segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

CERVAS na Casa da Horta Apresentação e Jantar de Beneficência - 29 de Dez - 20h


CERVAS na Casa da HortaApresentação e Jantar de BeneficênciaCasa da Horta, Porto.
29 de Dezembro de 2009, 20h
No dia 29 de Dezembro de 2009 (Terça-feira) a partir das 20h terá lugar na Casa da Horta, no Porto, um jantar de Beneficência, seguido de uma sessão de apresentação (22h) do Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens (CERVAS). Esta actividade promovida pela Associação Cultural Casa da Horta, tem como objectivo a divulgação do trabalho do CERVAS e angariação de apoios, ideias e parcerias para as actividades desde centro que está localizado em Gouveia, no Parque Natural da Serra da Estrela.
Informações:- Preço do jantar: 12,5€ (inclui sopa, prato e sobremesa)- Inscrições: cervas.pnse@gmail.com- Ver como chegar à Casa da Horta em http://casadahorta.pegada.net/
O CERVASO CERVAS é uma estrutura que pertence ao Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) / Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE) e que se encontra actualmente sob a gestão da Associação ALDEIA (http://www.aldeia.org/) com o apoio da ANA – Aeroportos de Portugal e outros parceiros. O centro tem como objectivos detectar e solucionar diversos problemas associados à conservação e gestão das populações de animais selvagens e dos seus habitates. As linhas de acção do CERVAS são a recuperação de animais selvagens feridos ou debilitados, o apoio e/ou a realização de trabalhos de monitorização ecológica e sanitária das populações de animais selvagens, o apoio e fomento à aplicação do Programa Antídoto – Portugal http://www.antidoto-portugal.org/, a promoção da sensibilização ambiental em matéria de conservação e gestão dos animais selvagens e o funcionamento como unidade intermédia de gestão e transferência de informação e amostras tratadas através de parcerias científicas.

ROCOKOLA HIP-HOP FESTIVAL


...en solidaridad con el anarquismo luso.Domingo 3 de Enero de 2010COKO La Kondenadac/ San Enrique 5L1 EstrechoMadrid(Ni perros ni vidrios ni trapicheos)16.00 SOBREMESA PORTUGUESA. Cafelito rico16.30 PROYECCIÓN "MEMÓRIA SUBVERSIVA". Un repaso a la historia del anarquismo en Portugal.18.00 CONVERSA. Actualidad del anarquismo en Portugal (Con compañerxs de allí)19.30 CONCIERTOS.PUNTO DE FUGA (Móstoles)K DE ESPADAS (Zaragoza)CALLA LA ORDEN (Aranda de Duero)VETE TÚ A SABER (Madrid)N-KO Y DJ ORBE (Madrid)REQUIEM 354 Y BEAT BOSS (Zamora)+ MICRO LIBRE CON DJ OSKAR (Zaragoza)(*Petiscos: Habrá comida vegana típica portuguesa para picar hasta fin de existencias)

Lembrar Gaza hoje porque todos somos Palestina - contra o massacre e o genocídio dos palestinianos







Todos somos PalestinaNo ano passado, a 27 de Dezembro de 2008, Israel lançou a Operação Chumbo Fundido contra Gaza, utilizando a força bruta de um dos mais bem equipados exércitos do mundo contra a população indefesa de Gaza com o pretexto de silenciar os foguetes do Hamas que eram lançados sobre territórios ocupados por Israel.Os efeitos da invasão foram catastróficos.Pelos direitos inalienáveis do povo palestinianoNão ao massacre e genocídio do povo palestinianoFim à ocupação israelitaNão ao Muro do ApartheidO Sionismo não é só inimigo da Palestina,mas de toda a Humanidade
http://www.palestinalibre.org/index.phphttp://www.gazafreedommarch.org/article.php?list=type&type=416http://palestinefreevoice.blogspot.com/http://gazafreedommarch.wordpress.com/



