 de junho de 2009
Sábado, 27 de Junho , 16h30 - Filme: Urânio - é um país?, 20h30 - Jantar Vegetariano no Centro de Cultura Libertária - Cacilhas, Almada
Um olhar anarquista sobre os protestos no Irã
[Finlândia] Festival Contra-Cultural Anarquista em Tampere
[Suíça] Dois projetos autônomos em Zurique: Infoshop Kasama e Radio Lora 97.5 MHZ
terça-feira, 23 de junho de 2009
Coreia do Sul: Greve e ocupação na Ssangyong Motors
A greve na Ssangyong Motors, em Pyeongtaek, na Coreia do Sul, dura já há quatro semanas e permanece sem resolução na data em que escrevo este artigo (19 de Junho). Vários aspectos desta greve lembram o processo ocorrido na recente luta na Visteon, no Reino Unido, bem como as lutas suscitadas um pouco por todo o mundo devido à reestruturação da indústria do automóvel. Mas, por outro lado, trata-se da tomada e ocupação de uma fábrica e da preparação para a defesa violenta das instalações, se for necessária, e desde há vários anos que não se via na Coreia do Sul nada deste género.
Aquela empresa está desde há três anos sob o controlo da firma chinesa Shanghai Automotive Industry Corporation, que adquiriu 51% do capital. Nessa época a fábrica de Pyeongtaek tinha 8700 assalariados, tendo agora 7000. Em Fevereiro deste ano a empresa entrou num processo de falência, propôs uma reestruturação e ofereceu a fábrica de Pyeongtaek como garantia dos novos empréstimos necessários para sair da situação de bancarrota. Os tribunais aprovaram este plano, com a condição de se proceder a despedimentos que tornassem a empresa novamente rentável.
A administração parece ter adoptado a estratégia de reduzir gradualmente e a longo prazo o número de assalariados e ao mesmo tempo adquirir tecnologia para desenvolver actividade na China. Desde a sua aquisição pela Shanghai Automotive que a Ssangyong Motors não recebeu novos investimentos nem lançou novos modelos de automóveis. (Note-se que nos tribunais o Ministério Público pôs em causa a legalidade dessa transferência de tecnologia para a China, já que se tratava de tecnologia criada com subsídios do governo coreano, mas até esta data não há qualquer decisão judicial acerca do assunto.)
Em Abril, os operários da fábrica de Pyeongtaek responderam com greves à ameaça de despedimentos [demissões], e rapidamente a greve se generalizou e levou à ocupação das instalações por 1700 operários em 27 de Maio, dia em que fora anunciada a lista dos despedidos [demitidos]. Os grevistas exigem três coisas: 1) que não haja despedimentos, 2) garantia de emprego para todos e 3) que não se recorra à subcontratação. A empresa pretende a reforma [aposentadoria] antecipada de 1700 trabalhadores e despediu 300 trabalhadores temporários.
Os operários da Ssangyong Motors são filiados no Sindicato dos Operários Metalúrgicos Coreanos (KMWU, iniciais do nome em inglês) e trabalharam em média entre 15 a 20 anos na empresa. Os que detêm um emprego estável ganham um salário de base, por ano, no montante aproximado de 30.000.000 won (cerca de 25.000 dólares); os temporários ganham cerca de 15.000.000 por um trabalho idêntico. (Na Coreia do Sul o salário de base constitui apenas uma parte da remuneração, que inclui diversos benefícios − para os detentores de emprego estável − bem como o pagamento de horas extraordinárias a uma taxa significativamente superior; é frequente que o trabalho extraordinário chegue a 10 horas semanais e a maior parte dos trabalhadores considera-o desejável para aumentar os rendimentos.)
Em meados de Junho cerca de 1000 operários prosseguiam com a ocupação, sendo a comida fornecida pelas esposas e pela restante família. Cerca de 500 trabalhadores que não estão incluídos na lista dos despedimentos preferiram ficar em casa e cerca de 1000 supervisores estão a desempenhar funções de fura-greves [pelegos], essencialmente manutenção de maquinaria, porque desde que a greve começou não foram produzidos automóveis.
