quarta-feira, 26 de novembro de 2008
cinema comunitário e oficina activa de mãos dadas
Em vez de ocupar o serão habitual da primeira terça-feira do mês, o cinema comunitário resguardou-se para uma sessão especial, na abertura da Oficina Activa, que decorre até segunda-feira, dia 8. Tendo em conta que a Oficina Activa se dedica ao tema da acção directa, vamos projectar uma série de pequenos filmes de acções um pouco por todo o mundo ao longo da história recente. Agradecimentos ao pessoal do KinoKast que disponibilizou uma série de filmes especialmente para esta sessão: www.kinokast.net. Nota- Os filmes embora não estejam legendados em português são na sua esmagadora maioria compostos por compilações aleatórias de imagens e sem diálogo. Portanto, falam por si. Qualquer tradução mais complicada será feita ao vivo durante as projecções, tal como qualquer explicação sobre os eventos referenciados nos vídeos. Road to Ruin, de Jamie Lowe (14'/inglês) Em 1996 o plano para construir uma autoestrada nos campos ingleses de Newbury levantou uma onda de resistência sem precedentes. 33 acampamentos em topos de árvores foram erguidos para impedir a desflorestação imposta pelo projecto. Milhares de pessoas envergaram numa série de acções directas contra a construção, iniciando dessa forma um movimento de massas sem igual, abrindo as portas e indirectamente construindo as bases para o movimento "anti-globalização" que dali florescia. Esta é a estreia mundial da versão remastered deste curto filme que já correu o mundo.Carnaval contra o capital, de Jamie Lowe (13'/inglês) Alguns meses depois da batalha de Seattle, onde milhares de manifestantes cancelaram a cimeira da organização mundial do comércio, anunciando ao mundo que afinal de contas o projecto neo-liberal não era consensual, em Londres, foi convocada uma pequena festa para celebrar a vitória do movimento. O que era para ser uma simples acção de uns quantos jovens a dançar samba em frente do banco de Inglaterra, transformou-se numa acção em massa onde apareceram milhares de pessoas que durante um dia encerraram a cidade. Jogando Golfe com o G8, do Indymedia (7 '/inglês) Em 2005 os líderes do G8 juntaram-se para jogar golfe numa estância hoteleira na Escócia. Milhares de activistas de todo o mundo fizeram de tudo para se juntarem ao torneio. Esta é uma curta compilação de vídeos de quase tudo o que se passou em Gleeneagles, desde simples marchas a pequenas acções de bloqueio das vias de comunicação das montanhas escocesas.Um motim rural, de Revolt Vídeo (25'/inglês) Na manhã de 6 de Julho de 2005 cerca de 500 activistas partiram do eco-camp em direcção à pequena cidade de Stirling. No caminho encontraram uma série de barricadas policiais, e uma a uma foram deitadas a baixo. Numa acidental, no entanto arrojada, conjuntura atraíram tanta policia que se acabou por quebrar o cordão policial que rodeava o acampamento anti-G8, permitindo a dezenas de grupos de afinidades uma saída sorrateira em direcção à autoestrada e linhas de comboio, que horas mais tarde seriam bloqueados por estes, fechando as conversações da cimeira do G8 logo no primeiro dia. No dia seguinte, seriam os ataques à bomba em Londres a fechar por completo a cimeira daquele ano. Este vídeo mostra-nos imagens impressionantes de um motim no meio do campo. Zapatismo na cidade do México, do Laboratorio de Acción Directa (13'/espanhol)No dia 30 de Junho de 2005 foi anunciada a sexta declaração da selva Lacandonica, onde o movimento Zapatista lidera uma "desautoridade" autónoma há mais de 14 anos. Para o celebrar, um grupo de estudantes da capital mexicana, apoiantes do Zapatismo, decidiram pintar uma enorme estrela vermelha zapatista no meio da Praça Maia, palco dos momentos mais relevantes da história mexicana. Neste curto vídeo vemos como se mistura acção directa com arte, originalidade e alguma artimanha.Massa Crítica, de Kinokast (6') 2 Rodas é bom. 4 quatro rodas é mau. A massa crítica é um encontro mensal de ciclistas que se juntam para entupir o trânsito local, reclamando direitos para os ciclistas e promovendo formas de transporte não poluentes. Iniciou-se há mais de 20 anos em São Francisco, mas não demorou até que se espalhasse pelo Planeta, e hoje é rara a cidade que não tem um núcleo de massa crítica (incluindo o