GUERRA SOCIAL DOS DESTEMIDOS

SOBRE OS RECENTES ACONTECIMENTOS NA EUROPA
Os patrões vivem aterrorizados com a possibilidade de que não apenas um mas muitos percam o medo. Eles têm de espalhar o medo constantemente. O maior perigo para eles é que o ser humano se torne destemido.
Este perigo torna-se verdadeiro para o capital e para o Estado. Durante alguns meses e até mesmo anos várias pessoas escolheram contra-atacar. Há vários anos que se vêm verificando distúrbios em várias partes do mundo. Na europa, as zonas onde se testemunharam acções deste género foram, entre outras, bélgica, alemanha, frança e grécia. Vão aparecendo regularmente picos de agitação e motins. Movimentos e agitações à volta das prisões, da bófia e entidades tecnológicas (como as lutas anti-nuclear, etc) têm lugar numa base quase diária. Em muitos casos a crítica é feita na prática. Os meios da luta são o fogo e a destruição.
Apesar de, por razões tácticas e também por medo, os media gregos assim como alguns media europeus silenciarem os motins que estão a decorrer neste momento na Grécia, a tensão é claramente visível. No dia 6 de dezembro de 2008 um bófia chamado Koroneas assassinou a tiro Alexis Grigoropolous, o que despoletou uma onda de destruição por parte da população grega (jovens, estudantes, universitários, anarquistas, hooligans) e pelos imigrantes, contra as instituições do poder assim como contra algumas das fontes de dinheiro do poder. O que estava ao alcançe de ser destruido foi destruido. E o estado grego perdeu uma grande fatia do controlo... Reorganização... do partido Nea Dimokratika ao Pasok; e cada ano se torna mais claro que não é a ordem dos partidos politicos que faz a diferença e o quão socialmente podre este aparato é (estado, economia, tecnologia).
O estado grego aroveita-se da comemoraçaõ do assassinato de Alexis para reestruturar a sua própria imagem. As manifestações são brutalmente oprimidas. As pessoas têm literalmente de lutar para poderem se manifestar nas ruas. Mas desta vez faltou o factor espontaniedade e por isso o estado teve tempo para se preparar. Muitos estavam à espera deste dia para expressar a sua raiva. Mas são exactamente aqueles que não ficaram sentados de braços cruzados durante todo o ano que a bófia quer punir, ao punir Elias. O estado quer transformar o caso de Elias Nikolau e de outros como ele num exemplo, porque são oponentes e enimigos bem conhecidos da ideologia democrática e do consequente regime democrático. E assim anunciou no dia 3 de dezembro (três dias antes do aniversário do assassinato de Alexis) a sentença de sete anos e meio de prisão. Mais uma vez na história o estado diz: quem pensa e age como os condenados tem de esperar o mesmo.
O estado tem de manter as aparências e provar que é capaz de mostrar quem manda, quem é a autoridade, pela força dos punhos. Autoriza os bófias a quebrar o estatuto de asilo politico das universidades para criar a ordem autoritária e agir contra a população revoltosa assim como contra os anarquistas. Em poucos dias mais de 800 pessoas são presas. Regularmente bófias e fascistas aliam-se e formam uma equipa contra os anarquistas nos combates de rua. Muitas vezes o fascista e o bófia são a mesma pessoa e /ou do mesmo grupo; são simultâneamente bófias e membros de grupos de fascistas. È assim que funciona a contra-insurgência. Estas tácticas contra-insurgentes são combinadas com outras tácticas policiais que parecem inspiradas no estilo alemão, o que demonstra uma troca internacional de informação e experiência e um fluxo de capitais no que diz respeito a tácticas de contra-insurgência.
Tudo o que é diferente é oprimido. O conflito não é permitido. As ideias e opiniões que não as dos patrões são silenciadas. Mas é cada vez mais óbvio: os anos da utopia capitalista – a paz – acabaram. Quando o estado diz paz o que significa é exploração e escravatura para os seus cidadãos, prisão e tortura psicológica e/ou física para os seus inimigos. A guerra social latente é cada vez mais evidente. Muitas pessoas na europa e por ai fora estão a agir contra a utopia capitalista. Estamos em guerra social.
O estado gera o medo através da criação dos seus inimigos. Desde comunistas, a terroristas, a anarquistas. Mais uma vez o enimigo é o anarco-terrorista.
O estado aproveita-se dos seus enimigos que o querem destruir. Tal unifica o povo e fortalece a nação e o nacionalismo. Hitler tinha a noção disso e usou-o para intensificar a figura dos judeus como arquinimigos. O capitalismo vai construindo a sua sociedade a partir da união na luta contra o inimigo comum. E o racismo está a alcançar, mais uma vez, novos limites.
É precisamente esta sociedade que atacamos. Fazemos isto por nós (cada individuo por si e por nós como grupo) e em solidariedade com os rebeldes gregos, com os jovens nas ruas, destruidores de todo o lado, anarquistas combatentes e nihilistas.
A DEMOCRACIA MATA. A MÁSCARA DO SOCIALISMO ESTÁ A CAIR. LIBERDADE PARA TODOS. ABRAM AS PRISÕES E DEPOIS PEGUEM-LHES FOGO. LIBERDADE PARA OS PRISIONEIROS DE DEZEMBRO. LIBERDADE PARA OS 6 ANARQUISTAS DE BELGRADO. CUMPRIMENTOS ANARQUISTAS A ELIAS NIKOLAU, CHRISTOS STRATIGOPOLOUS, ALFREDO BONANNO, GIANNIS DIMITRAKIS, POLIS GEORGIADIS, YOSPAS, HADJIMICHELAKIS, MASOURAS – A TODOS OS CAPTURADOS COMO ALEGADOS MEMBROS DAS CÉLULAS DO FOGO, AOS REBELDES E INSURRECIONALISTAS EM BERLIM, HAMBURGO, BÉLGICA, FRANÇA E EM TODO O LADO.
http://cettesemaine.free.fr/spip/ (frança e outros sitios)http://suieetcendres.blogspot.com/ (bélgica)http://directactionde.blogspot.com/ (alemanha)http://www.occupiedlondon.org/blog/ (grécia)http://greeceriots.blogspot.com/ (grécia)http://ooesteselvagem.blogspot.com/ (tuga)
Retirado de: Indymedia Portugal

terça-feira, 15 de dezembro de 2009


[Grécia] Urgente: Comunicado de Anarquistas de Atenas

Os últimos dias têm sido visto incríveis orgias da Junta militar na Grécia.Exemplos:1) Os policiais com armas de fogo nas manifestações;2) Policiais em motocicletas fazendo incursões contra manifestantes;3) Policiais seguindo manifestantes pacíficos nas ruas, detenções indiscriminadas e selvagens;4) Encenações preparadas, como a suposta tentativa de assassinato contra o reitor do Pritanea;5) Um grande número de acusações vagas e até mesmo criminosas para deter as pessoas jovens e adultas;6) Fechamento de escolas sob o pretexto da gripe suína e espancamentos na surdina de estudantes que queriam chegar às suas escolas;7) Secretas encapuzados seqüestrando jovens manifestantes;8) Maior nível de colaboração entre os neo-nazistas da Golden Dawn e a polícia;9) Reuniões secretas entre Chrysohoides [ministro para a "proteção dos cidadãos"] e os diretores de canais de televisão e jornalistas para decidir como apresentar a informação na TV;10) Câmeras secretas escondidas e helicópteros sobrevoando constantemente;11) Tolerância zero, uma laranja amarga, ou uma pedra arremesada em um banco tornou-se um crime grave e um pretexto para um ataque da polícia;12) Proibição de manifestações e reuniões políticas nas áreas de maior movimento, com intimidação policial massiva e revoltantes filas de averiguação;13) Ataques hackers contra o Indymedia, páginas de okupas e TVXS (TV Sem Fronteiras), eliminando comentários;14) Invasão e detenção preventiva em muitos espaços autogeridos;15) De um modo orwelliano, os anarquistas e os rebeldes são chamados de "fascistas e nazistas!";16) Eliminação do direito de asilo acadêmica, como uma Junta militar.E muito mais!Algumas dessas coisas aconteceram de forma isolada, e algumas ocorreram apenas durante a Junta Militar dos Coronéis (1967-1974), enquanto que outras nunca tinham acontecido antes, só agora. Nunca tinha passado todas juntas em tão curto espaço de tempo!Parece que o choque que aconteceu aqui, e que eles escondem, tal como o indomável dezembro, tem o poder de ativar um plano de emergência, um novo “molde de gesso” [repetindo o pronunciamento da Junta em 1967].Esses momentos são mais do que histórico. Estamos assistindo, pela primeira vez desde 1967, uma tentativa de impor um golpe de estado da polícia fascista. Se numa “democracia parlamentar" são capazes de cometer tais crimes, essa Junta é um pouco diferente, e nós todos temos que começar a entender. Os lemas anarquistas nas ruas estão começando a dizer sem rodeios: "Abaixo a Junta."Há cumplicidade dos procuradores, dos reitores, das classes mais altas, da mídia burguesa e da polícia, e ainda não sabemos que outras forças locais e estrangeiras foram recrutadas. Ouvimos falar de pessoas desaparecidas. O clima é tão duro como durante a Junta.Este não é o momento de ficar calado! Essa não é hora de relaxar!Todos nas ruas - Sentadas em todas as partes!Por favor, ajude a derrubar a Junta militar grega!O regime está pelas vias de 1967!Despertemos!Fonte: agência de notícias anarquistas-ana