Até agora a polícia não tem estado presente em grande número em Pyeongtaek. Pelo menos em parte, isso deve-se à crise política que a Coreia do Sul está a atravessar, devida ao recente suicídio do ex-presidente No Mu Hyeon e às grandes manifestações de protesto contra o governo de direita de Lee Myong Bak, prevendo-se que essas manifestações se ampliem em Julho. O governo de Lee, eleito em Dezembro de 2007 na base de um programa de elevado crescimento económico, comprometido agora pela crise mundial, foi surpreendido pela escalada de descontentamento, revelada em manifestações que chegaram a mobilizar 1 milhão de pessoas. E como a acção da polícia de choque agravou a indignação e fez com que ainda mais pessoas se manifestassem nas ruas, o governo não quer arriscar-se agora a ordenar um assalto à fábrica de Pyeongtaek.
No dia 16 de Junho ocorreu junto aos portões da fábrica uma grande manifestação contra a greve, com mais de 1500 participantes. Estavam presentes os 1000 supervisores fura-greves, 200 sujeitos pagos para mostrar a musculatura e 300 operários que não constam da lista de despedimentos e não apoiam a greve. No local encontravam-se 400 polícias de choque, que não intervieram e no fim declararam que a manifestação dos fura-greves era ilegal.
Durante a manifestação dos fura-greves, entre 700 e 800 operários de fábricas vizinhas, nomeadamente da firma automobilística Kia, vieram ajudar a defender as instalações da Ssangyang, em parte mobilizados por mensagens sms emanadas do KMWU.
Os operários ocupantes têm a intenção de se defender pelas armas contra qualquer tentativa da polícia de os expulsar da fábrica, e para isso constituíram stocks [estoques] de tubos de ferro e de cocktails Molotov. Em último caso, pensam concentrar-se na secção de pintura, onde calculam que a acumulação de materiais inflamáveis leve a polícia a desistir de lançar gases lacrimogéneos, o que provocaria um incêndio.
Segundo um militante que tem uma atitude crítica relativamente ao sindicato, parece que o KMWU mantém o controlo sobre esta greve. Contrariamente ao papel desempenhado pelos sindicatos na luta da Visteon, no Reino Unido, e no desmantelamento da indústria do automóvel norte-americana, o KMWU tem apoiado até agora as acções ilegais da ocupação da fábrica de Pyeongtaek e da preparação para a sua defesa armada. Por outro lado, todavia, tem insistido apenas na reivindicação do cancelamento dos despedimentos e tem-se mostrado transigente na questão da segurança de emprego para todos e na oposição à subcontratação.
No centro da ocupação da fábrica estão 50 ou 60 grupos de trabalhadores de base, cada um com 10 membros, que por sua vez elegem delegados (chojang) para coordenar a acção. Segundo o já referido militante, estes chojang são os operários mais combativos e com maior consciência de classe.
O resultado da greve está ainda por decidir. Ela beneficia de um clima político momentaneamente propício, que levou o governo coreano a uma atitude de recuo, mas tem de enfrentar a profunda crise da indústria do automóvel mundial e a crise económica generalizada. Nas vizinhanças, a Kia Motor Company encontra-se no meio de delicadas negociações de um plano de crise, e a GM-Daewoo está a ser afectada pela reorganização mundial da General Motors. A estratégia prosseguida agora pela empresa, tal como sucedeu no caso da Visteon, parece ser, no melhor dos casos, um atrito lento, que já vem a ocorrer desde 2006, ou mesmo o encerramento puro e simples da fábrica. Pode suceder que a luta na Ssangyong Motor se repercuta em toda a indústria automobilística coreana ou até passe além, mas o mais provável é que ela seja asfixiada − lenta ou rapidamente − no seu isolamento actual.
[Reino Unido] Encontro de Verão Earth First! A Terra Primeiro!