Porto). Este vídeo apresenta imagens de duas concentrações, uma em 1997 e outra em 2005, mostrando que a massa critica continua viva e de boa saúde. Whitley Quarry 95, de Jamie Lowe (5') Invasão de uma pedreira por ambientalistas em 1995. Reclaim the streets, de Kinokast (20') Reclaim the streets foi sem dúvida um dos movimentos mais originais e eficazes no final dos anos 90. Nascido em Londres rapidamente se espalhou pelo mundo, reivindicando o direito ao espaço público que progressivamente tem vindo a ser restringido e privatizado. Estes são 3 vídeos de 3 festas diferentes em 1997, ano em que pela primeira vez se organizaram as festas, incluindo aquela mais famosa onde se ocupou a M41, a "via de cintura interna" que rodeia a cidade de Londres. Reclaim the media IMC Itália (3') Uma festa em frente da sede milanesa da Media Set, empresa do barão dos media e chefe mafioso italiano, Sylvio Berlusconi, reclamando mais parcialidade e transparência nos media. www.cinemacomunitario.blogspot.com Para mais informações sobre a oficina activa consultawww.oficinactiva.weebly.com Sobre os filmes consultawww.kinokast.net |
JORNADAS DE LUTA NAS PRISÕES NOS ESTADOS ESPANHOL E ITALIANO
A partir de 2ª-feira, 1 de Dezembro, vão ter lugar diversos protestos nas prisões europeias.Em Itália 800 presos ergastolanos (Ergastolo é o nome dado à prisão perpétua, regime ainda existente neste estado) começam esse dia com um jejum colectivo e greves de fome rotativas que durarão uma semana em cada prisão, até ao dia 16 de Março.No estado espanhol, sabe-se que pelo menos 21 companheiros presos vão apoiar estas jornadas de protesto, nos dias 1, 2 e 3 de Dezembro, sob a forma de jejuns e permanência nas celas. Estes protestos acontecem em solidariedade com a luta dos presos ergastolanos e por uma série de pontos reivindicativos face ao sistema penal e judicial do estado espanhol.No link que deixamos aqui, estão disponíveis uma série de documentos gráficos e escritos para utilizar durante as mobilizações, que ajudem a extender de forma eficaz a solidariedade até ao outro lado dos muros!Esses mesmos documentos podem ser usados para qualquer outro organismo político, judicial ou penitenciário.É possível encontrar também as moradas dos presos em espanha que se vão juntar aos protestos, de maneira a que se possam enviar cartas de apoio.(NOTÍCIA COMPLETA) |
Sistema judicial norte-americano persiste em assassinar Mumia Abu - Jamal
Sistema judicial norte-americano persiste em assassinar Mumia ... A procuradora distrital de Filadélfia, Lynne Abraham (equivalente a procuradora do ministério público) pediu ao Supremo Tribunal dos EUA que voltasse a impôr a pena de morte a Mumia Abu-Jamal. Se esse pedido for aceite, isso pode significar a EXECUÇÂO imediata de Mumia, sem qualquer nova audiência ou julgamento, e apesar da montanha de novas provas que têm surgido em defesa da inocência de Mumia. Entretanto, o advogado de Mumia anunciou que iria também entregar no Supremo Tribunal um pedido de um novo julgamento. Este pedido tem de dar entrada até 19 de Dezembro. Este novo pedido tem por base o racismo que existiu na selecção de jurados no julgamento original e nas falsas indicações da procuradoria aos jurados na fase de decisão da culpa. São essencialmente os mesmos argumentos já usados (e negados) perante o Tribunal de Recurso do 3º Circuito de Filadélfia. Não podemos deixar que Mumia seja assassinado! Em defesa de Mumia, o dia 6 de Dezembro vai ser assinalado como Dia Internacional de Solidariedade com Mumia Abu-Jamal! Apelamos a todos os amantes da justiça e da liberdade que cerrem fileiras em defesa de Mumia Abu-Jamal. Multipliquemos as iniciativas de divulgação desta causa! NOVO DOCUMENTÁRIO SOBRE MUMIA . .Um novo documentário britânico, “In Prison My Whole Life” ("Na Prisão Toda a Minha Vida"), sobre a vida de Mumia foi exibido novamente nos Estados Unidos. O documentário já tinha estreado nos EUA no Festival Sundance em Janeiro e foi agora exibido no Festival Urbanworld de Nova Iorque a 11 e 13 de Setembro e depois na Conferência CR10 (Resistência Crítica 10 anos) em Oakland, Califórnia, a 26 de Setembro. O documentário já tinha estado nos Festivais de Cinema de Londres e de Roma em 2007. O documentário relata a história de William Francome, que nasceu no dia em