terça-feira, 30 de junho de 2009

Sábado, 4 de Julho - 16h30


Sábado, 4 de Julho - 16h30no Centro de Cultura Libertária
ThemrocFilme de Claude Faraldo, produzido em 1972 em França. Retrata a revolta de um trabalhador contra o quotidiano de miséria a que se encontra submetido. O seu despertar leva-o à procura do fruir dos instintos mais primitivos reprimidos pela domesticação da sociedade industrial, e ao repelir das instituições causadoras dessa repressão. Sem linguagem conceptual durante todo o filme, uma obra prima de crítica à civilização. Aparece e divulga!!!Centro de Cultura LibertáriaRua Cândido dos Reis, 121, 1º dto. - Cacilhas - Almada

“25 de Caxias”,


A penúltima sessão do julgamento dos “25 de Caxias”, realizada dia 24 de Junho foi, surpreendemente, o final deste processo.Durante a manhã foram ouvidas, rapidamente, as últimas duas testemunhas de acusação e as 3 únicas testemunhas de defesa.As de acusação, 2 antigos reclusos, confirmaram mais uma vez um estado de memória “fraca”, 13 anos passados relativamente aos factos de 23 de Março de 96. Assim sendo nada ficou demonstrado nestas últimas declarações e mais uma vez as testemunhas foram acusadas de prestar falsas declarações.Uma visão do sistema prisional da altura foi dada pelas 3 testemunhas de defesa, um professor universitário ligado a uma associação de apoio aos reclusos, um antigo recluso também envolvido nesta associação e um advogado próximo dos acontecimentos e com uma visão exterior foram unânimes ao denunciar as condições nas prisões portuguesas, assim como a sua “podre” administração. Declarações como: “as queixas sobre comida estragada eram quase banais” e “a assistência médica pura e simplesmente não existia” demonstraram bem como se vivia nas prisões e outras como “o director geral das prisões, Celso Manata, foi demitido por incompetência” e “ o nº de mortos nas cadeias portuguesas era o mais elevado da Europa” serviram para mostar ao tribunal a gravidade da situação.A manhã terminou com a decisão de que o processo se encerraria naquele messmo dia. Assim a tarde iniciou com as alegações finais e surpreendentes da procuradora que pediu a absolvição de todos os reclusos excepto Vítor Moura e Carlos Santos a quem pediu o pagamento do valor dos danos causados ( cerca de 35000 euros) por estes terem sido apontados como cabecilhas do movimento- apesar de não ter sido demonstrado a participação em actos violentos, apenas a presença na barricada e o seu desempenho em comunicar com os reponsáveis dos serviços prisionais.Seguiram-se as alegações finais dos advogados de defesa que iniciaram concordadando com o pedido de absolvição dos seus clientes, até à intervenção de um dos advogados que levou o seu discurso mais além, apontando o estado português como responsável pelas más condições prisionais que levaram os reclusos a adoptarem diversas formas de luta e por isso exigindo um julgamento do próprio estado; exigiu também a absolvição de TODOS OS RECLUSOS e inclusivé o pagamento de uma indeminização aos arguidos pelos trantornos a vários níveis causados pela reabertura deste processo, principalmente as sentenças cumpridas na totalidade devido ao envolvimento dos arguidos neste processo. As declarações a partir daqui tornaram-se mais acusadoras em relação ao papel do estado e reinvindicativas em relação aos direitos dos reclusos expostos na lei, alegando assim a legalidade dos actos de resistência e auto-defesa por parte dos reclusos.Com este final confirmou-se o rídículo que foi reabrir este processo passado tanto tempo, tentando condenar alguns daqueles que lutaram por uma vida mais digna dentro das prisões.Haverá mais uma sessão dia 8 de Julho, onde serão ouvidas as alegações finais dos arguidos assim como as de uma advogada de defesa que faltou esta sessão e marcada a data do veredicto final.Contra este e todos os julgamentos.Contra este e todos os tribunais.Contra estes e todos os veredictos.Contra todas as prisões...SEMPRE!
Hip Hop Anarquista dia 10 no Club Aljustrelence






dia 10 Sexta Feira HipHop Anarquista... da França Collectif Mary Read e de San Francisco/USA Drowning Dog # Malatesta no club.



Rolls Rockers e Cacto























Brasil] Carta de Apresentação do grupo Juventude Anarquista Oorganizada

Camaradas? Camaradas não, é coisa do passado, precisamos de uma nova linguagem.Trutas de Osasco e região indignados como nós. Mas que também são camaradas, amigos, companheiros.Bem, quer dizer...mal. Mal porque vivemos em uma região muito problemática, todos nós sabemos. Aqui as escolas parecem prisões, a paisagem da cidade é marcada pela tonalidade cinza de concreto, o ar é sujo como os córregos que cortam a cidade, as pessoas prendem-se em vícios(fé, televisão, drogas, uso excessivo de álcool, fanatismo futebolístico, etc) pois enxergar a crueza da realidade é muito cruel, falta cabedal para muitos, muitas vezes a nós mesmo, para enfrentar de cara o chicote que estrala todos os dias.Se não tivesse citado o nome desta logo de início, poderia estar falando de qualquer outra cidade do mundo ocidental. Ou pelo menos a maioria das atingidas pela modernidade, onde não há mecanismos suficientes de satisfação momentânea para satisfazer o mínimo de desejo de seus cidadãos(as cidades ou bairros "modelos" por exemplo), em que encontramos uma "tragédia" a cada esquina - isto é, se não estivermos andando no Parque dos Príncipes ou na Granja Viana sendo um executivo ou profissional liberal que se encontra abaixo daqueles que foram em Ipanema, Leblon, Morumbi ou Jardins.Esta região é realmente problemática, aliás, quanto mais nos dirigimos à periferia ou ao "oeste" da Grande São Paulo a situação piora, à Oeste, Sul, Norte ou Leste. Na verdade, os problemas se encontram em todos os extremos. Mas moramos nessa região, agiremos inicialmente mais nessa por praticidade e por estarmos condicionados nesse campo de concentração de trabalhadores assalariados. Pelo menos essa é a nossa proposta. Não podemos é nos isolar, pelo contrário, devemos nos comunicar, agir em outras regiões, aprender e conhecer os desfavorecidos como nós, assim nos fortalecemos e podemos adquirir mais experiência.É difícil de acreditar, mas esse lugar já foi até pior. Não parece pois esse tipo de história não aprendemos nas escolas, nem nos livros didáticos, nem no museu que fica na Av. dos Autonomistas em frente à Av. João Baptista, muito menos no site da prefeitura ou no artigo do Wikipédia sobre a cidade, no entanto houve muitos subversivos como nós ao longo da história daqui. Houve assaltos e atentados ao quartel do Quitaúna, atendados à bomba, manifestações e greves imensas autodirigidas pelos próprios trabalhadores(nada de Sindicato pelego querendo se promover), ações estudantis sem interesse nas próximas eleições, panelaços, autoridades com medo de morrer. Aliás, a história dos operários de Osasco começa com uma "migração" forçada de trabalhadores anarquistas advindos da Vidraria Santa Marina, localizada entre a Barra Funda e a Lapa que foram expulsos da vila operária(onde o mesmo dono da indústria era o "Seu Barriga" da vilinha) após uma greve iniciada pelas crianças exploradas!O que temos que enfrentar são problemas diversos. As ações que faremos devem ser de ordem diversa também. De início podemos começar com coisas mais simples, como intervenções com estêncil, elaboração de um fanzine(quem sabe, com o tempo, um futuro boletim, jornal, ou outro tipo de mídia escrita), panfletagem, colagem, promoção de eventos subversivos, etc.Podemos pensar nosso grupo como um grupo de ação com diversas estratégias. Traçar metas de curta, média e longa duração(para o resto de nossas vidas e talvez para as gerações posteriores). De curta é o que estamos fazendo, coisas mais simples como a formação de um grupo de estudos onde estudaríamos novos modos de ação para semearmos os próximos passos, assim como acharia interessante também o exercício intelectual no campo da anarquia, da filosofia, da arte(de todas!), etc. Onde, ao contrário das universidades e modelos tradicionais de educação, esses estudos não seriam apenas teóricos, mas práticos e físicos também.De média podemos projetar eventos mais complexos, a sedimentação de contatos com grupos desse mísero país e de outras regiões do mundo, talvez até uma espécie de sede, um lugar onde poderíamos morar e promover ações, convidar pessoas, criar eventos, etc!De longa, meus amigos, a grande revolução! Grandes rebeliões, etc! Mas antes, quem sabe, podemos construir cooperativas autogestionárias, escolas com pedagogias libertárias, comunidades alternativas pelo interior do Brasil-sil-sil ou da Bolívia-via-via, ou por qualquer outro canto do universo!É mais ou menos isso que pensamos sobre!Abraços e beijos. Saúde e Anarquia!http://www.jao1312.blogspot.com