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Visionamento do filme "Lucio" - Sábado, 13 de Junho, 16h30m - CCL, Almada
A violência de massas cresce com o agravamento da crise mundial
[Dinamarca] 71 presos em Copenhagen no protesto contra o encontro mundial de negócios e mudanças climáticas
Manifestantes se confrontaram com policiais em Copenhagen esta semanaenquanto tentavam interromper o encontro das corporações sobre mudançasclimáticas, o World Business Summit on Climate Change (WBSCC), um apanhadodos mais importantes grupos econômicos e não coincidentemente, os maiorespoluidores do Planeta. Organizado pelo governo dinamarquês, o WBSCC ofereceu aos interessescorporativos acessos sem precedentes às sucessivas discussões sobremudanças climáticas das Nações Unidas, incluindo um ?face time?(cara-a-cara) com o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e otão aclamado ?herói? do clima, Al Gore, o ex-vice-presidente dos EstadosUnidos. O grupo de manifestantes, conduzindo uma faixa que dizia ?Nosso Clima nãoé o seu Negócio?, tentou romper as linhas policiais para acabar com oencontro. O animado grupo de ativistas queria ressaltar o papel destruidordas multinacionais e de grandes corporações nas discussões climáticasinternacional. A lista de corporações participantes incluiu o nº 1 ememissão de carbono no mundo, a Shell, a Duke Energy e a British Petroleum,entre outras corporações criminosas do clima e do meio ambiente. O governo dinamarquês parece estar sob a impressão de que algumas dascompanhias mais poluidoras do mundo vão propor fortes medidas para atacaras mudanças climáticas?, disse Kenneth Haar, pesquisadora do ObservatórioEuropeu de Corporações (CEO), grupo de pesquisa baseado em Amsterdã,Holanda, Mas infelizmente isto não parece ser o caso. As corporaçõesparticipantes do WBSCC estão mais dedicadas a perseguir os negócios desempre, o lucro, a qualquer custo com as promessas de que as futurastecnologias resolverão todos os problemas. Grupos lobistas das grandes corporações estão tentando influenciar asdiscussões sobre as mudanças climáticas nas Nações Unidas desde o começo,e sobre os governos. Mas agora eles estão sendo convidados para compor aagenda das Nações Unidas sobre mudanças climáticas antes mesmo dosnegociadores terem sentado à mesa. Como podemos confiar em um processo que abre suas portas para tantascorporações que criam a crise climática, enquanto fecha as portas aospobres, indígenas e camponeses, que são os menores responsáveis pelasmudanças climáticas, porém sofrerão a forças de seus impactos?Para se envolver com a resistência ao controle corporativo sobre asdiscussões sobre o aquecimento global, mudanças climáticas, visite: www.klimakollektiv.dkwww.actforclimatejustice.orgwww.risingtidenorthamerica.org Tradução > Marcelo Yokoiagência de notícias anarquistas-ana (A)-Infos |
[Peru] Se isto não é uma guerra, o que é?