Mumia foi preso. A sua mâe costuma dizer-lhe que cada aniversário que ele tinha era mais um ano passado por Mumia na prisão. Com o conhecido actor britânico Colin Firth como produtor executivo, "In Prison My Whole Life" foi realizado por Marc Evans e produzido por Livia Giuggioli Firth e Nick Goodwin Self. O filme inclui entrevistas com personalidades como Alice Walker, Angela Davis, Noam Chomsky, Amy Goodman, Ramona Africa, e músicos como Mos Def, Snoop Dogg e Steve Earle. A Amnistia Internacional incluiu o filme na sua campanha internacional pela abolição da pena de morte. O doumentário mostra as agora famosas fotografias da cena do crime tiradas a 9 de Dezembro de 1981 e que> apenas foram redescobertas recentemente pelo autor alemão Michael Schiffmann, que as publicou no seu novo livro. Também inclui uma entrevista com o irmão de Abu-Jamal, Billy Cook, que estava no local depois do polícia Faulkner ter mandado parar o seu carro. É a primeira entrevista gravada de Cook e este nega a versão da acusação de que acertou na cara de Faulkner, supostamente provocando assim o espancamento que recebeu do polícia. Cook mostra as cicatrizes que ainda hoje tem na cabeça e diz: “Eles prenderam-me por o ter atacado, mas eu nunca pus a mão nele. Só estava a tentar proteger-me. Nunca acertei nele. Nunca acertei nele.” Cook diz que> depois de ter sido violentamente espancado com a lanterna do polícia, Faulkner “foi meio vulgar e grosseiro. E se bem me lembro acrescentou a meio um> palavrão racista... ‘Volta para o carro, preto´.” . Um trailer do documentário está disponível em http://vids.myspace.com/index.cfm?fuseaction=vids.individual&videoid=179496 DIA DE SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL COM MUMIA O dia 6 de Dezembro foi denominado Dia de Solidariedade Internacional com Mumia Abu-Jamal. Estão marcadas acções em todo o mundo, em particular> por todos os EUA, a maior das quais será uma> concentração em Filadélfia frente à procuradoria distrital (o equivalente ao ministério público e que se tem destacado numa criminosa perseguição a Mumia). Daremos mais novidades à medida que as formos obtendo. .SNOOP DOGG E OS MASSIVE ATTACK GRAVAM MÚSICA DE HOMENAGEM A MUMIA O rapper norte-americano Snoop Dogg e o músico 3D do> grupo britânico de trip-hop Massive Attack (MA)> juntaram-se para gravar uma música de apoio a> Mumia, "Calling Mumia". Os músicos fizeram a gravação sob o nome de "100 Suns" e surgem no novo> documentário "In Prison My Whole Life" sobre a vida> de Mumia, antes e depois da sua prisão por um crime> que não cometeu. Um excerto da música diz: "A forma como agora vivo é para educar e inspirar as crianças / e dar-lhes mais que erva e cerveja. / Tenho muito para dizer / porque não é divertido> estar-se preso." A música está disponível no site> dos MA, http://www.massiveattack.com/index.php?id=657, e no YouTube,>> http://www.youtube.com/watch?v=0Tv78kaTGP4.> . .NOVO LIVRO SOBRE MUMIA Um novo livro de denúncia da farsa que foi o> julgamento e a condenação de Mumia Abu-Jamal foi> publicado em Maio passado nos EUA. O livro, The Framing of Mumia Abul- Jamal, foi escrito por J. Patrick O'Connor, que defende que o verdadeiro atirador no caso da morte do polícia Faulkner foi Kenneth Freeman, e mostra como Mumia foi claramente tramado pela polícia, devido à sua actividade política, tanto como membro dos Panteras Negras como> mais tarde como jornalista que denunciava a actuação> racista da polícia de Filadélfia. COMENTÁRIO DE MUMIA SOBRE A VITÓRIA DE OBAMA "(...) Mas o que é que ela significa? Não podemos> negar o seu valor simbólico. Em milhões de lares> negros, a sua fotografia será colocada ao lado das> de Martin, John F. Kennedy e de uma empaledecida> pintura de Jesus. (...) Mas para além do símbolo há> a substância. E substantivamente, alguns académicos> definem Obama como pouco diferente dos seus> antecessores. Apesar disso, os símbolos são uma> coisa poderosa. Por vezes têm uma vida própria.> Podem vir a significar algo mais do que pretendiam à> primeira vista. Foi feita História. Veremos que tipo> de história será. (...)" >>> 23 de Novembro de 2008> Colectivo Mumia Abu-Jamal>> .http://cma-j.blogspot.com/ cmaj@mail.pt |
Festa de beneficência no 27º aniversário da associação Terra Viva (no Sábado, dia 29 de Nov.)