COMUNICADO DE URGENCIA

Desde la Unión Socialista Libertaria (USL) del Perú, les informamos que en nuestro país la situación socio-política sigue recrudeciendo con los recientes sucesos de protesta y descontento popular que se ha extendido por todo el país en contra de los Decretos Legislativos que el gobierno ha aprobado y pretende ejecutar en el marco del Tratado de Libre Comercio que ha firmado con los EE.UU. Dichas protestas que se han convertido en Paros Indefinidos, Huelgas Nacionales, bloqueo de las principales carreteras y vías que conectan el país, toma de locales estratégicos y demanda de reclamos que no tranzan con el las migajas del gobierno que envía a su gabinete ministerial y tiene que salir corriendo de las piedras y palos de los comuneros en lucha. Por ello, les exhortamos a retomar la solidaridad que mostraron cuando hicimos el llamado a la Campaña de Solidaridad Libertaria Internacional con los hermanos amazónicos donde anunciábamos fijar una fecha para la protesta internacional y organizar movilizaciones y mítines frente a las embajadas, consulados o instituciones oficiales del Perú en cada país, en coordinación con otros sectores afines y en lucha, para denunciar las acciones del Estado y las transnacionales en nuestro país. La fecha acordada en el Perú por las bases indígenas y comuneras, por las organizaciones sociales es el 8 DE JULIO (fecha en que se iniciará otro paro nacional contra el TLC, contra el papel de las transnacionales imperialistas y la violencia del Estado). Debemos aclarar sin embargo que para esta jornada de lucha, la temática ya sobrepasa la lucha de los amazónicos y abarca a los campesinos de la sierra (Andahuaylas y Cusco), a los comuneros de Puno, los obreros mineros de La Oroya (Junín), los trabajadores azucareros del norte (Lambayeque) y las demás comunidades que se están plegando a la lucha en todo el país. Es decir llamamos a la Solidaridad Libertaria Internacional con las Comunidades en Lucha en nuestro país. Por ello proponemos la difusión del tema en vuestros espacios virtuales, listas de e-mail, periódicos, revistas, boletines, comunicados, murales, foros, actos públicos, culturales, políticos, etc., con el propósito de sentar una clara posición libertaria y militante sobre lo que acontece en el Perú. En breve publicaremos otro informe detallado del panorama general de las protestas sociales en el Perú y nuestra posición como anarquistas sobre el asunto. Les pedimos ponerse en contacto con nosotros y revisar www.uslperu.blogspot.com el que se actualizará constantemente conforme avancen las luchas en el Perú y la campaña que realizamos. ¡8 DE JULIO: DÍA DE SOLIDARIDAD LIBERTARIA INTERNACIONAL CON LAS COMUNIDADES EN LUCHA DEL PERÚ! Comisión de RR.II Unión Socialista Libertaria (USL)www.uslperu.blogspot.com Lima - Perú

quinta-feira, 25 de junho de 2009




Sábado, 27 de Junho , 16h30 - Filme: Urânio - é um país?, 20h30 - Jantar Vegetariano no Centro de Cultura Libertária - Cacilhas, Almada

Urânio - é um país?Procurando as origens da Energia NuclearDe onde vem a tua electricidade? Este documentário procura as origens da energia nuclear e aponta para a Austrália. Aí a mina de Urânio Olympic Dam é gerida pela multinacional BHP Billiton. Consome grandes quantidades de água, um recurso sem preço.Um residente indígena fala do impacto que a mina tem no ambiente em que vive.Entretanto, a 1300 km de distância, em Melbourne, dão-se protestos na sede da BHP - os activistas pretendem que o negócio sujo termine. A extracção de urânio é bastante lucrativa e a sua procura está a aumentar. O porta-voz da Associação de Urânio da Austrália fala de um futuro radioso. Argumenta que a Austrália tem potencial para mais 15 a 20 minas de urânio. Do outro lado do mundo, a energia nuclear é sujeita a debate. Em França, Bruno Chareyron procura radioactividade em sítios nucleares e no transporte de urânio. Na Alemanha, Claudia Kemfert do Instituto Alemão de Pesquisa Económica explica porque a energia nuclear se transforma em rios de dinheiro. Michael Müller, secretário governamental do ministério do ambiente adere à ideia de uma anulação gradual da energia nuclear. Aponta que a energia nuclear não está apropriada para parar as mudanças climáticas.53 minutos2008 Alemanha/ França / AustráliaRealizado por: Stephanie Auth, Isabel Huber e Kerstin SchnatzLínguas: Alemão e InglêsLegendas em Inglêshttp://nukingtheclimate.com/20h30 - Jantar VegetarianoContribuição livreCentro de Cultura LibertáriaRua Cândido dos Reis, 121, 1º dto. - Cacilhas - AlmadaRetirado de: Rede Libertária

Um olhar anarquista sobre os protestos no Irã

A entrevista a seguir, realizada pelo portal anarquista espanhol de notícias A Las Barricadas, com apoio de José Antonio Gutiérrez (colaborador de anarkismo.net), foi realizada com Payman Piedar, militante anarquista e exilado iraniano, que participou de numerosas iniciativas libertárias tanto nos Estados Unidos como no Peru. Além disso, foi o editor da revista anarquista Nakhdar, editada em inglês e em farsi (pode se consultar mais sobre sua trajetória política e sua análise geral sobre a situação iraniana na seguinte entrevista realizada pelos companheiros do NEFAC¹). Na entrevista que se segue, tentamos elucidar, em meio às distorções da mídia ocidental e da censura dos meios de comunicação iranianos, as chaves para compreender o que realmente está se passando nestes dias no Irã. Ainda que não estejamos ante uma sublevação de caráter revolucionário, no calor da agitação social sempre crescem as probabilidades de subversão popular. A Las Barricadas > Se diz que estas são as manifestações mais importantes desde a Revolução de 1979... Você vê alguma continuidade entre estes protestos e aquelas? Payman Piedar <> De que forma acreditas que as atuais mobilizações possam fazer erodir o regime teocrático? Payman <> Que papel tem jogado os trabalhadores até o momento nestas mobilizações? Há alguma possibilidade de que o protesto se alastre segundo os interesses das classes populares? Payman <> Se insiste constantemente na mobilização da oposição, mas certamente os partidários de Ahmadinejad têm se mobilizado em importante número, quem sabe em números maiores que a mesma oposição (o que é por razões óbvias ignorado pela imprensa ocidental), qual é o fator que mobiliza aos partidários do regime do Irã? Payman <> Há alguma diferença de classes entre um e o outro lado? Fazemos esta pergunta já que na ausência de uma alternativa revolucionária consolidada e clara, a classe trabalhadora e os pobres em geral freqüentemente mobilizam-se por causas conservadoras... Payman <> Chama a atenção a moderação das palavras de Obama ante as mobilizações, moderação que contrasta com os urras e vivas lançados por Bush e cia. quando das manifestações de Beirute e de Kiev já faz um par de anos... A que se deve esta atitude de cautela? Payman <> Qual será o provável desenlace desta conjuntura? Podem os setores progressistas fazer alguma ilusão com a oposição ou é necessário forjar uma alternativa própria? Payman < href="http://ainfos.ca/05/oct/ainfos00384.html">http://ainfos.ca/05/oct/ainfos00384.Entrevista realizada em 21 de junho de 2009

[Finlândia] Festival Contra-Cultural Anarquista em Tampere

[O 4º Musta Pispala acontecerá de 10 a 12 de julho, em Tampere, na região de Pirkanmaa, e oferecerá oficinas teóricas e práticas, festas, sauna (banho finlandês), feira de livros, ecologismo e atividades para crianças na bela paisagem das colinas de Pispala.] Para nós anarquismo significa, por exemplo, a crítica de todas as formas de dominação e hierarquia, assim como a criação de uma cultura igualitária e não-opressiva. Vemos a dominação não somente em grande parte das estruturas da sociedade, mas também em costumes opressivos entre nós. Nossa análise não é somente limitada às relações humanas, pois também incluiu nosso relacionamento com os seres não-humanos. Nossa meta é fortalecer as visões críticas e a autonomia, tomando o controle de nossas vidas. Mate a polícia dentro de você! Através das oficinas que vão ser realizadas no Festival você poderá se familiarizar com tópicos como anarquismo básico e anarca-feminismo. Haverá um punhado de oficinas sobre des-escolarização e educação familiar anarquista. A anti-psiquiatria critica as visões majoritariamente em voga sobre os problemas mentais, e oferecer alternativas aos cuidados mentais. Temas ambientais serão tratados, em termos práticos e teóricos, através das oficinas de compostagem com minhocas, plantas selvagens comestíveis, mudanças climáticas e os pensamentos ambientais e tecnológicos dos anarquistas. Também teremos oficinas sobre lutas locais específicas, por exemplo, a luta anti-gentrificação e a campanha contra os esforços da Câmara da cidade de arrancar, das ruas de Tampere, as artes de rua e os cartazes de eventos de pequena escala. Estamos conscientemente tentando trabalhar para garantir uma atmosfera anti-opressiva segura. Para isto, propomos algumas diretrizes para situações de moléstias, e teremos um grupo anti-moléstias específico para solucionar conflitos. Além disso, pedimos para que todas as pessoas se responsabilizem para que a atmosfera seja positiva, de alto astral e bom humor. Temos uma consciência política anti-opressão que inclui (porém não se limita a isso): anti-sexismo, anti-heterosexismo e anti-rascismo. Se você precisa de um lugar para dormir e/ou necessita de ajuda nos cuidados com as crianças, por favor, entre em contato, de antemão, pelo e-mail mustapispala (at) takku (dot) net para que possamos nos preparar. Você também pode entrar em contato caso queira ajudar na organização, dar uma oficina ou vir para a feira de livro com a tua distribuidora. As oficinas serão em finlandês com tradução simultânea em inglês. Sentimos muito por termos anunciado o Festival tão tardiamente, dificultando assim a participação das pessoas que precisam de vistos para chegar até aqui. Na próxima vez prestaremos mais atenção nisso. Descrições detalhadas das oficinas, horários das atividades e outras informações adicionais: http://mustapispala.takku.net Tradução > Marcelo Yokoi

[Suíça] Dois projetos autônomos em Zurique: Infoshop Kasama e Radio Lora 97.5 MHZ