Retirado de: Rede Libertária
sábado, 6 de junho de 2009
Home: o mundo é a nossa casa (filme de Yann Arthus-Bertrand para assinalar o dia mundial do ambiente)
Ver a versão integral do filme:
www.youtube.com/watch?v=jqxENMKaeCU&feature=featured/
http://www.home-2009.com/us/index.html HOME is a carbon offset moviehttp://www.actioncarbone.org More information about the Planethttp://www.goodplanet.info
quarta-feira, 3 de junho de 2009
O CMA-J vai realizar uma Festa de Solidariedade com Mumia Abu-Jamal no próximo sábado, 6 de Junho, 19h no Grupo Desportivo da Mouraria - Lisboa
Ciclo de documentários sobre a América Latina no bar-livraria Gato Vadio: 1ª sessão (4/6 às 22h.) com o filme Memória del Saqueo de Fernando Solanas
Às quintas-feiras, pelas 22h
(todos os documentários estão legendados em português)1ª Sessão - Memoria del Saqueo, de Fernando Solanas, na Quinta-feira, 4 de Junho, 22hMemoria del Saqueo, Fernando Solanas (Argentina, 2004)Como é possível que um país tão rico possa cair numa situação de pobreza e fome de tamanha magnitude?O que aconteceu com as promessas da modernidade, o trabalho e o bem-estar pregado pelos políticos, empresários, economistas iluminados e os meios de comunicação social?Como se pode entender a alienação dos abundantes bens públicos para reembolsar a dívida, se a dívida negligenciada foi multiplicada várias vezes comprometendo as gerações futuras?Depois da queda da ditadura militar em 1983, sucessivos governos de democracia simulada lançaram uma série de reformas preconizadas com o suposto intuito de tornar a Argentina na economia mais próspera e liberal, o internacionalmente aclamado "El Milagro Argentino".Menos de 20 anos depois, os argentinos literalmente perderam quase tudo!Em nome da globalização e do comércio livre, a Mafiocracia (termo inventado por Solanas) dos governos de Menem e De la Rúa no conluio com o FMI, o Banco Mundial e os seus países constituintes, prosperaram as receitas económicas dos organismos internacionais e da máfia política argentina criando uma dívida astronómica e o esvaziamento social e financeiro o país.As maiores empresas nacionais foram vendidas às corporações estrangeiras a preço sub-desvalorizado, sendo o produto das privatizações desviado para os bolsos de funcionários corruptos. Os novos donos implementarem preços elevados por serviços reduzidos. Sucessivas revisões da legislação laboral cortaram quase todos os direitos laborais conquistados pelos trabalhadores. Num país tradicionalmente grande exportador de alimentos, a desnutrição torna-se generalizada. Milhões de pessoas ficam desempregadas e afundam-se na pobreza vendo as suas poupanças desaparecerem num colapso bancário final.Memoria del Saqueo trata-se de um documentário filmado com uma dinâmica livre, criativa e atraente, que tenta contextualizar e compor um novo quadro dos abalos sociais que o povo argentino sofreu, desde a ditadura de Videla até à rebelião popular de 19 e 20 de Dezembro de 2001, que terminou com o governo da Aliança.
Violência policial no Bairro do Fim do Mundo
Violência policial contra negros pobres soma e segue. Há uma guerra a decorrer contra nós que pouco tem a ver com prevenção e dissuasão do crime. Por Plataforma Gueto Na quinta-feira 21 de Maio, jovens do bairro do Fim do Mundo encontravam-se a jogar basket no ringue do bairro quando uma Equipa de Intervenção Rápida da P.S.P. [Polícia de Segurança Pública], sem justificação, entrou de rompante agredindo os jovens com balas de borracha e gás pimenta. Quatro foram atingidos com balas e um com gás pimenta. Na sua versão a polícia diz que entrou à procura dum “suspeito” e reagiu, “dentro da legalidade”, à resistência dos jovens. No entanto, os presentes afirmam que a polícia chegou com provocações, chamando os jovens para confrontos e que os mesmos evitaram até que a agressão da polícia gerou um natural descontentamento nos moradores jovens e pais, que se revoltaram com a atitude injustificada e desnecessária dos polícias. Face à violação dos seus direitos, cada vez mais frequente, aquilo a que a polícia chamou “resistência à autoridade” foi antes de tudo um