27º ANIVERSÁRIO da TERRA VIVA !http://terraviva.weblog.com.pt/ Rua dos Caldeireiros, n.º 213 4050-141 PORTO (à Cordoaria, junto da Torre dos Clérigos) telef: 223 324 001terraviva@aeiou.ptFESTA de BENEFICÊNCIA “S.O.S.TERRA VIVASábado,29 de Novembro -2008 DIAPOSITIVOS DAS NOSSAS ACTIVIDADES – VÍDEOS DE TEMAS ECOLÓGICOS – MÚSICA AO VIVO – ESTÓRIAS CONTADAS – JANTAR VEGETARIANO“CAMPISTA” – “POÇÃO MÁGICA” – MÚSICA DO MUNDO – LEITURA DE POEMAS ECOLÓGICOS/SOCIAIS – CONVÍVIO – MESA DE DIVULGAÇÃO/INSCRIÇÃO NOS NOSSOS WOKSHOPS,GRUPOS DE TREINO E CÍRCULOS DE ESTUDOS - etc., Pois é…A “crise” maldita também nos toca!...Apesar de 27 anos depois –então como “grupo ecológico” , agora como “associação de ecologia social” – continuarmos com um leque muito diversificado de actividades (intervenção e projectos sociais, eco-escotismo, campos de férias juvenis, informática, passeios pedestres, formação de animadores juvenis, workshops diversos, círculos de estudos, biblioteca …) , continuamos a ter ciclicamente problemas para fazer face às despesas de manutenção do espaço da associação (renda, água, luz, telefone, internet….)que vamos mantendo no Centro Histórico do Porto desde há 5 anos. E como neste momento somos todos voluntári@s, nem podemos continuar a fazer o que ao tempo dos projectos subsidiados fazíamos (“Escolhas” 1ª e 2ª geração, etc.) que era tirarmos parte dos ordenados de alguns de nós para pagar despesas da nossa sede…Agora, alguns vamos tirando aos subsídios de desemprego…e…não dá! Daí que tenhamos agora resolvido avançar nesta iniciativa, dirigindo-nos a quant@s conhecem de alguma forma- ou desejem conhecer melhor- a nossa actividade (de inserção social, de sensibilização à Natureza -ainda existente, de difusão de ideias libertárias e alternativas, etc.) no sentido de nos auxiliarem a continuarmos, participando nesta iniciativa. Se ela resultar, apontamos para a sua realização, no mínimo bimensalmente! Mas, sem dúvida, vemos nela também uma oportunidade para divulgar as nossas iniciativas e alargar o nosso número de associad@s, não concorrendo com o espaço de nenhuma outra colectividade ou associação mas sim complementando as suas outras iniciativas, nomeadamente no campo da sensibilização sócio-ambiental e no do estímulo à auto-formação sócio-política e à intervenção social /”cívica” de base .Contando já à priori com a participação neste evento do cantor de intervenção TINO FLORES e do grupo de musica popular marroquina da associação imigrante “ESSALAM” –entre outras “surpresas”. A entrada é livre, funcionando o nosso bar e as mesas de divulgação como outros meios para arrecadar os fundos necessários à nossa actividade. |
O horror das prisões secretas iraquianas
Mohammed Al-Dainy, um parlamentar de Bagdade, é de pai sunita e mãe xiita; recusa-se contudo a definir-se de outra forma que não seja pela sua «pertença ao Iraque». Esteve em Genebra a 30 de Outubro, com o jornalista Ali Wajeeh do canal de televisão Al-Sharquiyya [1], para dizer que é urgente enviar pessoas para investigar as numerosas prisões secretas iraquianas.
Al-Dainy pôde estabelecer a existência de 426 lugares de detenção secretos e juntar uma quantidade de documentos, entre os quais alguns filmes. Desde 2006, visitou treze prisões secretas. Existem muitas outras: as 27 prisões reconhecidas pelo governo iraquiano e as prisões secretas administradas pelas forças do Pentágono.
Trouxe os autos de actos de torturas e de violações, provando as execuções extrajudiciárias, assim como certificados de óbito de prisioneiros mortos pelas torturas.
«Aqueles que pedem para visitar as prisões secretas de que teriam conhecimento não o podem fazer sem a autorização do governo», explica Al-Dainy. «Isso dá assim tempo às autoridades para deslocar os detidos antes da visita. Estamos constantemente confrontados com este dilema. Razão pela qual apelamos a uma autoridade internacional que imponha as suas próprias condições».
À pergunta de saber como é que Al-Dainy conseguiu recolher materiais “ultra-confidenciais” e filmar no interior das prisões, ele respondeu que beneficiou do seu “estatuto de parlamentar” e que o seu dever era deslocar-se a esses locais quando soube das suas existências. Pôde por vezes aproveitar-se da desorganização reinante para entrar nas prisões e filmar.
«Em algumas celas, contámos 200 pessoas; noutras até 700. Mulheres, idosos, crianças e homens encontram-se misturados», conta. «Entre os treze locais que visitei, três encontravam-se sob administração mista americana e iraquiana. Trata-se de Al Dial, Al Karmiya e Sahat Al Usur».
O jornalista Ali Wajeeh, director de informação da Al-Sharquiyya evocou por sua vez o assassinato de quatro colegas, há duas semanas. Foram raptados, torturados e executados quando preparavam uma série de emissões a partir de documentos e vídeos fornecidos por Al-Dayni. Desde 2003, 461 jornalistas foram mortos no Iraque. Mais de mil saíram do país.
Quem são os assassinos ? Há actualmente no Iraque 160.000 mercenários que se servem das suas armas contra os civis. «Vieram para o Iraque dizendo que iam proteger os direitos humanos. Mas o remédio revela-se pior do que o mal. E disto a ONU não diz nada».