Mais de cem mil pessoas fazem passeata em Copenhague; Pelo menos 900 manifestantes foram presos




Cerca de 100 mil pessoas saíram às ruas de Copenhague neste sábado (12) numa passeata em defesa do meio ambiente e pelo clima, sob o lema "Mudança de sistema, não mudança climática". A marcha de seis quilômetros, em meio ao frio, partiu por volta das 13 horas da praça do Parlamento, no centro da cidade, em direção ao Bella Center, o local onde acontece a conferência climática com mensagens em defesa do Planeta. A manifestação foi realizada em uma atmosfera festiva e colorida, com grupos de todos os tipos e de muitos cidadãos sem participação em grupos organizados. Muitas pessoas estavam munidas de cartazes, faixas e fantasias. Também vários grupos com batucadas. Logo após o início do protesto, centenas de jovens do bloco anarquista "Never Trust a Cop", vestidos de negros, atacou várias lojas, quebrando vitrines com martelos e pedras. Os prédios do Ministério de Relações Exteriores e da Bolsa de Valores de Copenhague foram um dos alvos danificados. Os anticapitalistas também atacaram alguns carros. A polícia de choque reagiu rapidamente, cercando o grupo e imobilizando vários ativistas, obrigando-os a deitarem no chão, e depois os colocaram em vans. O bloco foi isolado da passeata para o bairro de Amarger. A polícia prendeu dezenas de manifestantes nesta investida. "Eu acredito na anarquia. Por mim, a gente quebrava tudo porque, infelizmente, só assim se consegue atenção. E os políticos estão aqui para falar em dinheiro, enquanto nós estamos aqui para falar do planeta e da vida humana", disse um ativista. Outro afirmou: "Eu sou a natureza. Eu sou o clima. Por isso estou aqui para defender minha existência". Há relatos que o "Bloco Socialista Libertário" também foi reprimido.Milhares de policiais foram mobilizados para acompanhar o protesto principal e o bloco anticapitalista “Never Trust a Cop” especificamente. No dia a polícia da Dinamarca deteve pelo menos 900 pessoas. Os detidos foram levados para um centro especial adaptado pelo governo dinamarquês, que está sendo chamado de “Guantánamo Climático”. Os ativistas podem permanecer detidos por até 12 horas. Alguns serão levados a juízes dentro de 24 horas. A manifestação principal acabou à noite com uma série de apresentações musicais e discursos de várias organizações no lado de fora do Bella Center. Centenas de pessoas estão reunidas agora à noite nas proximidades do centro de detenção pedindo a libertação dos detidos.Mais infos em inglês: http://indymedia.dk/ Fotos: http://indymedia.dk/articles/1545 Vídeos: http://cop15live.com/ agência de notícias anarquistas-ana

sábado, 12 de dezembro de 2009











12 de Dezembro - Dia de acção global pela Justiça climática: Mudemos de sistema, não de clima!

Hoje, 12 de Dezembro, dezenas de milhares de pessoas vão marchar em Copenhague para exigir acções concretas e efectivas contra as mudanças climáticas. Muit@ s ainda têm esperança que «reunião de cúpula dos líderes mundiais seja capaz de chegar a um acordo que seja bom para o povo e o clima. Mas nós bem sabemos que as negociações não vão resolver a grave crise climática em que estamos metidos.
Na verdade, não estamos mais perto de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa do que no início, quando as negociações começaram há quinze anos: as emissões continuam a aumentar a ritmo acelerado, enquanto o comércio de carbono permite que os criminosos do clima continuam a poluir e a ganhar lucros com isso. Diante da profunda crise da nossa civilização, tudo o que vemos é um circo político a defender os interesses empresariais das grandes corporações capitalistas.
Em resposta a esta loucura, um movimento internacional pela justiça climática tem vindo a reivindicar poder sobre o nosso próprio futuro. Como parte deste, um novo movimento global pela justiça climática surgiu para reivindicar o poder sobre o nosso futuro. Não podemos confiar, em 1º lugar, naqueles que criaram o problema, e que têm grande interesse para diminuir o poder sobre o nosso futuro, nem alimentar a nossa fé nas tecnologias inseguras, insustentáveis e que não oferecem garantias. Ao contrário daqueles que escolhem o capitalismo 'verde', nós sabemos que no nosso planeta finito é impossível ter um crescimento infinito. Em vez de tentar reparar um sistema destrutivo, devemos:
• Deixar os combustíveis fósseis no subsolo• Socializar e descentralizar a energia• Re-localizar a nossa produção de alimentos• Reconhecer e restaurar a dívida ecológica e climática• Respeitar os direitos dos povos indígenas• Regenerar o nosso ecossistema A única maneira de conseguir isso é não mais estarmos à espera que alguém actue, ou que corrija problemas em outros lugares - pois, devemos e podemos tomar o poder nas nossas próprias mãos e construir um movimento forte, que lute pela justiça climática: um mundo onde as soluções para a crise do clima não sejam pagas pelos que fizeram o mínimo para causar o problema, e que lute por um mundo onde a qualidade vida de alguém não signifique a exploração de outros, e para um mundo com mais tempo para o prazer, a solidariedade e um desenvolvimento mais humano real, enfim, para um futuro brilhante sem o capitalismo.Juntem-se ao bloco às 13:00 no Slotsplads Christiansborg (Praça do Parlamento), em Copenhague centro para pedir
MUDEMOS DE SISTEMA , NÃO DE CLIMA!