Kasama é uma infoshop anarquista que surgiu em um squat em 1990 na cidade de Zurique. Hoje a loja está localizada perto da Helvetia Platz, e fica aberta diariamente. Uma extensa gama de materiais como livros, revistas, jornais, zines, folhetos, informativos, entre outras coisas, estão disponíveis no local, que disponibiliza bastante informação sobre questões políticas emancipatórias, sociais, ativismo e contracultura que estão acontecendo em Zurique e outras localidades. Na entrada da "info laden" está escrito simpaticamente "bem vindos refugiados" em inglês (ver foto em anexo). O espaço ainda tem um café-bar, uma cozinha que oferece o “vöku” (comida popular, com preço acessível), almoço gratuito nas terças-feiras às 12 horas e distribuição de comida que na maior parte vai para os refugiados vindos de países africanos. O local ainda é um lugar de convivências, de encontros e trocas de idéias, bem como serve de apoio para os refugiados, os "sans papier", imigrantes sem documentos que passam bastante dificuldade na Suíça devido ao controle do Estado. A logística do Kasama ainda apresenta uma sala para arquivos e documentação e outra para reuniões de eventos e mobilizações. Também estão disponíveis acesso à Internet, copiadora, fax e vídeo projetor. O espaço se denomina anarquista e feminista. Kasama significa "uma maneira de ir juntos", um "amigo" ou um "companheiro”. Rádio Livre Radio Lora 97.5 MHZ é uma rádio livre que existe há 25 anos, sem publicidade. Fica ao lado da Infoshop Kasama. A rádio apresenta programas variados de música e informação, ao todo são 300 programas políticos, emitidos em mais de 20 línguas, que revelam o colorido e a diversidade da emissora. Conversando com uma das pessoas que fazem parte da rádio soubemos que existem programas feitos por ativistas, enquanto outros por pessoas da comunidade em geral, sendo alguns imigrantes. A grade da rádio é bem diversificada, com uma programação bem diversa, que passam pelas músicas populares de diferentes culturas, incluindo um programa chamado "In Brasil", sendo este mais direcionado para brasileiros que vivem em Zurique, ou seja, na maior parte Música Popular Brasileira (MPB). Alguns dos programas musicais que a rádio oferece: punk, gótico, heavy metal, speed metal e thrash metal, industrial, soul, afro, jazz, EBM, new wave, darkeletronic e mais uns outros 70 tipos. Nota-se um engajamento na questão do gênero, com programas como "Radio Gay" e "Queer", e também bastante valorização da participação das mulheres na produção e moderação dos programas. Kasama: www.kasama.ch Radio Lora 97.5 MHZ: www.lora.ch

terça-feira, 23 de junho de 2009

Coreia do Sul: Greve e ocupação na Ssangyong Motors


Pode suceder que esta luta se repercuta em toda a indústria automobilística coreana ou até passe além, mas o mais provável é que seja asfixiada no seu isolamento actual. Por Loren Goldner
A greve na Ssangyong Motors, em Pyeongtaek, na Coreia do Sul, dura já há quatro semanas e permanece sem resolução na data em que escrevo este artigo (19 de Junho). Vários aspectos desta greve lembram o processo ocorrido na recente luta na Visteon, no Reino Unido, bem como as lutas suscitadas um pouco por todo o mundo devido à reestruturação da indústria do automóvel. Mas, por outro lado, trata-se da tomada e ocupação de uma fábrica e da preparação para a defesa violenta das instalações, se for necessária, e desde há vários anos que não se via na Coreia do Sul nada deste género.
Aquela empresa está desde há três anos sob o controlo da firma chinesa Shanghai Automotive Industry Corporation, que adquiriu 51% do capital. Nessa época a fábrica de Pyeongtaek tinha 8700 assalariados, tendo agora 7000. Em Fevereiro deste ano a empresa entrou num processo de falência, propôs uma reestruturação e ofereceu a fábrica de Pyeongtaek como garantia dos novos empréstimos necessários para sair da situação de bancarrota. Os tribunais aprovaram este plano, com a condição de se proceder a despedimentos que tornassem a empresa novamente rentável.
A administração parece ter adoptado a estratégia de reduzir gradualmente e a longo prazo o número de assalariados e ao mesmo tempo adquirir tecnologia para desenvolver actividade na China. Desde a sua aquisição pela Shanghai Automotive que a Ssangyong Motors não recebeu novos investimentos nem lançou novos modelos de automóveis. (Note-se que nos tribunais o Ministério Público pôs em causa a legalidade dessa transferência de tecnologia para a China, já que se tratava de tecnologia criada com subsídios do governo coreano, mas até esta data não há qualquer decisão judicial acerca do assunto.)
Em Abril, os operários da fábrica de Pyeongtaek responderam com greves à ameaça de despedimentos [demissões], e rapidamente a greve se generalizou e levou à ocupação das instalações por 1700 operários em 27 de Maio, dia em que fora anunciada a lista dos despedidos [demitidos]. Os grevistas exigem três coisas: 1) que não haja despedimentos, 2) garantia de emprego para todos e 3) que não se recorra à subcontratação. A empresa pretende a reforma [aposentadoria] antecipada de 1700 trabalhadores e despediu 300 trabalhadores temporários.
Os operários da Ssangyong Motors são filiados no Sindicato dos Operários Metalúrgicos Coreanos (KMWU, iniciais do nome em inglês) e trabalharam em média entre 15 a 20 anos na empresa. Os que detêm um emprego estável ganham um salário de base, por ano, no montante aproximado de 30.000.000 won (cerca de 25.000 dólares); os temporários ganham cerca de 15.000.000 por um trabalho idêntico. (Na Coreia do Sul o salário de base constitui apenas uma parte da remuneração, que inclui diversos benefícios − para os detentores de emprego estável − bem como o pagamento de horas extraordinárias a uma taxa significativamente superior; é frequente que o trabalho extraordinário chegue a 10 horas semanais e a maior parte dos trabalhadores considera-o desejável para aumentar os rendimentos.)
Em meados de Junho cerca de 1000 operários prosseguiam com a ocupação, sendo a comida fornecida pelas esposas e pela restante família. Cerca de 500 trabalhadores que não estão incluídos na lista dos despedimentos preferiram ficar em casa e cerca de 1000 supervisores estão a desempenhar funções de fura-greves [pelegos], essencialmente manutenção de maquinaria, porque desde que a greve começou não foram produzidos automóveis.
Até agora a polícia não tem estado presente em grande número em Pyeongtaek. Pelo menos em parte, isso deve-se à crise política que a Coreia do Sul está a atravessar, devida ao recente suicídio do ex-presidente No Mu Hyeon e às grandes manifestações de protesto contra o governo de direita de Lee Myong Bak, prevendo-se que essas manifestações se ampliem em Julho. O governo de Lee, eleito em Dezembro de 2007 na base de um programa de elevado crescimento económico, comprometido agora pela crise mundial, foi surpreendido pela escalada de descontentamento, revelada em manifestações que chegaram a mobilizar 1 milhão de pessoas. E como a acção da polícia de choque agravou a indignação e fez com que ainda mais pessoas se manifestassem nas ruas, o governo não quer arriscar-se agora a ordenar um assalto à fábrica de Pyeongtaek.
No dia 16 de Junho ocorreu junto aos portões da fábrica uma grande manifestação contra a greve, com mais de 1500 participantes. Estavam presentes os 1000 supervisores fura-greves, 200 sujeitos pagos para mostrar a musculatura e 300 operários que não constam da lista de despedimentos e não apoiam a greve. No local encontravam-se 400 polícias de choque, que não intervieram e no fim declararam que a manifestação dos fura-greves era ilegal.
Durante a manifestação dos fura-greves, entre 700 e 800 operários de fábricas vizinhas, nomeadamente da firma automobilística Kia, vieram ajudar a defender as instalações da Ssangyang, em parte mobilizados por mensagens sms emanadas do KMWU.
Os operários ocupantes têm a intenção de se defender pelas armas contra qualquer tentativa da polícia de os expulsar da fábrica, e para isso constituíram stocks [estoques] de tubos de ferro e de cocktails Molotov. Em último caso, pensam concentrar-se na secção de pintura, onde calculam que a acumulação de materiais inflamáveis leve a polícia a desistir de lançar gases lacrimogéneos, o que provocaria um incêndio.
Segundo um militante que tem uma atitude crítica relativamente ao sindicato, parece que o KMWU mantém o controlo sobre esta greve. Contrariamente ao papel desempenhado pelos sindicatos na luta da Visteon, no Reino Unido, e no desmantelamento da indústria do automóvel norte-americana, o KMWU tem apoiado até agora as acções ilegais da ocupação da fábrica de Pyeongtaek e da preparação para a sua defesa armada. Por outro lado, todavia, tem insistido apenas na reivindicação do cancelamento dos despedimentos e tem-se mostrado transigente na questão da segurança de emprego para todos e na oposição à subcontratação.
No centro da ocupação da fábrica estão 50 ou 60 grupos de trabalhadores de base, cada um com 10 membros, que por sua vez elegem delegados (chojang) para coordenar a acção. Segundo o já referido militante, estes chojang são os operários mais combativos e com maior consciência de classe.
O resultado da greve está ainda por decidir. Ela beneficia de um clima político momentaneamente propício, que levou o governo coreano a uma atitude de recuo, mas tem de enfrentar a profunda crise da indústria do automóvel mundial e a crise económica generalizada. Nas vizinhanças, a Kia Motor Company encontra-se no meio de delicadas negociações de um plano de crise, e a GM-Daewoo está a ser afectada pela reorganização mundial da General Motors. A estratégia prosseguida agora pela empresa, tal como sucedeu no caso da Visteon, parece ser, no melhor dos casos, um atrito lento, que já vem a ocorrer desde 2006, ou mesmo o encerramento puro e simples da fábrica. Pode suceder que a luta na Ssangyong Motor se repercuta em toda a indústria automobilística coreana ou até passe além, mas o mais provável é que ela seja asfixiada − lenta ou rapidamente − no seu isolamento actual.

[Reino Unido] Encontro de Verão Earth First! A Terra Primeiro!