Al-Dainy confiou numerosos documentos à ONG árabe Al-Karama. «Entre todos estes documentos haverá que fazer uma triagem», comenta o responsável Rachid Al-Mesli. «E, depois, haverá que ir ao local para confirmar todas as informações, verificar a autenticidade de cada documento. Não estamos estruturados para cumprir esta missão. É por esta razão que é indispensável instaurar um tribunal internacional, tal como pede o Sr. Al-Dainy, e nomear uma comissão para fazer este trabalho».
As duas testemunhas iraquianas pediram às Nações Unidas para abrir um inquérito internacional pelo assassinato de dois deputados, a nomeação de um relator especial para o Iraque e a implantação de um Tribunal Internacional para julgar urgentemente os crimes mais graves.
Ouvimos o seu testemunho pungente com um sentimento de terror.
Declarações recolhidas aquando da conferência que teve lugar no Clube Suíço da Imprensa, na quinta-feira, 30 de Outubro de 2008.
Tradução de Ana da Palma.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Luta dxs Presxs gregos: Fim da Greve de fome...
Depois de 18 dias e uma participação de 10.000 presos e presas.Segundo as declarações do ministro da justiça da Grécia Sotiris Jatzigakis, a reforma penitenciária que se discutirá no parlamento nas próximas semanas, permitirá a libertação de 4000 presxs, até Abril de 2009.Aqui fica o comunicado da comissão de presxs em luta :Comunicado da comissão de presxs em luta (Grécia)Iniciámos a nossa luta há 18 dias.Dez mil presos e presas, com jejuns e posteriormente com as greves de fome, lutamos contra a situação penitenciária e a indiferença do Ministério da Justiça..A partir de amanhã, 6ª-feira 21 de Novembro, xs presxs de todas as prisões do país declaramos que suspendemos as mobilizações, pondo fim às greves de fome ..A reforma legal que o governo está a apresentar no parlamento trata de algumas das nossas reivindicações..O ministro tem de materializar as saus promessas quanto à libertação imediata do número de presxs que anunciou e, ao mesmo tempo, avançar com as medidas e iniciativas que englobam a totalidade das nossas reivindicações. Nós xs presxs, vemos esta reforma legal como um primeiro passo, resultado das nossas lutas e da solidariedade da sociedade; No entanto, não nos cobre, não dá solução aos nossos problemas principais..Com a nossa luta reivindicamos sobretudo a nossa dignidade. Esta dignidade não a oferecemos a nenhum ministro nem a nenhum guarda. Não toleraremos nem um abuso, nem uma transferência vingativa, nem um castigo disciplinar. Estamos de pé e vamo-nos manter de pé. Exigimos a abolição total das 4/5 partes de vários tipos de penas, a abolição da soma das penas disciplinarese a ampliaçãode todo o tipo de acesso a precárias (saídas de alguns dias da cadeia) e terceiro grau (regime semi-aberto) para todxs xs presxs. Além disso, exigimos que as declarações generalistas do ministro da justiça sobre a melhoria das condições penitenciárias (abolição dos centros de internamento de menores, funcionamento de centros especializados para toxicodependentes, etc) sejam certificadas com leis nos próximos três meses..Para acabar, muitos agradecimentos aop movimento solidário, aos/às lutadorxs, a cada entidade, partido e meio de comunicação que nos apoia da maneira que escolhe e declaramos que a luta contra toda a lixeira humana e pelo cumprimento de todas as nossas reivindicações continua....Comissão de presxs panhelénica.Alexandros KolaAbdel Jalim FatajRania DjabarDani KarabuleaVaggelis Palis...5ª-feira, 20 de Novembro de 2008
A Las Baricadas
Portugal: Alastrando a solidariedadeNa sexta-feira, dia 14 de Nov., às 11h da manhã distribuímos 200 flyers tamanho A4 em frente e em redor do edifício da Secção Económica e Comercial da Embaixada Grega, no centro de Lisboa, deixando também alguns dentro do edifício. Os flyers continham um breve texto introdutório à luta dos presos, algumas das suas exigências e uma cronologia dos acontecimentos até à data. Além disso, incluia também o seguinte texto:A prisão está em todo o lado, em toda a nossa vida. Constantemente somos observados, controlados, identificados, escutados... ela é o polícia, a câmara de vigilância, o tribunal, o juíz, a esquadra, e toda a nossa realidade diária de interacções forçadas... ela é o medo de sermos o que somos, de dizermos o que sentimos, de fazermos o que gostaríamos de fazer... ela é a miséria quotidiana, persegue-nos na nossa memória, é uma ameaça permanente...A prisão é também aquele edifício isolado, onde só estão os condenados e os carrascos... é o cerco de onde não podemos sair, é os guardas que nos controlam e torturam, é o nosso corpo nas mãos do Estado... ela é as paredes que nos fecham e que nos escondem, que nos afastam durante anos... ela é o sítio onde tudo nos é retirado...A prisão é, ao mesmo tempo, uma ideia e um edifício. Mas sempre uma realidade.Na Grécia ou em qualquer outro lugar, a luta por parte dos presos é a única forma de enfrentarem e combaterem a realidade a que são obrigados. Aceitar a prisão é apenas possível por meio de todos os métodos de alienação que o Estado emprega, dentro e fora das prisões, e que criam um quotidiano de medo e resignação. O que se passa hoje nas prisões Gregas nasceu da determinação de indivíduos sequestrados pelo Estado, e embora nós estejamos no exterior das paredes, isso não significa que sejamos livres. Essa liberdade temos nós de a conquistar.Na Grécia, em Portugal ou em qualquer outro país, nenhuma condição de vida dentro da prisão será humana, pois isso é impossível dentro de uma prisão. Não existe reforma de qualquer natureza que possa, de alguma maneira, humanizar um local onde estamos presos; onde tudo, à excepção da dignidade, nos é retirado.Mas a dignidade pertencerá sempre aos que lutam, aos insurgentes, aos indivíduos.Há inúmeros modos através dos quais podemos dar a nossa solidariedade e alastrar a revolta, atacando o controlo e os controladores deste mundo; o primeiro passo é decidir de que lado estamos.Posto isto, a única exigência que temos é a destruição de todas as prisões e desta sociedade-prisão!