Retirado de
pimentanegra.blogspot.com/

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Coordinadora Antifascista da Estremadura : Solidariedade com os arguidos do 25 de Abril de 2007


Hoy, día 7 de diciembre, la Coordinadora Antifascista de Extremadura ha salido a la calle para informar a la gente sobre el caso de los 11 compañeros detenidos en Lisboa durante una manifestación antifascista y anticapitalista, y para solidarizarse con ellos en este día en que están siendo juzgados por el Estado portugués. Han repartido octavillas y desplegado una pancarta en el parque de San Francisco, para después proceder a la lectura del manifiesto de apoyo, repitiéndose este mismo acto en la plaza del ayuntamiento.Manifiesto:Farsa judicial en portugalhttp://www.kaosenlared.net/noticia/solidarios-con-los-11-lisboaHoy, 7 de diciembre, en Lisboa juzgan a 11 personas por expresar su rechazo al fascismo y el capitalismo en una manifestación durante el pasado 25 de abril de2007. Acusados de “agresión, injuria agravada y desobediencia civil”, en realidad han sido detenidos aleatoriamente entre los manifestantes con el único objetivo de coger a once cabezas de turco mediante los que reprimir el movimiento popular portugués.En el Estado vecino, durante los últimos años, el incremento de organizaciones sociales y políticas de extrema derecha (es representativo el aumento del peso mediático del partido fascista PNR) ha alarmado a muchas personas. Debido a este auge, se convocó una manifestación para el día 25 de abril de 2007, cuyo mensaje era claro: “contra o fascismo, mas também contra o capitalismo e contra toda a autoridade”. Varios cientos de personas se concentraron en la Praça da Figueira y marcharon en dirección al Chiado. Cuando la manifestación acabó, contaba con mas de 500 personas, en un ambiente formidable, llenando la plaza deLargo de Camões. Entonces, un grupo de 150 manifestantes cometió la imprudencia de volver a descender el Chiado en dirección a Rossio, y cuando se encontraban en la Rua do Carmo, el Cuerpo de Intervención de la Policía de SeguridadPública (PSP) y varios policías de paisano cortaron la vía a ambos lados. Sin aviso previo ni orden de dispersión, comenzaron a cargar contra los manifestantes, sin que hubiera en ningún momento intención de dispersar la manifestación. La policía atacó a los manifestantes y continuó golpeando brutalmente a los que caían al suelo. Otros fueron perseguidos por las calles limítrofes y ni siquiera algunos transeúntes y turistas escaparon a la violencia policial.Ese día se conmemoraba el fin de la dictadura fascista en Portugal y, paradójicamente, fue uno de los días en los que no quedaron dudas sobre la verdadera cara de la democracia. Para justificar la brutal actuación policial en este día simbólico, el Partido Socialista Portugués montó una campaña de desinformación a través de los medios de comunicación, pintando a los manifestantes como peligrosos y a la actuación policial se la declaró dentro de los principios de la “legalidad, proporcionalidad y adecuación”.Once de los manifestantes fueron detenidos aleatoriamente durante la carga policial y han sido acusados de agresiones e injurias contra esos mismos policías que tan brutalmente actuaron. Ante esta farsa judicial, estos compañeros antifascistas, luchadores por la libertad, necesitan nuestra solidaridad. Hoy los juzgan en Lisboa, pero desde Badajoz mostraremos nuestro apoyo. Ante la represión, el fascismo y el capital, ¡nuestra fuerza, la solidaridad!Coordinadora Antifascista ExtremaduraSección Badajoz[Más info: Boletín de la AIT Secçao portuguesa: http://ait-sp.blogspot.com/]

O julgamento dos detidos na manifestação anti-autoritária de 25 de Abril de 2007 teve início...

O julgamento dos detidos na manifestação anti-autoritária de 25 de Abril de 2007 teve ontem início; contudo, devido a uma falha por parte do tribunal nas notificações de arguidos, a 1ª sessão foi imediatamente adiada para dia 22 de Janeiro de 2009.Num complexo de edifícios onde vidas são decididas, inserido num complexo comercial, inserido num complexo habitacional de ricos, por alguma razão desconhecida, o Campus de Justiça de Lisboa estava literalmente ocupado pela polícia, com várias dezenas de agentes do Corpo de Intervenção e do SIR a cercarem, principalmente, o edifício B (o dos juízos criminais), e alguns agentes à civil a vaguear por ali.Na verdade, o único exemplo de vida naquela zona eram os 20 companheiros que ali se juntaram e gritavam e assobiavam e mostravam uma faixa onde se lia "hoje como ontem, continuamos na rua".

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Sábado, 12 de Dezembro- terra de ninguem


17h: Documentário - The potentiality of storming the heaven[Áudio: Grego. Legendas: Inglês]Um documentário de 28 minutos sobre a insurreição de Dezembro de 2008 na Grécia, através das palavras e acções de quem nela participou. O vídeo foi criado em Salónica em Janeiro de 2009, e a sua primeira apresentação aconteceu antes de uma discussão e reflexão aberta sobre a insurreição, na biblioteca ocupada de Ano Poli.20h: Jantar benefit para o processo dos detidos na manifestação anti-autoritária de 25 de Abril de 2007, cujo julgamento se iniciou a 7 de Dezembro de 2009.