[Acontece de 18 a 24 de agosto, em Cumbria, mais uma edição do Encontro de Verão Earth First! A Terra Primeira! O evento, um dos mais interessantes e conseqüentes da Europa, terá diversas atrações. Serão 5 dias de oficinas, trocas de habilidades, planejamento de ações, além de uma convivência de baixo-impacto ambiental sem líderes, sem hierarquias, sem capitalismo... em autogestão! A seguir a chamada destes ecologistas radicais.] Você quer fazer alguma coisa para interromper a destruição de nosso planeta? O Earth First! está aí para deter a destruição da Terra por meio de ações diretas. Acreditamos que nós podemos fazer uma diferença real, se fizermos as coisas por nós mesmos em vez de confiar em líderes, governos ou indústrias. A ação direta é o coração de tudo isso, seja estando de pé na frente de um trator, fechando o acesso a uma mina a céu aberto ou destruindo um campo de cultivos de transgênicos. Somos uma rede livre de pessoas, grupos e campanhas que se junta para realizar ações diretas ecológicas. Junte-se a nós para 5 dias de oficinas, planejamento de ações e trabalhos em rede, realizados por todos que vierem, sem líderes. O encontro é também um exemplo prático de organização não-hierárquica com baixo impacto ambiental. O que acontecerá? Serão aproximadamente 80 oficinas, discussões, planejamentos, estratégias e sessões sobre “futuras ações”. Compartilhe e aprenda habilidades para realizar ações de “chutar o pau” sobre a terra e a água! Manipulação de pequenas embarcações e bloqueios usando caiaques; treinamento de ação direta – tripés, cadeados e cercas; habilidades de escalação; reconhecimento da ação; segurança para ativistas; impactos do G20 e dos 114 de Nottingham; se saindo bem em sua campanha climática; como investigar corporações. Atuais campanhas em rede contra a destruição ecológica: Mineração a céu aberto; engenharia genética; agrocombustíveis; salvando a Islândia; ação climática; resistência ao oleoduto em Rossport; anti-nuclear; luta contra expansão do aeroporto. Pensamentos sobre técnicas eco-centricas e formas alternativas de organização: Éticas de ecologia profunda; economia anarquista; história anarquista; políticas radicais; atuar sem líderes; decisões feitas por consenso. Habilidades práticas para restauração ecológica e vivenda sustentável: Introdução à ecologia; restauração ecológica; identificação da flora e da fauna; torta vegan; energia do sol e do vento; comidas selvagens; okupa; manutenção de bicicletas. O Programa também inclui… Um dia completo de treinamento-habilidade de ações diretas na água, sexta-feira 21 de agosto. Uma infinidade de campanhas em defesa do planeta está sendo realizada na água, como a de Rossport, na Irlanda, onde a Shell está tentando colocar oleodutos e a Grande Regata de Jangada Rebelde armada no último acampamento climático de verão. Neste verão, o encontro do EF! será construído sob estas táticas com treinamentos para ações em água. Uma excursão para visitar as comunidades no Nordeste ameaçadas por uma expansão da mineração de carvão será realizada na segunda-feira, 24 de agosto. Visite lindos vales, conheça comunidades fortemente vivas e faça elos para a resistência contínua. E mais reuniões das campanhas internacionais, trabalhos em rede e planejamentos para ações futuras. Custos e coisas práticas... 20 a 30 Libras, de acordo com o que você puder pagar. Comida vegana providenciada pelo Bule de Chá Anarquista por 4 Libras por dia. O encontro será em Cumbria, a localização exata será anunciada uma semana antes. Reserve seu comboio para Penrith agora! Mais informações em nosso sítio da internet. Dê uma olhada e participe! Envie-nos um e-mail caso você possa oferecer uma oficina, queira ajudar com o encontro ou se você gostaria de distribuir cartazes e panfletos:summergathering@earthfirst.org.uk Earth Firth! A Terra Primeiro! Ação Direta Ecológica sem Acordo! www.earthfirst.org.uk Tradução > Marcelo Yokoi agência de notícias anarquistas-ana bambu quase quieto,voltado para o poente,filtra a luz da tarde. Alaor Chaves

sexta-feira, 12 de junho de 2009





























Visionamento do filme "Lucio" - Sábado, 13 de Junho, 16h30m - CCL, Almada

Sábado, 13 de Junho – 16h30mCentro de Cultura LibertáriaVisionamento do filme LucioDocumentário sobre a vida do lutador antifranquista, anarquista, contrabandista, falsificador, assaltante e pedreiro Lucio Urtubia.Luciode Aitor Arregi e Jose Mari Goenaga,Espanha, 2007Duração: 93 minLíngua: castelhanoLucio nasceu em Cascante, em Navarra no Estado espanhol, em 1931 e desde 1954 vive em Paris, activo, mantendo um centro chamado Louise Michel, onde se levam a cabo actividades culturais e solidárias.Perito em falsificar documentos e imprimir propaganda anarquista, Lucio Urtubia foi alvo de mandatos de captura emitidos por tribunais internacionais, e inclusive pela CIA, em cinco ocasiões. A imprensa rotulava-o como o "bom bandido" ou o "Zorro Basco". Um dos episódios recriados no filme, que também inclui entrevistas e imagens da época, conta o maior golpe de Lucio, que teve lugar na década de 70. Ele conseguiu burlar o principal banco dos Estados Unidos, o First National Bank (hoje Citibank), falsificando cheques de viagem no valor de cerca de 20 milhões de Euros, causando assim uma das piores crises do banco e conseguindo financiar movimentos revolucionários por todo o mundo.No filme ainda se recorda a colaboração de Lucio com Quico Sabaté, um dos máximos expoentes da guerrilha urbana contra Franco na Catalunha; com Eldridge Cleaver, dos Panteras Negras, e com vários grupos revolucionários da época. Também se traz à memória os encontros que manteve com André Breton, Albert Camus e Ernesto Che Guevara.Centro de Cultura LibertáriaRua Cândido dos Reis, 121, 1º Dto.Cacilhas - Almadahttp://culturalibertaria.blogspot.com