acto de defesa de direitos (pois algumas pessoas ainda não se mentalizaram que somos humanos) e de resistência ao autoritarismo que muitos continuam a confundir com autoridade. Aqueles que insistem em defender que estes mesmos polícias apenas têm feito “o seu trabalho”, que é perseguir e deter criminosos, terão que assumir também que ser negro e morar num destes bairros é automaticamente ser um criminoso, e que, praticar desporto entre amigos é praticar um crime no seio duma gang. Senão de que era suspeito o jovem, jogador da selecção nacional de juniores de rugby, que acabou detido com os olhos feridos com gás pimenta? Face às constantes agressões, legitimadas por generalizações abusivas, que transformaram todos os moradores dum bairro em criminosos e/ou dependentes de subsídios, a população começa a acordar. Mais uma vez os moradores reagiram e mostraram que não estão dispostos a ser tratados de tal forma sem que nada aconteça. Não se tratando da tão receada réplica do sucedido na Bela Vista, e apesar de ter ocorrido numa situação diferente, isto ilustra a crescente consciencialização da nossa comunidade em relação ao avacalho que temos sofrido na opinião pública e nas ruas de Portugal. O cordão que se formou para apoiar os jovens e que era constituído por diversos moradores veio reforçar que a comunidade percebe cada vez melhor que neste bairros a polícia é um progressivo factor de violência e não de “paz”, de insegurança e não de “segurança”, de desordem em vez de “ordem”, de tirania ao contrário de “democracia”, de estado sem direitos e não de “estado de direito”. Nesta tanga de democracia a liberdade e segurança duns é paga com a insegurança e tortura de outros. Até os jornalistas que transformaram os seus jornais e telejornais em tribunais sumários de “jovens e bairros problemáticos” defenderam menos vigorosamente os seus executantes de penas chegando até a falar de “excesso de zelo”. Se fosse nas costas deles talvez usassem termos como “brutalidade policial”, mas ainda assim, como não houve nenhum assalto prévio e não arderam contentores, foram tímidos na condecoração dos seus heróis. Nós não temos nenhuma ilusão em relação ao que a polícia significa para nós, mas para aqueles que persistem nessa ilusão deixamos um alerta. Num clima destes só se pode construir uma paz artificial pois sem justiça não há paz. E aqueles que delegam a sua liberdade e segurança neste género de policiamento só estão a alimentar um monstro que não tardará a virar-se contra eles também. Aqueles que sentem que a sua justiça é construída injustiçando os outros só estão a cavar a sua própria sepultura. A mesma classe trabalhadora que tanto tem visto estes polícias, também trabalhadores, proteger os patrões que lhes têm gradualmente retirado os direitos tão arduamente conquistados aplaude estas acções em nome dos valores duma democracia podre. Uma democracia que os coloca “porta fora” das fábricas onde deram a vida em troca de míseros salários enquanto os responsáveis das falências e do desaparecimento das suas poupanças saem escoltados pelos seus heróis (aquando do açoitamento de “negros revoltosos”), que de repente se transformam em seus carrascos. Será que quando “acabarem com os bairros” e “mandarem todos os pretos para a sua terra” estes polícias vão ficar no desemprego? Ou será que vão ter outros bodes expiatórios para combater? Porque entretanto muito mais gente se está a revoltar com estes políticos e estes banqueiros ladrões. Este perfil etno-espacial que os media, comentadores e cientistas sociais têm vindo a traçar para criminalizar a nossa comunidade atenta contra a inteligência de qualquer um. Mas para os mais distraídos fica aqui uma conclusão: o único crime que estes irmãos cometeram na quinta-feira passada foi serem negros e estarem entre amigos. Várias atitudes semelhantes vindas das mesmas viaturas, dos mesmos paramilitares, têm sido relatadas por vários irmãos e irmãs em vários bairros. Há uma guerra a decorrer contra nós que pouco tem a ver com prevenção e dissuasão do crime. Uma guerra que tem a outra frente de batalha nas fronteiras da Europa onde as