CONCENTRAÇÃO

CONCENTRAÇÃOCONTRA O DESPEJO DO CENTRO DE CULTURA LIBERTÁRIADIA 11 DE DEZEMBRO – SEXTA-FEIRA – 18 HORASLargo Alfredo Diniz (à saída dos barcos) – Cacilhas






Texto dirigido à população de Cacilhas:
Contra o despejo do Centro de Cultura Libertária!O Centro de Cultura Libertária é um ateneu cultural anarquista que, desde há 35 anos, está sedeado no número 121 da Rua Cândido dos Reis, em Cacilhas. Tem sido um espaço único pela sua longevidade e pelo papel de preservação da memória histórica libertária que sempre desempenhou, mas também pela ligação afectiva que gerou nas várias gerações que por ele passaram, encontrando sempre nesta associação um espaço fundamental de pensamento, cultura e liberdade.O Centro de Cultura Libertária foi fundado logo após o 25 de Abril de 1974 por velhos militantes anarquistas que resistiram à ditadura, tais como Francisco Quintal, Jaime Rebelo, Adriano Botelho, Sebastião de Almeida ou José Correia Pires, antigo prisioneiro do campo de concentração do Tarrafal e homem ligado ao associativismo em Almada. Desta forma, este espaço esteve, desde a sua origem, ligado à tradição de apoio mútuo e luta pela liberdade que sempre encontrou terreno fértil na cidade de Almada.O Centro possui uma biblioteca e um arquivo únicos em Portugal, com material editado ao longo dos últimos cem anos, assim como uma livraria de cultura libertária. Durante a sua existência, o Centro acolheu várias actividades culturais, tais como debates, passagem de vídeos, exposições ou diversos ateliers. Diferentes publicações aqui se editaram, como o jornal “Voz Anarquista” nos anos 70, a revista “Antítese” nos anos 80, o “Boletim de Informação Anarquista” nos anos 90 e a revista “Húmus”, mais recentemente.Em Janeiro de 2009, foi instaurada por parte do proprietário do edifício uma acção de despejo contra o Centro de Cultura Libertária. Esta acção foi contestada por vias legais, o que deu lugar a um julgamento que decorreu entre Setembro e Outubro. No dia 2 de Novembro, foi emitida a sentença que resultou na resolução do contrato de arrendamento, tendo sido dados 20 dias ao Centro para abandonar as suas instalações. O Centro recorreu desta sentença, de forma a suspender a ordem de despejo, encontrando-se neste momento a aguardar nova decisão judicial.Na decisão do tribunal, não foram tidas em conta as testemunhas do Centro, incluindo dois vizinhos, tendo sido todo o crédito concedido às acusações do proprietário quanto ao suposto ruído que o centro produziria e à realização, por parte do mesmo, de pretensas festas que se prolongariam pela madrugada. O ruído que o Centro produz é apenas aquele que se pode esperar de uma associação durante o seu normal funcionamento e não justifica, de modo algum, uma acção de despejo. As condições de insonorização do prédio são, essas sim, muito más e constituem a causa do desconforto sentido pelas pessoas que moraram por baixo do Centro. O senhorio, contudo, nada fez, ao longo dos anos, para tentar solucionar esse problema.A motivação do senhorio, proprietário de vários prédios e pensões na região de Lisboa, é clara: despejar uma associação que paga uma renda mensal baixa (52,50 euros) e cujo contrato só pode ser rescindido através de uma acção de despejo, abrindo assim o caminho à rentabilização do imóvel, alugando-o por um preço bastante mais elevado do que o praticado até agora.O papel do tribunal é, também ele, bastante claro: defender o interesse dos proprietários e a propriedade privada, alicerces deste sistema baseado na desigualdade e na ganância.Só nos foi possível suportar os elevados custos judiciais devido ao apoio de muitas pessoas que se solidarizaram com a importância que este espaço representa tanto a nível local como a nível nacional. Muitos inquilinos, confrontados com um processo semelhante, não teriam sido capazes sequer de enfrentar o senhorio em tribunal, por não terem condições para suportar as despesas. Para eles, um processo destes significaria, automaticamente, o despejo, nada podendo apelar à “Justiça” dos Tribunais.À semelhança dos/as companheiros/as que lutaram para que este espaço existisse, resistiremos uma vez mais, e NÃO perderemos o CCL nem às mãos dos tribunais, nem da especulação imobiliária nem por nada. Apelamos, por isso, à solidariedade de todos aqueles e aquelas que também sentem que este espaço, parte integrante da identidade e da memória histórica de Cacilhas, deve continuar onde sempre esteve.Continuaremos a lutar, com o vosso apoio e solidariedade, para que este espaço continue!
Centro de Cultura Libertária23 de Novembro de 2009
Concerto benefit para o CCL organizado pelo pessoal da Anticorpos em Ermen, na Holanda.Mais informação:http://www.myspace.com/anticorpos_hollandhttp://anticorpos.nl


















Tensão na Grécia na véspera do aniversário do assassinato de Alexander Grigoropoulos...