A violência de massas cresce com o agravamento da crise mundial

O texto que divulgamos é um resumo de um artigo do norte-americano Michael T. Klare, que lecciona sobre paz e segurança mundial no Hampshire College, EUA. Foi publicado em Março no site CounterPunch e aborda a actual crise mundial do capitalismo por um ângulo interessante e actual: o crescimento da violência de massas num quadro de aumento da pobreza e do desespero. Numa altura em que as forças da ordem (políticas, policiais, judiciais, morais) visam criminalizar as acções de protesto social – insistindo na tecla do aumento da criminalidade e iludindo a relação entre crime e pobreza – o texto de Michael Klare mostra bem a relação directa que existe entre a crise em curso e os protestos massivos. E mostra mais: a inevitabilidade da violência como reacção ao aumento da pobreza e à falta de perspectivas de futuro. Serão certamente as populações e os países do Terceiro Mundo os mais atingidos pela crise e pelas suas consequências; mas os laços estreitos que a globalização do capitalismo estabeleceu entre todos os países do mundo fazem com que largas camadas trabalhadoras de países desenvolvidos se vejam também mergulhadas no desemprego e na pobreza. Essa é uma base comum para que os protestos desses dois mundos venham a convergir para o mesmo fim, a contestação do sistema capitalista, atacando a crise na sua raiz. Manuel RaposoO colapso económico mundial provocou já falências bancárias, bancarrotas, fechos de fábricas e confiscações; nos próximos anos esse colapso provocará sem dúvida milhões de desempregados em todo o planeta. Mas uma outra consequência perigosa só recentemente apareceu: as desordens civis e os conflitos étnicos. Talvez se siga, um dia, a guerra.À medida que as pessoas perdem a confiança na capacidade dos mercados e dos governos em resolverem a crise mundial, elas explodirão provavelmente em manifestações violentas ou atirar-se-ão violentamente àqueles que tomam como responsáveis da sua situação desesperada, incluindo funcionários, directores de fábricas, proprietários de casas, imigrantes e minorias étnicas.Se o desastre económico actual se transformar no que Barack Obama chamou uma “década perdida”, a consequência pode ser levantamentos por todo o mundo tendo por origem a situação económica.Para tomarmos consciência disso, basta pendurar na parede um mapa do mundo e começar a colocar alfinetes vermelhos nos locais onde os episódios violentos já tiveram lugar. Atenas (Grécia), Longman (China), Port-au-Prince (Haiti), Riga (Letónia), Santa Cruz (Bolívia) e Vladivostoque (Rússia), para começar. Muitas outras cidades, de Reiquiavique, Paris, Roma e Saragoça até Moscovo e Dublin tiveram já enormes manifestações contra a subida do desemprego e a queda dos salários – manifestações contidas graças, em parte, a numerosas forças policiais antimotim.Na maior parte dos sítios, tais levantamentos, mesmo violentos, permanecem provavelmente limitados pela sua natureza e suficientemente desorganizados para que as forças da ordem os possam controlar em poucos dias ou semanas. Pelo menos foi assim que as coisas se passaram até agora. No entanto, é inteiramente possível que, à medida que a crise económica se agrave, alguns destes incidentes se propaguem em acontecimentos bem mais intensos e mais longos: rebeliões armadas, golpes de estado militares, conflitos civis – ou mesmo guerras entre estados sobre um fundo de crise económica.Cada erupção de violência tem as suas próprias origens e características distintas. Mas todas têm a sua fonte numa combinação similar de angústia quanto ao futuro e falta de confiança na capacidade das instituições estabelecidas de tratarem dos problemas imediatos. E, tal como a crise é mundial, de um modo nunca antes visto, da mesma maneira os incidentes locais – particularmente com a natureza instantânea das comunicações modernas – têm o potencial de arrastar atrás de si outros locais muito afastados, unicamente ligados de modo virtual.Uma pandemia de violência de origem económicaOs motins que estalaram na Primavera de 2008 em resposta ao aumento dos preços alimentares parecem indicar a rapidez a que a violência de origem económica se pode espalhar. Os media ocidentais não relatam geralmente todos os incidentes deste tipo, mas o New York Times e o Wall Street Journal referiram mesmo assim os motins nos Camarões, no Egipto, na Etiópia, no Haiti, na Índia, na Indonésia, na Costa do Marfim e no Senegal.Essas acções de protesto pararam porque a queda do preço do petróleo diminuiu os preços dos bens alimentares. Mas podem recomeçar quando os preços do trigo, da soja e talvez do arroz aumentarem nos próximos meses – precisamente no momento em que é garantido que milhares de milhões de pessoas nos países em desenvolvimento vão ver os seus rendimentos, já de si marginais, afundarem-se por causa do colapso mundial.Apesar de terem sido pintadas como conflitos étnicos, religiosos ou de castas, estas erupções de violência foram manifestamente provocadas pela angústia económica e pelo sentimento de que outro grupo social se safa melhor – à custa dos mais precários.Em 2008, os conflitos provocados pela situação económica rebentaram igualmente numa grande parte da China oriental. Tais acontecimentos, etiquetados como “incidentes de massas” pelas autoridades chinesas, significam geralmente manifestações de trabalhadores contra o encerramento súbito de fábricas, as perdas salariais ou a confiscação ilegal de terras. Na maioria dos casos, os manifestantes exigiam indemnizações da parte dos directores das empresas ou das autoridades governamentais e foram recebidos a golpes de matraca pela polícia.Do Terceiro para o Primeiro MundoDesde Dezembro, o epicentro de tais incidentes esporádicos de violência deslocou-se dos países em desenvolvimento para a Europa ocidental e para a antiga União Soviética. Aqui, as manifestações foram sobretudo motivadas pelo medo de um desemprego prolongado, pelo desespero ligado às malfeitorias e à incompetência dos governos, e pelo sentimento de que “o sistema”, seja qual for a maneira de o definir, é incapaz de satisfazer as aspirações futuras de amplos grupos de cidadãos. Um dos primeiros levantamentos desta nova maré deu-se em Atenas, na Grécia, em 6 de Dezembro de 2008. A Rússia conheceu igualmente uma série de manifestações violentas em Dezembro desencadeadas pela imposição de tarifas alfandegárias elevadas sobre os automóveis importados. Quando a polícia de Vladivostoque recusou reprimir as manifestações, as autoridades ficaram suficientemente inquietas para enviarem de Moscovo, a 5.900 km, unidades de forças especiais.Em Janeiro, incidentes da mesma natureza espalharam-se em toda a Europa oriental. Entre 13 e 16 de Janeiro, manifestações antigovernamentais, com confrontos violentos com a polícia, estalaram em Riga, capital da Letónia, em Sófia, capital búlgara, e em Vilnius, capital da Lituânia. Torna-se já impossível fazer a lista de todos os episódios deste tipo, o que parece indicar que estamos à beira de uma pandemia mundial de violência, tendo uma origem económica.Uma receita perfeita para a instabilidadeEnquanto a maior parte dos incidentes deste tipo é desencadeada por um acontecimento imediato – uma tarifa alfandegária, o encerramento de uma fábrica local, o anúncio de medidas de austeridade – há factores sistémicos que estão em curso. Os economistas concordam que estamos no meio duma recessão mais profunda que todas as outras desde a Grande Depressão dos anos 30, mas supõem geralmente que esse declínio – como todos os outros desde a segunda guerra mundial – será seguido dentro de um, dois, ou três anos, pelo início de um restabelecimento típico.Mas há boas razões para suspeitar que pode não ser assim – que os países mais pobres (ao mesmo tempo que os habitantes dos países mais ricos) terão de esperar bem mais tempo por um tal restabelecimento ou poderão mesmo não beneficiar de nenhum. Mesmo nos EUA, segundo uma recente sondagem Ipsos/McClatchy, 54% dos norte-americanos pensam hoje que o pior está para vir e apenas 7% acham que a economia “virou a página”. Um quarto da população pensa igualmente que a crise vai durar mais de quatro anos. Seja nos EUA, na Rússia, na China ou no Bangladesh, é esta angústia subjacente – este sentimento de que as coisas são bem piores do que se diz – que contribui para alimentar a pandemia mundial de violência.Os avisos do Banco MundialO mais recente relatório do Banco Mundial (BM) sobre a situação, as Perspectivas Económicas Mundiais para 2009, responde a estas angústias com ambiguidade. Recusa-se a expor o pior, mesmo se depois acaba por dá-lo a entender em termos demasiados claros para serem ignorados – a perspectiva de um declínio de longa duração, ou mesmo permanente, das condições económicas para numerosas pessoas em todo o mundo. Teoricamente optimista – como o são tantos peritos nos media – quanto à probabilidade de um restabelecimento económico num futuro não muito longínquo, este relatório está cheio de avisos relativos ao potencial de danos duráveis nos países em desenvolvimento se as coisas não caminharem pelo melhor.Duas inquietações, em particular, dominam as Perspectivas da Economia Mundial para 2009: que os bancos e as empresas dos países mais ricos deixem de investir nos países em desenvolvimento, sufocando o que resta das possibilidades de crescimento; e que o custo dos bens alimentares suba de modo incomportável, ao mesmo tempo que a utilização de solos agrícolas para a produção acrescida de biocarburantes origine uma reduzida disponibilidade de bens alimentares para centenas de milhões de pessoas.A baixa quase certa dos investimentos ocidentais nos países do Terceiro Mundo, diz o relatório, significará uma situação muito grave para os países em desenvolvimento. Um tal cenário traduzir-se-á numa situação de convulsão e desordem, incluindo falências bancárias e crises monetárias num leque importante de países em desenvolvimento.Um crescimento negativo brutal num grande número de países em desenvolvimento, com todas as repercussões concomitantes, designadamente pobreza e desemprego acrescidos, seriam assim inevitáveis.Combinem-se estas duas conclusões do BM – crescimento económico zero nos países em desenvolvimento e aumento dos preços alimentares – e ter-se-á uma receita perfeita para perturbações civis e violência implacável. As erupções de violência vistas em 2008 e no princípio de 2009 seria assim sinais anunciadores de um futuro sombrio no curso do qual, a um dado momento, um número indeterminado de grandes cidades será convulsionado por motins e desordens civis que poderão espalhar-se como fogo em palha.O mapa de um mundo à beira da catástrofeExiste hoje no mundo um número enorme de sítios potenciais para tais erupções múltiplas – ou mesmo pior. A China, por exemplo. Até agora as autoridades conseguiram controlar os “incidentes de massas” individuais, impedindo-os de se fundirem em qualqer coisa mais vasta. Mas num país com mais de 2.000 anos de história de amplos levantamentos milenares, o risco de uma escalada tem de estar no espírito dos dirigentes chineses.Em 2 de Fevereiro, um responsável cimeiro do partido chinês, Chen Xiwen, anunciou que, só nos últimos meses de 2008, o número espantoso de 20 milhões de trabalhadores migrantes, que, nos últimos anos, foram das zonas rurais para as cidades em crescimento, perdeu o emprego. E que poucos deles têm perspectiva de voltar a encontrar emprego em 2009, nem mesmo se regressassem ao campo, onde não teriam terra para trabalhar.Nestas condições, e com milhões de trabalhadores suplementares despedidos das fábricas costeiras no próximo ano, as perspectivas de perturbações massivas são elevadas.Outro exemplo são os estados petrolíferos do Terceiro Mundo que tiveram crescimentos meteóricos dos seus rendimentos quando o preço do petróleo era elevado, permitindo aos seus governantes comprar os grupos dissidentes ou financiar poderosas forças de segurança. Mas com os preços do petróleo a cair de 147 dólares o barril para menos de 40, tais países, de Angola à Nigéria ou ao Iraque, estão confrontados com uma grave instabilidade.Outras regiões, igualmente prejudicadas por essa política nacional respeitante à partilha dos rendimentos, estarão abertas a convulsões de toda a espécie, incluindo guerras fratricidas mais numerosas e mais intensasA Bolívia é outro produtor de energia que parece estar à beira de uma escalada de violência alimentada pela situação económica. A elite de ascendência europeia, que controla a parte oriental do país, suporta mal a interferência do governo central de Evo Morales e procura controlar ela própria essas reservas – criando as condições para uma guerra civil generalizada.Países estreitamente vigiadosDada a situação mundial em que se sucedem desenvolvimentos surpreendentes e por vezes inesperados, predizer o que quer que seja é arriscado. No entanto, para o povo, os dados essenciais são bastante claros: o declínio económico contínuo, combinado com o forte sentimento de que as instituições e os sistemas existentes são incapazes de pôr as coisas em ordem, produz já uma mistura letal de angústia, de medo e de cólera. Explosões populares de uma espécie ou de outra são inevitáveis.Esta nova realidade chegou já aos escalões mais altos dos serviços de informações norte-americanos. Numa audição senatorial, em 12 Fevereiro último, o almirante Dennis C. Blair, novo director das Informações Nacionais, declarou: “A primeiríssima preocupação a curto prazo dos EUA, em matéria de segurança, é a crise económica mundial e as suas implicações geopolíticas… Os modelos estatísticos mostram que a crise económica, se persistir por um período de um a dois anos, aumenta o risco de instabilidade que ameaça certos regimes”.O almirante Blair não especificou que países tem em mente, mas é claro, depois do seu testemunho, que os responsáveis norte-americanos vigiam de perto dúzias de nações instáveis na África, no Próximo Oriente, na América Latina e na Ásia Central.Retome-se agora o mapa pendurado na parede, com todos os alfinetes cor-de-laranja e vermelhos, e pintem-se os países em tons de vermelho e laranja indicando os declínios recentes mais chocantes do produto interno bruto e os mais fortes aumentos do desemprego. Mesmo sem 16 agências de informações às nossas ordens, teremos uma boa noção dos sítios onde Blair e consortes têm o olhar fixado, em termos de instabilidade, à medida que o futuro se vai tornando sombrio sobre um planeta à beira da catástrofe.Adaptado de A planet at the brink, de Michael T. Klare, publicado em CounterPunch, em 03.03.09