vítimas são igualmente irmãos e irmãs à procura dum chão mais promissor do que uma África destruída pela pilhagem desta mesma Europa, da América, da China e das novas elites africanas, burguesas e corruptas Trata-se da violência do Estado contra os suspeitos do costume. Violência do mesmo estado que promoveu recentemente, nos bairros e por intermédio dos seus programas sociais, uma campanha de prevenção da violência com referências do desporto e da cultura africanas a mostrarem as suas ferramentas de trabalho com a frase “esta é a minha arma”. Ironicamente na minha cabeça vejo um cartaz igualmente sobre a violência em que o Estado exibe um pequeno polícia e repete a frase “esta é minha arma”. Justiça e paz. NOTA: Inserimos, na secção Em Directo, um curto vídeo (com 20 segundos) captado por um dos habitantes com um telemóvel [celular], e um outro vídeo que é uma reportagem, feita por um dos canais noticiosos, com alguns dos jovens que presenciaram esta intervenção da polícia. Ver em:. Passa Palavra |
Tribunais, revolta e Caxias
Esta descrição podia ser mais breve do que aquilo que vai ser, mas sentimo-nos demasiado inspirados pelos acontecimentos para os resumir, e queremos que também outros se sintam inspirados.Dia 20 de Maio, entre outros acontecimentos que nos ocupavam a alma e também o tempo, decorreu mais uma sessão do julgamento contra 25 ex-reclusos na prisão de Caxias, acusados de danos, fogo posto e motim.Cerca de 15 anarquistas concentraram-se perto do tribunal de Oeiras onde, desde a manhã, distribuímos folhetos contra as prisões, a Lei e a Justiça, e jornais (“Presos em Luta”) a quem passava. Em frente à porta do tribunal estavam pintadas as frases “SOLIDARIEDADE COM OS 25 DE CAXIAS!”, “DESTRUAMOS OS MUROS DA PRISÃO, PARA LÁ DA AMNISTIA E DO PERDÃO.” e “LIBERDADE PARA TODOS. FOGO ÀS PRISÕES. (A)”. Nos arredores, outras pintadas haviam sido feitas num bairro de ricos: “FOGO AOS TRIBUNAIS E ÀS PRISÕES. (A)” e “1000 PRISÕES, 1000 FUGAS”.Em toda a rua do tribunal estavam colados cartazes (como já tinha acontecido em sessões anteriores) com o seguinte texto:“Prisões, revolta e Caxias.13 anos depois de uma luta alargada dos presos pela melhoria das condições a que estavam sujeitos nas prisões, o estado decide levar a julgamento 25 dos então reclusos na prisão de Caxias, acusando-os de motim, danos e fogo posto.Não nos interessa se o fizeram ou não.Interessa-nos sim o amor pela liberdade, aquele que persiste em não morrer, em não se deixar sufocar pelos tribunais, nem pelas grades, nem pelos guardas.São momentos alegres, aqueles em que esse amor se expressa.Momentos em que comunicamos entre corações livres.Momentos que nenhuma autoridade nos pode tirar.Solidariedade com aqueles/as que lutaramSolidariedade com aqueles/as que lutam.Anarquistas pelo corte da mão que nos prende, e pela expropriação da chave.”À saída dos arguidos para o almoço, abrimos uma faixa (“CONTRA O ROUBO DAS NOSSAS VIDAS, NEM TRIBUNAIS NEM PRISÕES”) em frente à porta do tribunal e gritámos “A PAIXÃO PELA LIBERDADE É MAIS FORTE QUE AS PRISÕES”, e “A LIBERDADE ESTÁ NOS NOSSOS CORAÇÕES. ABAIXO OS MUROS DE TODAS AS PRISÕES!”. Foi um belo momento, ao vermos que os polícias presentes não sabiam o que fazer, ao mesmo tempo que os gritos de alguns arguidos se juntaram, sem medo, aos nossos.Ainda deu tempo para insultar a procuradora do Ministério Público, que saiu apressada.À tarde, ouvimos, do interior da sala do tribunal, os gritos vindos do exterior contra o julgamento, as prisões, os juízes, e em solidariedade com os acusados. A dado momento, a juíza desabafou aos intervenientes no julgamento que não tinha poder para conseguir fazer calar os gritos que se ouviam e que estavam a perturbar a sessão.Depois, alguns dos acusados, fartos de estarem a ser vigiados e intimidados pelas bestas quadradas que dão pelo nome de “guardas prisionais”, levantaram-se e começaram a gritar que não tinham que aturar aquilo e a exigir que se afastassem. A esses gritos juntaram-se os da assistência.Mais tarde, um dos guardas aproximou-se da assistência e disse que queria uma cópia daquilo que uma companheira