SOLIDARIEDADE COM OS PRESOS EM LUTA NA GRÉCIA!a
narquistas"***Domingo à noite anarquistas atacaram a embaixada grega em Lisboa (Portugal) com bolas de tinta preta.Saudações aos companheiros.Solidariedade com os presos em luta!!!!!!!
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Minas de Aljustrel
A greve de fome dxs presxs gregos continua... morreram já 2 presxs !!!
La huelga de hambre en las prisiones griegas continúa, y se intensifican las acciones de apoyo y solidaridad
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Mie, 19/11/2008 - 11:17 — ALB Noticias- agência de notícias anarquistas-ana-
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ALB Noticias.
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Miles de presos en huelga de hambre en las prisiones griegas prosiguen con su protesta de redución dente la población reclusa del país y reclamar mejora de las condiciones de detención, mejores programas de salud, entre otras reivindicaciones.
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La huelga de hambre ya dura quince días, y el número de encarcelados huelguistas en las prisiones aumentan día a día. Se estima que hoy, día 18, hay 7 mil presos en huelga de hambre. Hay 12.000 reclusos en las 24 prisiones griegas.
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Relatos que llegan de Grecia informan de la muerte de dos presos y uno en estado de coma, no obstante el Ministerio de Justicia afirma que esas muertes no están relacionadas con la huelga de hambre. 20 presos kurdos en Trikala cosieron sus bocas com reafirmación en la huelga de hambre. Otros amenazan con hacer lo mismo.
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El portavoz del Ministerio de la Justicia griega, Haris Nikolakakis, frente a la prensa local, reconoció que esta movilización se trata de una "amplitud y de una organización sin precedente" en Grecia.
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Desde el inicio del movimiento huelguista, el 3 de noviembre, más de 100 acciones de apoyo y solidaridad a los presos en lucha sucedieron a lo largo y ancho del territorio griego, desde manifestaciones callejeras, concentraciones frente a cárceles, ataques incendiarios a bancos, embajadas, supermercados, coches de lujo, corporaciones multinacionales, sedes de periódicos, ocupaciones de radios, pintadas, entre otras acciones directas, y siempre con la participación activa de grupos e individualidades anarquistas.
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El día 13, jueves, cerca de dos mil personas, la mayoría anarquistas, participó por la noche en una manifestación por el centro de Atenas para apoyar al movimiento de lxs presxs. El centro de la capital fue aislado por las fuerzas policiales que acabaron enfrentándose a los manifestantes.
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El día anterior, alrededor de 400 anarquistas, en motocicletas y coches, banderas negras, rojas y negras, y cohetes, cortaron las calles más céntricas de Atenas en dirección a la prisión de Diavata, donde, tras el alambre de espino de la prisión, cantaron lemas en apoyo a los prisioneros, que respondieron con gritos y aullidos.
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Las muestras de apoyo y solidaridad comienzan a extenderse más allá de las fronteras griegas.
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La noche del domingo, día 9 de noviembre, en Londres, Gran Bretaña, la embajada griega fue pintada con eslogans en solidaridad con los presos griegos y algunas ventanas rebentadas. Esa acción también fue realizada en solidaridad con los 3 activistas de liberación animal detenidos recientemente en Suecia, involucradxs en una campaña para cerrar una tienda que comercia con pieles de animales.