[Dinamarca] 71 presos em Copenhagen no protesto contra o encontro mundial de negócios e mudanças climáticas

Manifestantes se confrontaram com policiais em Copenhagen esta semanaenquanto tentavam interromper o encontro das corporações sobre mudançasclimáticas, o World Business Summit on Climate Change (WBSCC), um apanhadodos mais importantes grupos econômicos e não coincidentemente, os maiorespoluidores do Planeta.
Organizado pelo governo dinamarquês, o WBSCC ofereceu aos interessescorporativos acessos sem precedentes às sucessivas discussões sobremudanças climáticas das Nações Unidas, incluindo um ?face time?(cara-a-cara) com o Secretário Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e otão aclamado ?herói? do clima, Al Gore, o ex-vice-presidente dos EstadosUnidos.
O grupo de manifestantes, conduzindo uma faixa que dizia ?Nosso Clima nãoé o seu Negócio?, tentou romper as linhas policiais para acabar com oencontro. O animado grupo de ativistas queria ressaltar o papel destruidordas multinacionais e de grandes corporações nas discussões climáticasinternacional. A lista de corporações participantes incluiu o nº 1 ememissão de carbono no mundo, a Shell, a Duke Energy e a British Petroleum,entre outras corporações criminosas do clima e do meio ambiente.
O governo dinamarquês parece estar sob a impressão de que algumas dascompanhias mais poluidoras do mundo vão propor fortes medidas para atacaras mudanças climáticas?, disse Kenneth Haar, pesquisadora do ObservatórioEuropeu de Corporações (CEO), grupo de pesquisa baseado em Amsterdã,Holanda, Mas infelizmente isto não parece ser o caso. As corporaçõesparticipantes do WBSCC estão mais dedicadas a perseguir os negócios desempre, o lucro, a qualquer custo com as promessas de que as futurastecnologias resolverão todos os problemas.
Grupos lobistas das grandes corporações estão tentando influenciar asdiscussões sobre as mudanças climáticas nas Nações Unidas desde o começo,e sobre os governos. Mas agora eles estão sendo convidados para compor aagenda das Nações Unidas sobre mudanças climáticas antes mesmo dosnegociadores terem sentado à mesa.
Como podemos confiar em um processo que abre suas portas para tantascorporações que criam a crise climática, enquanto fecha as portas aospobres, indígenas e camponeses, que são os menores responsáveis pelasmudanças climáticas, porém sofrerão a forças de seus impactos?Para se envolver com a resistência ao controle corporativo sobre asdiscussões sobre o aquecimento global, mudanças climáticas, visite:
www.klimakollektiv.dkwww.actforclimatejustice.orgwww.risingtidenorthamerica.org
Tradução > Marcelo Yokoiagência de notícias anarquistas-ana
(A)-Infos

[Peru] Se isto não é uma guerra, o que é?


Sobre os enfrentamentos entre indígenas amazônidas e tropas militares peruanasCom o objetivo de implementar o Tratado de Livre Comércio (TLC) entre Peru e Estados Unidos, o presidente peruano Alan Garcia promulgou no ano passado uma série de decretos-leis para entregar os recursos florestais e hídricos da Amazônia peruana a grandes empresas multinacionais. Essas leis também facilitam a perfuração dessas terras à procura de petróleo e gás por grandes corporações petrolíferas. Os índios não foram consultados e sentem que esses decretos podem facilitar a tomada da Amazônia por essas empresas. Também sentem que estão perdendo a condição de preservar suas terras e garantir sua segurança. A tudo isso se opõe as comunidades indígenas que habitam essas terras há milhares de anos. Os indígenas bloquearam vários rios utilizados pelas empresas para transportar mercadoria e maquinários. Bloquearam também estradas, pistas de aterrissagem e estações de bombeamento nos oleodutos que vão do Amazonas em direção ao litoral.Em 5 de junho as comunidades bloquearam várias estradas na região de Bagua, ao norte do Peru. O governo peruano abriu o caminho ao capital mundial para explorar e destruir a Amazônia, e determinou uma feroz repressão que culminou num choque entre a polícia militarizada e as comunidades indígenas.Até agora foram contados 50 indígenas mortos, mais de 150 feridos e várias pessoas desaparecidas, entre eles idosos, mulheres e crianças. Mas os habitantes da Amazônia peruana, dando um belo exemplo, não se conformaram em serem as "vítimas" e responderam como devia: matando 24 agentes da polícia, dos quais muitos foram degolados. Assim mesmo, eles saquearam e incendiaram vários edifícios do Estado nos povoados da região.A imprensa foi inundada de queixas e lamentos por este novo uso "excessivo" da força. Como se o Estado peruano não tivesse feito exatamente aquilo que todos os estados fazem: negociar a expansão total do lucro e a exploração capitalista.Mais inteligente e desiludida foi a reação das próprias comunidades amazônicas, que depois de responder com violência à violência, pedem a cabeça de Alan Garcia e da oposição democrática do Peru, todos cúmplices na devastação da terra e dos povos que habitam essa região.O Estado peruano é uma força hostil de ocupação. Os indígenas sabem muito bem, e por isso respondem corretamente a uma invasão brutal que já dura mais de 500 anos, e que os indígenas não pensam ser parados diante de nada.Estes fatos só confirmam o que deveria ser óbvio a primeira vista: que está se desenvolvendo uma Guerra Civil Global, que essa guerra toca-nos a todos e todas, e que no futuro ela será mais intensa e inocultável.Galeria de imagens, algumas fortes: http://catapa.be/en/north-peru-killingsVídeo: http://www.youtube.com/watch?v=yUNxlpdmB9kANA - agência de Notícias Anarquistas
Retirado de: Rede Libertária

sábado, 6 de junho de 2009

Home: o mundo é a nossa casa (filme de Yann Arthus-Bertrand para assinalar o dia mundial do ambiente)

O Dia Mundial do Ambiente, que se comemora hoje, marca a estreia mundial do documentário «Home - O Mundo é a Nossa Casa», do fotógrafo francês Yann Arthus-Bertrand. O filme - lançado no cinema, televisão, Internet e em DVD - é uma colecção única de imagens do planeta visto a partir do céu, captadas em mais de 50 países. O objectivo é alertar para as ameaças ambientais e incitar à acção. HOME, filme da autoria do realizador francês Yann Arthus-Bertrand, é constituído por paisagens aéreas do mundo inteiro e pretende sensibilizar a opinião pública mundial sobre a necessidade de alterar modos e hábitos de vida a fim de evitar uma catástrofe ecológica planetária.
Ver a versão integral do filme:
www.youtube.com/watch?v=jqxENMKaeCU&feature=featured/

http://www.home-2009.com/us/index.html HOME is a carbon offset moviehttp://www.actioncarbone.org More information about the Planethttp://www.goodplanet.info

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Cinema e Jantares Vegetarianos às Quintas-Feiras no Club Aljustrelence







Dia 4 "De Tanto Bater O Meu Coração Parou" de Romain DurisDia 11 "Os Edukadores" de Hans WeingartnerDia 18 "Brisa de Mudança" de Ken LoachDia 25 "Terra e Liberdade" de Ken LoachFilmes e Jantares Vegetarianos!!

O CMA-J vai realizar uma Festa de Solidariedade com Mumia Abu-Jamal no próximo sábado, 6 de Junho, 19h no Grupo Desportivo da Mouraria - Lisboa

A vida de Mumia está em perigo! Temos de o salvar!Ao recusar o pedido de recurso de Mumia, o Supremo Tribunal Federal dos EUA pôs em perigo a vida de Mumia. Graças a uma lei do tempo de Bill Clinton, ele só tinha direito a um recurso e esse foi agora utilizado. A manter~se a pena actual, Mumia passará o resto da vida na prisão. Mas o Supremo também pode ainda decidir favoravelmente ao Estado da Pensilvânia que também recorreu para reimpor a pena de morte, o que levaria à sua execução imediata.O CMA-J vai realizar uma Festa de Solidariedade com Mumia Abu-Jamal no próximo sábado, 6 de Junho, a partir das 19h no Grupo Desportivo da Mouraria (Travessa da Nazaré, 21, 2º, Lisboa).A tua presença é muito importante. Vem solidarizar-te com Mumia!-----------------------------------------------------------------------Jantar às 19h: Cachupa e comida vegetariana.Reservas: cmaj@mail.ptMúaica e DJs:ChullageHezbollahLBCMentis AfroPedro e DianaPrimero GRitmos da ResistênciaDJ Cucurucho http://cma-j.blogspot.com/

Ciclo de documentários sobre a América Latina no bar-livraria Gato Vadio: 1ª sessão (4/6 às 22h.) com o filme Memória del Saqueo de Fernando Solanas