estava a desenhar. Imediatamente nos levantámos e começámos a gritar contra ele e que os guardas estavam a tentar intimidar-nos assim como aos arguidos e, também imediatamente, muitos dos arguidos se levantaram e começaram a gritar contra os guardas e não só. Entre os diversos insultos gritados em todas as direcções às diversas autoridades presentes naquela infame sala, a juíza mandou os bófias evacuar a assistência da sala. Já no exterior do tribunal, 2 companheiros foram identificados. Meia hora mais tarde, a sessão terminou, com alguns dos arguidos a dizerem-nos que conseguiam ouvir os nossos gritos noutras partes do tribunal e no exterior, e que a sessão tinha sido encerrada porque os advogados de defesa estavam todos na conversa e a juíza já não conseguia pôr ordem na sala.A nossa força e a nossa alegria explodem e fortalecem-se com cada ataque à autoridade.O inimigo não está apenas naquele tribunal, a solidariedade não necessita de ser lá.Solidariedade com os que lutaram. Solidariedade com os que lutam.Fogo aos tribunais, às prisões e a ao mundo que os cria.Uns quantos corações livres. Retirado de: Rede Libertária |
II Festival em Cima do Joelho
Gatos Pingados - www.myspace.com/gatospingados
Alcoholocaust - www.myspace.com/thrashalcoholicmetal
Cabeça de Martelo - www.myspace.com/cabecademartelo
Motornoise - www.myspace.com/motornoise
Eskizofrenicos - www.myspace.com/eskizofrenicosband
Sem Talento - www.myspace.com/100talentopunk
Artigo 19 - www.myspace.com/artigo19
Sub-Imundos - www.myspace.com/subimundos666khaosinstreets
Agressão Social - www.myspace.com/agressaosocialtvhc
Quebra Cabeças - www.myspace.com/quebracabecaspunk
Freedoom - www.myspace.com/freedoompunx
Dokuga - www.myspace.com/dokugapunx
Dr.Bifes e os Psicopratas - www.myspace.com/drbifeseospsicopratas
Raios Parta - www.myspace.com/raiosparta
Estado de Sítio - www.myspace.com/estadodesitiopunx
Mais Uma Queda - www.myspace.com/maisumaqueda
Motim - www.myspace.com/motimbandapunk
Acromaníacos - www.myspace.com/acromaniacos
Bloody Disgrace - www.myspace.com/thebloodydisgrace
Konad - www.myspace.com/konadmoska
www.myspace.com/elrattito
Para mais informações visitem: http://festivalemcimadojoelho.blogspot.com
[Grécia] Carta de Nikos Kountardas, preso em Amfissa
Nikos Kountardas foi preso dia 16 de Maio por alegadamente não cumprir o que lhe foi imposto na sua liberdade condicional.Foi ordenado a Nikos que se apresentasse duas vezes por mês na esquadra de polícia da sua localidade (Xanthi no norte da Grécia). A primeira vez que ele se apresentou foi-lhe dito que não poderia assinar a folha que comprovaria que se apresentou na esquadra porque essa mesma folha ainda não tinha sido transferia. Na vez seguinte que se apresentou na esquadra (dia 16 de Maio) foi preso!No dia seguinte (17 de Maio) foi transferido para a prisão de Komotini onde foi posto em isolamento na solitária.No dia 19 de Maio numa tentativa óbvia de o afastar do movimento de solidariedade à sua volta Nikos foi transferido para Amfissa no centro do país.Ele entrou em greve de fome e sede no dia em que foi preso (16 de Maio). Dia 23 parou a greve de sede quando foi informado que vai ser ouvido em tribunal, mas mantém a greve de fome enquanto pede libertação imediata.Os médicos avisaram que o seu estado de saúde se está a detriorar e que se aproxima rapidamente de um estado não reversível!Houve várias acções de solidariedade por todo o país enquanto ele foi transferido para o hospital Nikaia em Atenas.No dia 27 Nikos retomou a greve de sede e mantem a greve de fome desde o dia 16 de Maio. Nesse dia conseguiu fazer chegar secretamente uma carta ao companheiros em liberdade:“I'm writing a few words on a napkin. In secret. They have forbidden me everything. I am in a state of complete isolation. I don’t know what's happening outside. Real terrorism exerted from the deep State itself. However, I believe I haven't said my last word. I hope these will reach the outside world and will become known, propagated. Whatever happens. Hear the testimony of my soul that I have given a week ago to Radio Revolt. The situation and the conditions in