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El Lunes 10 noviembre, nuevamente en Londres, la embajada griega fue atacada otra vez por un grupo de anarquistas, que pintaron el muro de este órgano diplomático con frases anticarcelarias, las ventanas también fueron rebentadas, y los neumáticos de los coches diplomáticos que estaban estacionadas en la embajada pinchados.
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El 13 de noviembre, jueves, el Ministro griego de Economía, G. El Alogoskoufis, fue blanco de un puñado de huevos tirados por un grupo de anarquistas en Londres, durante una charla en la Escuela de Economía de Londres. El grupo también esparció diversos folletos por el local y soltó gritos y cánticos en solidaridad con los presos griegos. El mismo día, el Ministro griego fue atacado otra vez en el aeropuerto por un grupo de anarquistas en solidaridad con los prisioneros griegos. Esta vez le arrojaron yogures.
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La noche del día 16 de noviembre, domingo, un grupo de anarquistas atacó con "bombas de pintura" la embajada griega en Lisboa, Portugal, en una acción de solidaridad con los presos griegos en lucha.
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También el día 16, domingo, un grupo anarquista promovió un acto de solidaridad con los presos griegos en Brixton, Reino Unido, frente a la prisión de esa ciudad.
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El 17 de noviembre, Lunes, en Nicósia, Chipre, el grupo de Acción Autónoma Anti-autoritaria organizó una manifestación frente a la embajada griega en solidaridad con la lucha de los presos en huelga de hambre.
.El CMI Atenas viene destacando y cubriendo este movimiento, allí es posible encontrar centenares de imágenes de las protestas:http://athens.indymedia.org/
> Vídeo de una cámara de vigilancia siendo sabotada en medio de una avenida movida y una gran franja de solidaridad a los detenidos desplegada en un edificio griego:http://www.youtube.com/watch?v=AVcWKGWPto8
.> Vídeo de los anarquistas con motos y coches hasta una prisión griega:http://www.youtube.com/watch?v=oeit24dB2iU
Acções de Solidariedade para com xs presxs gregos e de todo o mundo!!
" A prisão está em todo o lado, em toda a nossa vida. Constantemente somos observados, controlados, identificados, escutados... ela é o polícia, a câmara de vigilância, o tribunal, o juíz, a esquadra, e toda a nossa realidade diária de interacções forçadas... ela é o medo de sermos o que somos, de dizermos o que sentimos, de fazermos o que gostaríamos de fazer... ela é a miséria quotidiana, persegue-nos na nossa memória, é uma ameaça permanente...
A prisão é também aquele edifício isolado, onde só estão os condenados e os carrascos... é o cerco de onde não podemos sair, é os guardas que nos controlam e torturam, é o nosso corpo nas mãos do Estado... ela é as paredes que nos fecham e que nos escondem, que nos afastam durante anos... ela é o sítio onde tudo nos é retirado...
A prisão é, ao mesmo tempo, uma ideia e um edifício. Mas sempre uma realidade.
Na Grécia ou em qualquer outro lugar, a luta por parte dos presos é a única forma de enfrentarem e combaterem a realidade a que são obrigados. Aceitar a prisão é apenas possível por meio de todos os métodos de alienação que o Estado emprega, dentro e fora das prisões, e que criam um quotidiano de medo e resignação. O que se passa hoje nas prisões Gregas nasceu da determinação de indivíduos sequestrados pelo Estado, e embora nós estejamos no exterior das paredes, isso não significa que sejamos livres. Essa liberdade temos nós de a conquistar.
Na Grécia, em Portugal ou em qualquer outro país, nenhuma condição de vida dentro da prisão será humana, pois isso é impossível dentro de uma prisão. Não existe reforma de qualquer natureza que possa, de alguma maneira, humanizar um local onde estamos presos; onde tudo, à excepção da dignidade, nos é retirado.
Mas a dignidade pertencerá sempre aos que lutam, aos insurgentes, aos indivíduos.
Há inúmeros modos através dos quais podemos dar a nossa solidariedade e alastrar a revolta, atacando o controlo e os controladores deste mundo; o primeiro passo é decidir de que lado estamos.
Posto isto, a única exigência que temos é a destruição de todas as prisões e desta sociedade-prisão!
SOLIDARIEDADE COM OS PRESOS EM LUTA NA GRECIA
" Prison is everywhere, in all our life. Constantly we are watched, controlled, identified, listened… it is the cop, the surveillance camera, the court, the judge, the police station, and our entire reality of forced interactions… it is the fear of being what we are, of saying what we feel, of doing what we would like to do… it is the everyday misery, it stalks us in our memory, it is a permanent threat….
Prison is also that isolate building, where only the convicted and the hangmen are… it is the siege from where we can not leave, it is the guards that control and torture us, it is our body in the hands of the state…it is the walls that enclose and hide us, that push us away for years… it is the place where everything is taken away from us…
Prison is, at the same time, an idea and a building. But always a reality.