Ciclo de documentários sobre a América LatinaSe se cala a América Latina, cala-se a vida!Livraria-bar Gato Vadio, Rua do Rosário 281, no PortoEntrada Livre
Às quintas-feiras, pelas 22h
(todos os documentários estão legendados em português)1ª Sessão - Memoria del Saqueo, de Fernando Solanas, na Quinta-feira, 4 de Junho, 22hMemoria del Saqueo, Fernando Solanas (Argentina, 2004)Como é possível que um país tão rico possa cair numa situação de pobreza e fome de tamanha magnitude?O que aconteceu com as promessas da modernidade, o trabalho e o bem-estar pregado pelos políticos, empresários, economistas iluminados e os meios de comunicação social?Como se pode entender a alienação dos abundantes bens públicos para reembolsar a dívida, se a dívida negligenciada foi multiplicada várias vezes comprometendo as gerações futuras?Depois da queda da ditadura militar em 1983, sucessivos governos de democracia simulada lançaram uma série de reformas preconizadas com o suposto intuito de tornar a Argentina na economia mais próspera e liberal, o internacionalmente aclamado "El Milagro Argentino".Menos de 20 anos depois, os argentinos literalmente perderam quase tudo!Em nome da globalização e do comércio livre, a Mafiocracia (termo inventado por Solanas) dos governos de Menem e De la Rúa no conluio com o FMI, o Banco Mundial e os seus países constituintes, prosperaram as receitas económicas dos organismos internacionais e da máfia política argentina criando uma dívida astronómica e o esvaziamento social e financeiro o país.As maiores empresas nacionais foram vendidas às corporações estrangeiras a preço sub-desvalorizado, sendo o produto das privatizações desviado para os bolsos de funcionários corruptos. Os novos donos implementarem preços elevados por serviços reduzidos. Sucessivas revisões da legislação laboral cortaram quase todos os direitos laborais conquistados pelos trabalhadores. Num país tradicionalmente grande exportador de alimentos, a desnutrição torna-se generalizada. Milhões de pessoas ficam desempregadas e afundam-se na pobreza vendo as suas poupanças desaparecerem num colapso bancário final.Memoria del Saqueo trata-se de um documentário filmado com uma dinâmica livre, criativa e atraente, que tenta contextualizar e compor um novo quadro dos abalos sociais que o povo argentino sofreu, desde a ditadura de Videla até à rebelião popular de 19 e 20 de Dezembro de 2001, que terminou com o governo da Aliança.

Violência policial no Bairro do Fim do Mundo

Violência policial contra negros pobres soma e segue. Há uma guerra a decorrer contra nós que pouco tem a ver com prevenção e dissuasão do crime. Por Plataforma Gueto
Na quinta-feira 21 de Maio, jovens do bairro do Fim do Mundo encontravam-se a jogar basket no ringue do bairro quando uma Equipa de Intervenção Rápida da P.S.P. [Polícia de Segurança Pública], sem justificação, entrou de rompante agredindo os jovens com balas de borracha e gás pimenta. Quatro foram atingidos com balas e um com gás pimenta. Na sua versão a polícia diz que entrou à procura dum “suspeito” e reagiu, “dentro da legalidade”, à resistência dos jovens. No entanto, os presentes afirmam que a polícia chegou com provocações, chamando os jovens para confrontos e que os mesmos evitaram até que a agressão da polícia gerou um natural descontentamento nos moradores jovens e pais, que se revoltaram com a atitude injustificada e desnecessária dos polícias.
Face à violação dos seus direitos, cada vez mais frequente, aquilo a que a polícia chamou “resistência à autoridade” foi antes de tudo um acto de defesa de direitos (pois algumas pessoas ainda não se mentalizaram que somos humanos) e de resistência ao autoritarismo que muitos continuam a confundir com autoridade.
Aqueles que insistem em defender que estes mesmos polícias apenas têm feito “o seu trabalho”, que é perseguir e deter criminosos, terão que assumir também que ser negro e morar num destes bairros é automaticamente ser um criminoso, e que, praticar desporto entre amigos é praticar um crime no seio duma gang. Senão de que era suspeito o jovem, jogador da selecção nacional de juniores de rugby, que acabou detido com os olhos feridos com gás pimenta?
Face às constantes agressões, legitimadas por generalizações abusivas, que transformaram todos os moradores dum bairro em criminosos e/ou dependentes de subsídios, a população começa a acordar. Mais uma vez os moradores reagiram e mostraram que não estão dispostos a ser tratados de tal forma sem que nada aconteça. Não se tratando da tão receada réplica do sucedido na Bela Vista, e apesar de ter ocorrido numa situação diferente, isto ilustra a crescente consciencialização da nossa comunidade em relação ao avacalho que temos sofrido na opinião pública e nas ruas de Portugal.
O cordão que se formou para apoiar os jovens e que era constituído por diversos moradores veio reforçar que a comunidade percebe cada vez melhor que neste bairros a polícia é um progressivo factor de violência e não de “paz”, de insegurança e não de “segurança”, de desordem em vez de “ordem”, de tirania ao contrário de “democracia”, de estado sem direitos e não de “estado de direito”. Nesta tanga de democracia a liberdade e segurança duns é paga com a insegurança e tortura de outros.
Até os jornalistas que transformaram os seus jornais e telejornais em tribunais sumários de “jovens e bairros problemáticos” defenderam menos vigorosamente os seus executantes de penas chegando até a falar de “excesso de zelo”. Se fosse nas costas deles talvez usassem termos como “brutalidade policial”, mas ainda assim, como não houve nenhum assalto prévio e não arderam contentores, foram tímidos na condecoração dos seus heróis.
Nós não temos nenhuma ilusão em relação ao que a polícia significa para nós, mas para aqueles que persistem nessa ilusão deixamos um alerta. Num clima destes só se pode construir uma paz artificial pois sem justiça não há paz. E aqueles que delegam a sua liberdade e segurança neste género de policiamento só estão a alimentar um monstro que não tardará a virar-se contra eles também. Aqueles que sentem que a sua justiça é construída injustiçando os outros só estão a cavar a sua própria sepultura.
A mesma classe trabalhadora que tanto tem visto estes polícias, também trabalhadores, proteger os patrões que lhes têm gradualmente retirado os direitos tão arduamente conquistados aplaude estas acções em nome dos valores duma democracia podre. Uma democracia que os coloca “porta fora” das fábricas onde deram a vida em troca de míseros salários enquanto os responsáveis das falências e do desaparecimento das suas poupanças saem escoltados pelos seus heróis (aquando do açoitamento de “negros revoltosos”), que de repente se transformam em seus carrascos.
Será que quando “acabarem com os bairros” e “mandarem todos os pretos para a sua terra” estes polícias vão ficar no desemprego? Ou será que vão ter outros bodes expiatórios para combater? Porque entretanto muito mais gente se está a revoltar com estes políticos e estes banqueiros ladrões.
Este perfil etno-espacial que os media, comentadores e cientistas sociais têm vindo a traçar para criminalizar a nossa comunidade atenta contra a inteligência de qualquer um. Mas para os mais distraídos fica aqui uma conclusão: o único crime que estes irmãos cometeram na quinta-feira passada foi serem negros e estarem entre amigos.
Várias atitudes semelhantes vindas das mesmas viaturas, dos mesmos paramilitares, têm sido relatadas por vários irmãos e irmãs em vários bairros. Há uma guerra a decorrer contra nós que pouco tem a ver com prevenção e dissuasão do crime. Uma guerra que tem a outra frente de batalha nas fronteiras da Europa onde as vítimas são igualmente irmãos e irmãs à procura dum chão mais promissor do que uma África destruída pela pilhagem desta mesma Europa, da América, da China e das novas elites africanas, burguesas e corruptas
Trata-se da violência do Estado contra os suspeitos do costume. Violência do mesmo estado que promoveu recentemente, nos bairros e por intermédio dos seus programas sociais, uma campanha de prevenção da violência com referências do desporto e da cultura africanas a mostrarem as suas ferramentas de trabalho com a frase “esta é a minha arma”. Ironicamente na minha cabeça vejo um cartaz igualmente sobre a violência em que o Estado exibe um pequeno polícia e repete a frase “esta é minha arma”.
Justiça e paz.
NOTA: Inserimos, na secção Em Directo, um curto vídeo (com 20 segundos) captado por um dos habitantes com um telemóvel [celular], e um outro vídeo que é uma reportagem, feita por um dos canais noticiosos, com alguns dos jovens que presenciaram esta intervenção da polícia. Ver em:. Passa Palavra