here remind me of other dark ages. They are all furious with me. I do not know if I'm considered a political prisoner of their democracy, the only sure thing is that if someday their sovereignty collapses I may perhaps be recognized as a former casualty or former prisoner of their “democracy”. Something like the actual, frequently advertised and honoured, recognisable by all “released and exiled by the dictatorship prisoners” (during the Junta in Greece,1967-1974). Until then what would you expect… deafening silence. Silence like “omerta” that should not “break”. It doesn’t matter, one day they’ll understand, maybe the people will wake up.Here and now in the State Hospital, they have put me in here since Friday after they transported me in almost a coma condition, with pressure 7-5, glykose 45, weighing 6 kilograms less. I’ll try and describe what’s going on. The doctors tried to inject me with IV water, however I did not accept it. In any case I generally have to admit that despite the pressure on them by the State the doctors have kept a decent attitude. However, during the course of the night, on the dawn of Saturday and while I was unconscious a strange woman escorted by policemen entered the room and injected me with glykozated water and vitamins. This is an incident that I want to make public and denounce, while the fact can also be testified by the one and only patient detained in the room with me.What I want to say is that we may all imagine what also happened to Savvas Xiros (injured by a bomb blast) in Evangelismos Hospital. And since I have talked about Friday, I want to thank all the friends and comrades that upset the area around the hospital (solidarity protest). It was moving and pleasant for me while unpleasant for the enemy. Also I want to thank all the people that came outside the hospital the next morning. It was a gesture that livened up my soul. I heard of and was really glad for the great protest in Xanthi, a city that gives birth to anarchists. As well as for the attacks against the riot police in Trikoupi Str in the cities of Athens and Thessalonica. I THANK all the friends and comrades from every corner of the Greek space for their diversified solidarity.Now for some different kind of thanks:* I “thank” the “people in charge” from the Ministry of Justice that are crowding outside the guarded Hospital Ward that they keep me in order to resolve my problem.* I “thank” the Public Prosecutor and Police authorities that within a matter of 10 minutes managed to prepare a case against me, while the responsible for my release Council of Judges of Komotini requires more than 10 days.* I “thank” the humanguards for their “kind” treatment during my transfer-abduction from Komotini Prison, worthy and exemplary for a prisoner in hunger and thirst strike.* I “thank” my inmate in Komotini Prison that in solidarity abstained from food, and burned the Prison Ward when he heard of my torture and continues supporting me despite me “suspicious” fight.* I “thank” here in the State Hospital the guards that allow me to make phone calls, “respect” my private information and in general “respect” the rights of a prisoner.* I “thank” the para-government that has “not” threatened my parents…* Finally I “thank” in advance all the scam that will defame and slander this second and difficult effort of mine to pursue my rights.Today, Wednesday 27/5/09 noon I began the 2nd and last Hunger and Thirst Strike. I will fight for my right by any means necessary. If there’s no solution then it's WAR WAR WAR!While closing this letter I'm asking for two favours. I had promised something to Alexis in P.Faliro, perhaps I won't be able to make it. Comrades, please spread this now during the exam school period for those who want to study in Universities: December the 6th, 2008 – June the 6th, 2009. No students and schoolmates this year to be candidates to join the Police Force. WE DO NOT FORGET - WE DO NOT FORGIVE.And finally, protect those in Xanthi as if it was your own eyes.I’m not of this world.LONG LIVE TOTAL FREEDOMWith true love, Nikos Kountardas
Fonte: Occupied London