... a luta continua[A tensão política e social aumenta em toda a Grécia dias antes do fim de semana crítico (sábado, 5 - segunda-feira, 7), que marca o primeiro aniversário do assassinato de Alexander Grigoropoulos e a posterior Revolta de Dezembro. Diversas manifestações estão sendo convocadas por todo o país em 6 de dezembro. Temendo confrontos, as autoridades gregas transferiram, de meados de dezembro para janeiro, o julgamento do policial que matou Alex.]Na frente de trabalho, alguns setores estão em plena agitação. Na segunda-feira, 30 de novembro, se viu em Atenas uma manifestação dos médicos de hospitais que entraram em greve por 24 horas, em frente ao hospital de Evangelismos. Ao mesmo tempo, as enfermeiras do hospital de Agia Eleni ocuparam os escritórios do hospital, exigindo que as enfermeiras empregadas deixem de trabalhar como escriturárias e se encarreguem apenas dos cuidados médicos. Nas telecomunicações, os trabalhadores da Wind convocaram uma greve de 24 horas para esta quinta-feira, 3 de dezembro, em resposta as “demissões voluntárias" de 200 trabalhadores. Ao mesmo tempo, arqueólogos contratados pelo Ministério da Cultura convocaram uma greve de 48 horas desde a quarta-feira até hoje, quinta-feira, para exigir o pagamento imediato de seus salários. Ontem os arqueólogos se reuniram diante do Museu Arqueológico de Atenas e marcharam para o ministério. Do lado da indústria pesada, os metalúrgicos convocaram uma greve de 24 horas em protesto contra a demissão de 16 trabalhadores da Companhia Siderúrgica Nacional. No setor público, na quarta-feira, 2 de dezembro, os trabalhadores municipais de Tessalônica bloquearam vários órgãos estatais, impedindo a entrada de todos os cidadãos e funcionários. Exigem a revisão dos novos planos do governo em relação ao estatuto dos funcionários públicos. No campo, os produtores de pêssegos estão bloqueando a rodovia de Egnatia, parando todo o tráfego a partir do oeste de Tessalônica, exigindo que o Ministério da Agricultura fixe um conjunto universal de preços para seus produtos.Finalmente, um acontecimento de que se fala muito, mesmo na mídia burguesa, é o ataque com ácido ao carro de uma trabalhadora de limpeza, Venetia Monalopoulou, contratada pelo aeroporto de Tessalônica. A limpadora é uma líder sindical, com um papel importante nos esforços para construir uma frente de limpeza autônoma de acordo com o modelo proposto por K. Kouneva, a limpadora de Atenas, que um ano atrás foi alvo de uma tentativa de homicídio com ácido sulfúrico. O último ataque aconteceu durante uma assembléia de trabalhadores de limpeza e foi condenado por eles como "terrorismo patronal”.Na frente estudantil, uma marcha de protesto tomou às ruas de Atenas através de pilhas de lixo devido ao bloqueio na remoção de lixos. Os estudantes denunciaram o fechamento de suas escolas pela colaboração entre a reitoria e as autoridades policiais, durante o 36 º aniversário da insurreição da Escola Politécnica de Atenas, em 17 de novembro. Um protesto semelhante tomou as ruas da cidade de Volos, na terça-feira, 1 de dezembro. Ao mesmo tempo, os trabalhadores da Universidade do Peloponeso, ocuparam os escritórios do reitor da sua universidade, bloquearam a principal rodovia de Corinto em 2 de dezembro, paralisando, deste modo, todos os movimentos na península. Nesta quinta-feira, 3 de dezembro, várias universidades em todo o país amanheceram ocupadas por estudantes, que vão mantê-las abertas e sob ocupação até o aniversário do assassinato de Alexander Grigoropoulos.Na frente anti-repressiva, o julgamento do preso anarquista Ilias Nikolao começou na manhã desta quarta-feira, com uma presença policial draconiana, um grande protesto motorizado aconteceu na noite passada até a prisão de Diavata onde se encontra Ilias. Ao mesmo tempo, um grande protesto tomou às ruas de Tessalônica nesta segunda-feira, 30 de novembro, pelo ataque explosivo paraestatal na semana passada contra o Centro Social Antiautoritário Buena Ventura. Um dia antes houve uma outra manifestação antirepressão na rua Petralona, em Atenas, contra o ataque com bomba na casa de um membro do Partido Revolucionário dos Trabalhadores (Εργατικό Επαναστατικό Κόμμα, trotskista) que está ativamente envolvido no processo anti-gentrificação nesta área. Ao mesmo tempo, duas novas ocupações surgiram no arquipélago do antagonismo social: em Exachia e Corfu. Esta última foi recebida com grande pressão da polícia local.Para terminar, o já tenso ambiente social e político têm sido impulsionados por uma série de ataques contra o Estado e objetivos capitalistas em todo o país, quase que diariamentes. O mais recente aconteceu na terça-feira, quando foi atacada intensamente com coquetéis molotov o centro comercial de Kaisariani, um bairro do leste de Atenas, visando principalmente os bancos. Em Tessalônica, a guerrilha urbana Desorientados/ Ministros de Erebus reivindicou uma série de ataques contra casas de policiais, juízes e diretores de jornais com explosivos de baixa intensidade.