Tribunais, revolta e Caxias

Esta descrição podia ser mais breve do que aquilo que vai ser, mas sentimo-nos demasiado inspirados pelos acontecimentos para os resumir, e queremos que também outros se sintam inspirados.Dia 20 de Maio, entre outros acontecimentos que nos ocupavam a alma e também o tempo, decorreu mais uma sessão do julgamento contra 25 ex-reclusos na prisão de Caxias, acusados de danos, fogo posto e motim.Cerca de 15 anarquistas concentraram-se perto do tribunal de Oeiras onde, desde a manhã, distribuímos folhetos contra as prisões, a Lei e a Justiça, e jornais (“Presos em Luta”) a quem passava. Em frente à porta do tribunal estavam pintadas as frases “SOLIDARIEDADE COM OS 25 DE CAXIAS!”, “DESTRUAMOS OS MUROS DA PRISÃO, PARA LÁ DA AMNISTIA E DO PERDÃO.” e “LIBERDADE PARA TODOS. FOGO ÀS PRISÕES. (A)”. Nos arredores, outras pintadas haviam sido feitas num bairro de ricos: “FOGO AOS TRIBUNAIS E ÀS PRISÕES. (A)” e “1000 PRISÕES, 1000 FUGAS”.Em toda a rua do tribunal estavam colados cartazes (como já tinha acontecido em sessões anteriores) com o seguinte texto:“Prisões, revolta e Caxias.13 anos depois de uma luta alargada dos presos pela melhoria das condições a que estavam sujeitos nas prisões, o estado decide levar a julgamento 25 dos então reclusos na prisão de Caxias, acusando-os de motim, danos e fogo posto.Não nos interessa se o fizeram ou não.Interessa-nos sim o amor pela liberdade, aquele que persiste em não morrer, em não se deixar sufocar pelos tribunais, nem pelas grades, nem pelos guardas.São momentos alegres, aqueles em que esse amor se expressa.Momentos em que comunicamos entre corações livres.Momentos que nenhuma autoridade nos pode tirar.Solidariedade com aqueles/as que lutaramSolidariedade com aqueles/as que lutam.Anarquistas pelo corte da mão que nos prende, e pela expropriação da chave.”À saída dos arguidos para o almoço, abrimos uma faixa (“CONTRA O ROUBO DAS NOSSAS VIDAS, NEM TRIBUNAIS NEM PRISÕES”) em frente à porta do tribunal e gritámos “A PAIXÃO PELA LIBERDADE É MAIS FORTE QUE AS PRISÕES”, e “A LIBERDADE ESTÁ NOS NOSSOS CORAÇÕES. ABAIXO OS MUROS DE TODAS AS PRISÕES!”. Foi um belo momento, ao vermos que os polícias presentes não sabiam o que fazer, ao mesmo tempo que os gritos de alguns arguidos se juntaram, sem medo, aos nossos.Ainda deu tempo para insultar a procuradora do Ministério Público, que saiu apressada.À tarde, ouvimos, do interior da sala do tribunal, os gritos vindos do exterior contra o julgamento, as prisões, os juízes, e em solidariedade com os acusados. A dado momento, a juíza desabafou aos intervenientes no julgamento que não tinha poder para conseguir fazer calar os gritos que se ouviam e que estavam a perturbar a sessão.Depois, alguns dos acusados, fartos de estarem a ser vigiados e intimidados pelas bestas quadradas que dão pelo nome de “guardas prisionais”, levantaram-se e começaram a gritar que não tinham que aturar aquilo e a exigir que se afastassem. A esses gritos juntaram-se os da assistência.Mais tarde, um dos guardas aproximou-se da assistência e disse que queria uma cópia daquilo que uma companheira estava a desenhar. Imediatamente nos levantámos e começámos a gritar contra ele e que os guardas estavam a tentar intimidar-nos assim como aos arguidos e, também imediatamente, muitos dos arguidos se levantaram e começaram a gritar contra os guardas e não só. Entre os diversos insultos gritados em todas as direcções às diversas autoridades presentes naquela infame sala, a juíza mandou os bófias evacuar a assistência da sala. Já no exterior do tribunal, 2 companheiros foram identificados. Meia hora mais tarde, a sessão terminou, com alguns dos arguidos a dizerem-nos que conseguiam ouvir os nossos gritos noutras partes do tribunal e no exterior, e que a sessão tinha sido encerrada porque os advogados de defesa estavam todos na conversa e a juíza já não conseguia pôr ordem na sala.A nossa força e a nossa alegria explodem e fortalecem-se com cada ataque à autoridade.O inimigo não está apenas naquele tribunal, a solidariedade não necessita de ser lá.Solidariedade com os que lutaram. Solidariedade com os que lutam.Fogo aos tribunais, às prisões e a ao mundo que os cria.Uns quantos corações livres.
Retirado de: Rede Libertária

II Festival em Cima do Joelho

Já estão confirmadas as 20 bandas que vão participar este ano no 2º Festival Em Cima do Joelho. Os Konad de Vila Franca de Xira e os Bloody Disgrace de Esmoriz juntaram-se à festa! Em breve saírá o cartaz definitivo com o alinhamento da bandas.
Gatos Pingados - www.myspace.com/gatospingados
Alcoholocaust - www.myspace.com/thrashalcoholicmetal
Cabeça de Martelo - www.myspace.com/cabecademartelo
Motornoise - www.myspace.com/motornoise
Eskizofrenicos - www.myspace.com/eskizofrenicosband
Sem Talento - www.myspace.com/100talentopunk
Artigo 19 - www.myspace.com/artigo19
Sub-Imundos - www.myspace.com/subimundos666khaosinstreets
Agressão Social - www.myspace.com/agressaosocialtvhc
Quebra Cabeças - www.myspace.com/quebracabecaspunk
Freedoom - www.myspace.com/freedoompunx
Dokuga - www.myspace.com/dokugapunx
Dr.Bifes e os Psicopratas - www.myspace.com/drbifeseospsicopratas
Raios Parta - www.myspace.com/raiosparta
Estado de Sítio - www.myspace.com/estadodesitiopunx
Mais Uma Queda - www.myspace.com/maisumaqueda
Motim - www.myspace.com/motimbandapunk
Acromaníacos - www.myspace.com/acromaniacos
Bloody Disgrace - www.myspace.com/thebloodydisgrace
Konad - www.myspace.com/konadmoska
www.myspace.com/elrattito
Para mais informações visitem: http://festivalemcimadojoelho.blogspot.com

[Grécia] Carta de Nikos Kountardas, preso em Amfissa

Nikos Kountardas foi preso dia 16 de Maio por alegadamente não cumprir o que lhe foi imposto na sua liberdade condicional.Foi ordenado a Nikos que se apresentasse duas vezes por mês na esquadra de polícia da sua localidade (Xanthi no norte da Grécia). A primeira vez que ele se apresentou foi-lhe dito que não poderia assinar a folha que comprovaria que se apresentou na esquadra porque essa mesma folha ainda não tinha sido transferia. Na vez seguinte que se apresentou na esquadra (dia 16 de Maio) foi preso!No dia seguinte (17 de Maio) foi transferido para a prisão de Komotini onde foi posto em isolamento na solitária.No dia 19 de Maio numa tentativa óbvia de o afastar do movimento de solidariedade à sua volta Nikos foi transferido para Amfissa no centro do país.Ele entrou em greve de fome e sede no dia em que foi preso (16 de Maio). Dia 23 parou a greve de sede quando foi informado que vai ser ouvido em tribunal, mas mantém a greve de fome enquanto pede libertação imediata.Os médicos avisaram que o seu estado de saúde se está a detriorar e que se aproxima rapidamente de um estado não reversível!Houve várias acções de solidariedade por todo o país enquanto ele foi transferido para o hospital Nikaia em Atenas.No dia 27 Nikos retomou a greve de sede e mantem a greve de fome desde o dia 16 de Maio. Nesse dia conseguiu fazer chegar secretamente uma carta ao companheiros em liberdade:“I'm writing a few words on a napkin. In secret. They have forbidden me everything. I am in a state of complete isolation. I don’t know what's happening outside. Real terrorism exerted from the deep State itself. However, I believe I haven't said my last word. I hope these will reach the outside world and will become known, propagated. Whatever happens. Hear the testimony of my soul that I have given a week ago to Radio Revolt. The situation and the conditions in here remind me of other dark ages. They are all furious with me. I do not know if I'm considered a political prisoner of their democracy, the only sure thing is that if someday their sovereignty collapses I may perhaps be recognized as a former casualty or former prisoner of their “democracy”. Something like the actual, frequently advertised and honoured, recognisable by all “released and exiled by the dictatorship prisoners” (during the Junta in Greece,1967-1974). Until then what would you expect… deafening silence. Silence like “omerta” that should not “break”. It doesn’t matter, one day they’ll understand, maybe the people will wake up.Here and now in the State Hospital, they have put me in here since Friday after they transported me in almost a coma condition, with pressure 7-5, glykose 45, weighing 6 kilograms less. I’ll try and describe what’s going on. The doctors tried to inject me with IV water, however I did not accept it. In any case I generally have to admit that despite the pressure on them by the State the doctors have kept a decent attitude. However, during the course of the night, on the dawn of Saturday and while I was unconscious a strange woman escorted by policemen entered the room and injected me with glykozated water and vitamins. This is an incident that I want to make public and denounce, while the fact can also be testified by the one and only patient detained in the room with me.What I want to say is that we may all imagine what also happened to Savvas Xiros (injured by a bomb blast) in Evangelismos Hospital. And since I have talked about Friday, I want to thank all the friends and comrades that upset the area around the hospital (solidarity protest). It was moving and pleasant for me while unpleasant for the enemy. Also I want to thank all the people that came outside the hospital the next morning. It was a gesture that livened up my soul. I heard of and was really glad for the great protest in Xanthi, a city that gives birth to anarchists. As well as for the attacks against the riot police in Trikoupi Str in the cities of Athens and Thessalonica. I THANK all the friends and comrades from every corner of the Greek space for their diversified solidarity.Now for some different kind of thanks:* I “thank” the “people in charge” from the Ministry of Justice that are crowding outside the guarded Hospital Ward that they keep me in order to resolve my problem.* I “thank” the Public Prosecutor and Police authorities that within a matter of 10 minutes managed to prepare a case against me, while the responsible for my release Council of Judges of Komotini requires more than 10 days.* I “thank” the humanguards for their “kind” treatment during my transfer-abduction from Komotini Prison, worthy and exemplary for a prisoner in hunger and thirst strike.* I “thank” my inmate in Komotini Prison that in solidarity abstained from food, and burned the Prison Ward when he heard of my torture and continues supporting me despite me “suspicious” fight.* I “thank” here in the State Hospital the guards that allow me to make phone calls, “respect” my private information and in general “respect” the rights of a prisoner.* I “thank” the para-government that has “not” threatened my parents…* Finally I “thank” in advance all the scam that will defame and slander this second and difficult effort of mine to pursue my rights.Today, Wednesday 27/5/09 noon I began the 2nd and last Hunger and Thirst Strike. I will fight for my right by any means necessary. If there’s no solution then it's WAR WAR WAR!While closing this letter I'm asking for two favours. I had promised something to Alexis in P.Faliro, perhaps I won't be able to make it. Comrades, please spread this now during the exam school period for those who want to study in Universities: December the 6th, 2008 – June the 6th, 2009. No students and schoolmates this year to be candidates to join the Police Force. WE DO NOT FORGET - WE DO NOT FORGIVE.And finally, protect those in Xanthi as if it was your own eyes.I’m not of this world.LONG LIVE TOTAL FREEDOMWith true love, Nikos Kountardas

Fonte: Occupied London

O Peixe Morcego Vulcânico Cego