quarta-feira, 4 de junho de 2008

[Lisboa] Ciclo de cinema de intervenção e feminismo «Que querem elas?»

Dia 3 - “Lettre à ma s½ur” Habiba Djahine, França, Argélia, 2006, 68´, V.O. francesa/árabe, legendada em inglês "Nabila Djahnine, a minha irmã, foi assassinada dia 15 de fevereiro em Tizi-Ouzou, uma cidade importante da região da Cabilia (Argélia). A Nabila era arquitecta e presidente da associação de defesa dos direitos das mulheres « Thighri N’tmettouth » (Grito de mulher) sedeada nesta cidade. Em 1993, a Nabila escreveu-me uma carta em que falava do aumento da violência, da repressão, dos assassinatos, da falta de esperança e do seu desespero perante a quase impossibilidade de agir naqueles anos de chumbo. Eu tinha ido viver durante uns tempos para uma cidade do Sahara argelino, com o objectivo de me distanciar da acção militante. Dez anos depois do assassinato de Nabila, voltei a Tizi-Ouzou para fazer este filme. Lettre à ma sœur é a minha resposta à sua carta, uma forma de contar o que aconteceu durante estes dez anos. Dia 10 - “De niña a madre” Florence Jaugey, Nicaragua, 2006, 70´, V.O. espanhola, legendada em francês O filme acompanha a vida de três adolescentes confrontadas com a maternidade na Nicarágua rural. Durante três anos, a realizadora captou com mestria os triunfos e as batalhas de Kenia, Vivian e Bianca, recorrendo a entrevistas em profundidade com estas jovens mulheres, as suas mães e os pais dos bebés. Kenia, Vivian e Bianca são levadas a reajustar as suas esperanças e sonhos em função da difícil realidade que é a maternidade adolescente numa comunidade tradicional como esta. Dia 17 - “Convicções” Julie Frères, Portugal/França, 2007, 55´, V.O. português Em Fevereiro de 2007, os Portugueses foram chamados a votar pela ou contra a despenalização do aborto. Partindo do quotidiano de quatro mulheres de convicções totalmente opostas, o filme segue de perto a campanha do referendo, nos bastidores, na rua e nos média. Dia 24 - “Raimunda a quebradeira” Marcelo Silva, Brasil, 2007, 52´, V.O. português, legendada em inglês Confrontada com o problema do acesso à terra, Raimunda luta diariamente, trabalhando como quebradeira de coco. Ao lado do padre Josimo, assassinado por homens de mão dos latifundiários, ajudou as quebradeiras a organizarem-se para obter terras, conseguindo assim dar a ouvir o grito destas excluídas. Pela acção política ou pelo trabalho como quebradeiras de coco, estas mulheres asseguram a sobrevivência de suas famílias numa região onde as disputas pela posse da terra tiveram um saldo de centenas de mortes, entre fazendeiros, mercenários, activistas e até religiosos. Raimunda consagra todo o seu tempo e energia a esta causa, assim como à agricultura biológica e à melhoria da qualidade de vida das quebradeiras, combatendo os interesses dos industriais e grandes proprietários.

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