agência de notícias anarquistas-ana

A escravatura não acabou


A “crise” mundial está a fazer crescer o apetite pelo trabalho escravo: a cada dia que passa, milhares de pessoas são vendidas e forçadas a trabalhar ou a prostituir-se. O tráfico de seres humanos, escravatura dos tempos modernos, está a aumentar por todo o Mundo. A maior parte das histórias não são tão espectaculares – e não têm final feliz.IHá meses que ele não conhece outro lugar. O barco, registado na Tailândia, tem quarenta metros de comprimento por uns cinco de largura. Todos os dias, 12 horas por dia, puxa as pesadíssimas redes de peixe. Ainda não tem 40 anos, mas tem um ar envelhecido e está magríssimo. Entre passar fome e comer o arroz podre e a comida da qual tem a certeza estar envenenada, a escolha é tudo menos fácil. Com ele estão outros companheiros birmaneses, uns com 60 anos. Trabalham todos os dias até ao limite do cansaço para absolutamente nada receberem em troca. Não há sítio para onde fugir e ele tem medo de toda a gente. Batem-lhe – uma vez foi quase até à morte. “Se fugir vou viver mais tempo”, repete para si. A rotina era esta até ao dia em que a quebrou. Como habitual quando o barco está cheio de peixe, vendiam a mercadoria a um grande navio. Num desses descarregamentos, quando os dois barcos estavam juntos, viu finalmente a oportunidade. Fugiu.*Foi desde 2000 que se começou a falar regularmente de tráfico de seres humanos, e o problema se tornou bandeira de activistas e organizações pelo mundo fora. Nos últimos meses, de Hilary Clinton ao papa Bento XVI, tem sido condenado por discursos cheios de humanismo. Isto graças aos casos que vão aparecendo nos grandes media e ao último relatório do tráfico de seres humanos do Departamento de Estado dos EUA. O mais importante documento sobre o tema veio confirmar que a “crise” mundial está a fazer disparar quer a procura quer a oferta no tráfico de pessoas, que surge intimamente ligado a outros três produtos do capitalismo: migração, pobreza e exclusão social. O relatório aborda o crescente recurso por parte dos patrões a formas de evitar os impostos e a organização de trabalhadores: trabalho barato, clandestino, forçado e infantil. “Portugueses escravizados, roubados e acorrentados em quintas de Espanha”, noticiava recentemente o Público, no terceiro caso semelhante descoberto nos últimos tempos. Essa prática que os portugueses banalizaram a partir do século XV tornou-se hoje mais sofisticada, mas não menos cruel. Os números estão para lá de qualquer capacidade de compreensão: mais de 12 milhões de pessoas estão neste momento sob alguma forma de escravatura. O tráfico de seres humanos é o maior negócio ilícito do mundo depois das armas e da droga. Desde a angariação da “mercadoria” no estrangeiro, ao suporte logístico para a trazer até ao entreposto onde será vendida, as redes estão bem montadas. E não dispensam bons contactos nas polícias e governos. Redes que conhecem como ninguém os sítios para aliciar as vítimas: aqueles onde a miséria afoga as expectativas de vida. E sabem ainda melhor como fazer passar essa miséria a inferno. Enclausuramento, chantagem, maus-tratos, drogas – até pouco sobrar de um ser humano. Assim se organiza a escravatura no nosso tempo. Assim funciona em qualquer parte do Mundo. IIConseguiu entrar no navio sem que ninguém reparasse e escondeu-se nos porões do peixe. Só que cedo começou a gelar. Então tentou desesperadamente arrancar os cabos de electricidade, cortar o ar condicionado. Não conseguiu. E não aguentou mais. Voltou a subir, já fraco, gelado. No dia seguinte entregaram-no de volta ao pequeno barco. De volta à escravidão, à única vida que conhecia desde há cinco meses. Já perdeu a conta aos anos que passaram desde os dias em que, pelas ruas da sua aldeia, no Sul da Birmânia, pregava o budismo e ensinava a grandes plateias o prazer da meditação. Por causa da violência da junta militar teve de fugir e atravessar uma fronteira – o passo que viria a arruinar-lhe vida. Na Tailândia ainda trabalhou na construção, até que um dia a polícia o apanhou, sem papéis. Também não tinha como pagar os 70 dólares que lhe exigiram. Esteve preso até ser vendido a uma “agência de trabalho”. Ali convenceram-no a trabalhar um mês num barco: “Se no fim estiveres feliz continuas, se não sais.” O ordenado seria duns 100 dólares por mês. Nunca tinha experimentado trabalho tão pesado, mas por um mês aceitou. O barco deixou a Tailândia para não mais se voltar a aproximar de um porto. Compra combustível a grandes barcos no meio do oceano, os mesmos a que vende o peixe. “Não há forma de escapar. É como uma prisão flutuante.”*O tráfico é um dos expoentes dos problemas que as pessoas que deixam o seu país enfrentam: discriminação, clandestinidade, exploração laboral. No mundo em que as mercadorias são livres de passar fronteiras, as pessoas que o ousam fazer para melhorar a vida são violentamente barradas. O tráfico surge como uma solução tenebrosa: transformar as pessoas em mercadorias.“Os migrantes, sobretudo em tempos de disparidades económicas, querem naturalmente ir para onde podem ganhar algum dinheiro. Se não há oportunidades para o fazer legalmente, estão dispostos a contornar a lei, e ficam muito mais vulneráveis. Podem cair nas mãos de um traficante e ser severamente explorados”, explica Heather Komenda, da Organização Internacional das Migrações (OIM). Sujeitos, pois, às mais brutais chantagens, apenas por não estarem no país onde nasceram e não terem um estúpido papel.A OIM é a personagem principal desse infindável mundo burocrático do “combate ao tráfico de seres humanos”, cheio de acordos internacionais, orçamentos, programas, planos de acção e dias comemorativos. Os discursos humanistas não costumam sair duma cantilena de três “P”: prevenção, protecção e punição. Melhorar a legislação, apostar na educação, trabalhar no terreno e sensibilizar as pessoas. Demagogia por parte de quem defende um sistema económico que legitima a existência de exploradores e explorados, e cava o fosso entre os que têm tanto e os que nada têm – e por isso já nada têm a perder. Portugal é também país de destino e porta de entrada para a Europa de centenas de mulheres brasileiras traficadas. É-lhes tirado o passaporte e são obrigadas a prostituir-se até retribuírem o que “devem”: documentos, viagens, pagamentos de agentes intermediários. Durante uma conversa no programa de rádio MigraSons, Filipa Alvim, investigadora do ISCTE, explicou que “só começámos a ouvir falar mais a partir de 2000, mas o tráfico de mulheres é uma realidade que vem do século XIX, da chamada escravatura branca”. Gustavo Behr, da Casa do Brasil, sublinha o actual “endurecimento da legislação”, e a maior dificuldade de um imigrante “se apresentar num país se regularizar”. Ambos alertam que o tráfico não deve ser visto como “a parte má” das relações de trabalho, aquela que deve ser combatida, mas antes como algo que é indissociável de todas as formas de exploração laboral, e da enorme violência a que estão sujeitos os trabalhadores migrantes.Fontes do problema que governos e organizações internacionais se recusam combater: a procura do lucro a qualquer custo, a perca de direitos e a degradação das condições de trabalho em todo o mundo, as restrições cada vez mais violentas à migração. IIIComo este barco onde ele vive há outros cinco, propriedade da mesma “agência” tailandesa. Um está registado, os outros são cópias. Em todos há homens escravizados como ele, da Tailândia, da Birmânia, do Cambodja. Homens que todos os dias, durante 12h, puxam as pesadas redes. Sós, longe de casa, cada dia é um dia a menos para morte. Para ele, no entanto, um dia houve que foi mais do que isso. Com o nascer do Sol reparou numa ilha que surgia ao fundo. “Timor”, disseram-lhe. “Se fugir vou viver mais tempo”. Pelas 20h, discretamente, deitou uma garrafa ao mar. De seguida esvaziou um jerrican de plástico. Às 23h deitou uma segunda garrafa. À meia-noite testou uma última vez: as correntes continuavam a dirigir as garrafas para ilha. Então atou-se ao jerrican. E saltou.*Entrou em funcionamento em Díli o primeiro abrigo para mulheres traficadas para exploração sexual. A localização é mantida em segredo. “As raparigas têm ali um sítio para ficar, protecção, serviços de saúde, aconselhamento psicológico e legal, colaboração com a justiça e apoio para regressarem ao país”, explica Heather Komenda. Veio do Canadá para Timor-Leste para coordenar o programa contra o tráfico de seres humanos da OIM. Em Timor-Leste, em nome da cooperação e do desenvolvimento, os internacionais vêm erguer uma sociedade como aquela onde cresceram. Com salários milionários a dois passos da pobreza extrema, constroem uma sociedade paralela, vedada aos timorenses, com bares, hotéis e restaurantes, cheia de muros e arame farpado. Uma fonte policial confirma-me que todos os meses dezenas de raparigas são trazidas para Díli, escravizadas para satisfazer os internacionais e os timorenses com dinheiro. “Seria ingénuo pensar que não”, admite Heather. Não é só aqui: a indústria do sexo e o tráfico de mulheres floresceram em todos os lugares onde as missões de manutenção de paz das Nações Unidas tiveram uma presença prolongada. “O tráfico está generalizado. As mulheres são convencidas de que vão trabalhar para a Austrália, e são levadas directamente para um bordel em Díli. Muitas são crianças.” São traficadas de países como China, Tailândia, Filipinas ou Indonésia. Nesta matéria, aqui como em qualquer parte do mundo, a incapacidade da organização é gritante. “As vítimas de que temos conhecimento são aquelas que conseguiram fugir ou ser salvas pela polícia, e depois ainda vir à OIM pedir assistência. São obviamente menos de 1%”, diz Heather. “É como um iceberg: vemos a ponta, sabendo que o que está por baixo é enorme.”IVHoje ele está sentado à minha frente e os seus olhos brilham. Tem um aspecto saudável. Conta-me tudo, fala horas a fio (é engraçado que o intérprete resuma cada meia hora em quatro ou cinco frases em inglês) e sorri. Está bem diferente do farrapo de ser humano que a Heather encontrou há umas semanas. Chegou a uma praia de Timor pelas 6h da manhã daquele dia, tão fraco que era incapaz de andar. Tinha nadado durante mais de cinco horas. Por felicidade, a OIM, em Timor por outros motivos, deu com ele depois de ter passado uns dias numa aldeia próxima, ainda subnutrido, exausto, traumatizado e paranóico: achava que todos o perseguiam. A OIM tem agora algo em que colocar um pouco das suas enxurradas de meios e dinheiro. A ele, vão apoiá-lo a voltar a casa, nessa já distante Birmânia, e a recomeçar ali a sua vida.É duro e é óbvio: a maior parte das histórias de tráfico humano não tem final feliz. São cerca de dois milhões de histórias, a cada ano. Dois milhões de anónimos, como ele.Fontes: Relatório Tráfico de Seres Humanos no Mundo 2009 http://www.state.gov/g/tip/rls/tiprpt/2009/index.htm MigraSons: Rádio e Diversidade http://migrasons.blogspot.com/ “Portugueses escravizados, roubados e acorrentados em quintas de Espanha” http://www.publico.clix.pt/Sociedade/portugueses-escravizados-roubados-e-acorrentados-em-quintas-de-espanha_1407144 OIMhttp://www.iom.int/

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Centro de Media Independente Portugal relançado!

http://pt.indymedia.orgIndymedia Portugal relançado, 10 anos depois do início do Indymedia globalA rede Indymedia nasceu no calor da revolta de Seattle, como uma dimensão fundamental do movimento global. Um movimento que ultrapassa as tricas separadoras dominantes da acção política tradicional (reformismo/revolução, local/global, violência/não violência) e inventa respostas práticas para lhes esquivar, desde os Fóruns Sociais, como forma organizativa que tenta superar o canibalismo político, até à 'desobediência civil protegida', como original prática de rua.Seattle foi apenas a primeira face visível e a Organização Mundial de Comércio (OMC) tão só o pretexto para o que, há muito, se vinha a cozinhar, a necessidade de acordar a malta, de ser suficientemente confrontacional para trazer para a arena pública a voz duma oposição global ao sistema capitalista (e não apenas à OMC) que, pelo que se lia nos jornais e se via nas TVs, não existia.Há dez anos, no dia 30 de Novembro de 1999, centenas de milhares de pessoas em todo o mundo trouxeram para as ruas a sua insatisfação. Em Seattle, mas também no Porto, em Lisboa, em Londres, em Berlim, na Índia ou na Nova Zelândia. Gente que acreditava que era preciso desmascarar o mundo para o qual se caía e se continua a cair. Com acções mais ou menos espectaculares, a resposta à globalização tornava-se definitivamente global. Festas, flyers, cartazes, ocupações, acções de protesto ou sabotagem, manifestações, palestras, debates, tudo serve e tudo serviu para avisar as pessoas e fazer com que solidariedade fosse mais do que uma palavra com sete sílabas, um redondo vocábulo.O CMI Portugal é, como todos os centros de media independentes, um centro de informação livre e independente, que cumpre os requisitos para fazer parte da rede IMC e concorda com os princípios de filiação à rede. Funciona para que as pessoas possam tornar-se elas mesmas meios de informação livres e independentes.Como tal, pretendemos realizar uma acção directa informativa, deixando de confiar aos meios de comunicação corporativos a tarefa de intermediar em exclusivo os acontecimentos e a sua interpretação. Convertemo-nos assim em fonte geradora de um discurso livre da manipulação de governos e corporações, e assumimos o nosso papel como artífices e zeladores dos canais que nos permitem transmitir e difundir uma outra visão da realidade.O CMI Portugal pretende, assim, pôr em prática todos os mecanismos da imaginação que nos permitam, em conjunto, criar, aqui e agora, fragmentos de um mundo melhor. O desafio é, portanto, grande. Mas acreditamos que um colectivo de pessoas empenhadas em construir algo em conjunto conseguirá fazê-lo, enquanto esse empenho se mantiver, ultrapassando as várias barreiras que forem surgindo. Pretende-se, portanto, com este texto, não apenas a apresentação de uma nova forma de mostrar o que nos move, mas, acima de tudo, lançar um apelo para todos os que, como nós, acreditam que a realização voluntária, colectiva e horizontal de um meio de informação é, ao mesmo tempo, uma machadada nos paradigmas actuais e uma experiência de trabalho num mundo já transformado. Um apelo para que se juntem a esse mundo, para que se povoe de gente e, portanto, de novas possibilidades de ser melhor.Reactivamos assim o CMI Portugal, para que tenhamos nós também uma voz alternativa aos grandes meios de comunicação deste país.Estás preparado para escrever a tua notícia?Ajuda-nos a construir este mundo melhor!Artigos relacionados: 10 Anos de SeattleColectivo editorial do Centro de Média Independente - Portugalhttp://pt.indymedia.org

O Peixe Morcego Vulcânico Cego