In Greece, like everywhere else, the struggle of the prisoners is the only way to face and fight the reality to which they are forced. To accept prison is only possible due to all the means of alienation the state uses, inside and outside the prisons, and that create a daily life of fear and resignation. What's happening today in the Greek prisons has born from the determination of individuals kidnapped by the state, and although we are outside the walls, that doesn't mean we're free. That freedom, we have to conquer it.
In Greece, in Portugal, and anywhere else, no condition of life inside a prison will ever be human, because that's impossible inside a prison. There's no reform of whatever nature that can, in any way, humanize this place where we're locked up; where everything, with the exception of dignity, is taken away from us.
But dignity will always belong to those who struggle, to the insurgents, to the individuals.
There are countless ways with which to show our solidarity and spread the revolt, attacking control and the controllers of this world; the first step is to decide on which side we are.
Having said this, the only "demand" we have is the destruction of every prison and of this prison-society!
SOLIDARITY WITH THE PRISONERS IN STRUGGLE IN GREECE!
terça-feira, 18 de novembro de 2008
Trabalhadores despedidos atacam sede da Nissan
No passado dia 11, mais de um milhar de trabalhadores espanhóis desfilaram em Barcelona, desde o centro da cidade até à sede da Nissan, protestando contra o despedimento de 1680 trabalhadores da empresa, cerca de 40% dos efectivos. Sem temerem o dispositivo policial, os manifestantes atacaram o edifício com pedras, garrafas e até com as próprias barreiras metálicas que a polícia tinha colocado no local.Ao abrigo de legislação que permite o despedimento colectivo, a Nissan anunciou o despedimento, ainda este ano, de 1288 trabalhadores e de mais 392 no ano que vem – invocando como razão “garantir a viabilidade da empresa”. Processo idêntico foi anunciado por outros fabricantes de automóveis em Espanha, fazendo prever consequências terríveis para milhares de trabalhadores. A Ford anunciou em Setembro o despedimento de 1300 efectivos e a General Motors Espanha cerca de 600, enquanto a Seat decidiu reduzir a produção.Por tudo isto, os que agora foram atingidos reagiram de forma maciça e violenta, não ligando muito aos paliativos propostos pela Nissan de conceder reformas antecipadas aos trabalhadores com mais de 55 anos e de recolocar alguns dos agora despedidos noutras fábricas. Os sindicatos pediram ao governo que não aceite o despedimento colectivo anunciado pela Nissan. |
Portugal no topo da desigualdade na distribuição do rendimento
OEstudo da OCDE revela:
Os números são da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e contrariam o discurso político optimista que caracteriza o actual Governo: Portugal apresenta o terceiro maior índice de desigualdade na distribuição do rendimento entre os 30 países desta organização, a par com os Estados Unidos e apenas atrás do México e da Turquia.
Já no ano passado, dados do centro europeu de estatísticas (Eurostat) referentes ao mesmo período analisado (2005) mostravam que os 20 por cento de portugueses mais ricos apresentavam rendimentos oito vezes superiores aos 20 por cento mais pobres. Na União Europeia, esta discrepância, ainda assim, era em média multiplicada por cinco. No entanto, enquanto que a tendência no espaço europeu caminhava no sentido da diminuição desta diferença, Portugal fazia parte dos poucos países que agravaram as desigualdades e registava mesmo o maior aumento, já que dez anos antes (1995), essa diferença era estimada num coeficiente de 7,4 contra 5,1 da média europeia.
Apenas como apontamento, recorde-se que a Comissão de Mercado de Valores Mobiliários revelou recentemente que as remunerações dos conselhos de administração das vinte empresas portuguesas cotadas na Bolsa triplicaram entre 2000 e 2005. Paralelamente, os gestores das empresas portuguesas ganham, em média, cerca de trinta vezes mais do que os trabalhadores das empresas que administram.
DESIGUALDADE CRESCE NA MAIORIA DOS PAÍSES DA OCDE
Mas não é apenas em Portugal que a desigualdade cresce. No relatório Crescimento e Desigualdades, a OCDE afirma que o fosso entre ricos e pobres aumentou em todos os países membros nos últimos 20 anos, à excepção da França, Grécia e Espanha, e que nos últimos cinco anos se assistiu ao crescimento da pobreza e da desigualdade em dois terços dos países analisados. Canadá, Alemanha, Noruega e Estados Unidos são os mais afectados. O restante conjunto de países viu as diferenças entre ricos e pobres diminuírem, em particular a Grécia, o México e o Reino Unido, o que, de acordo com os autores do estudo, «prova que não há nada de inevitável nestas mudanças».
Muitos cidadãos da OCDE mostram-se preocupados com esta tendência. No Japão, dois terços da população considera que a desigualdade é muito expressiva. Em Portugal, Hungria, Itália e República Eslovaca mais de 90 por cento pensa o mesmo. Uma opinião que não será com certeza partilhada pelos cidadãos da Dinamarca e da Suécia, apontados como os países onde a justiça na repartição dos rendimentos é maior. No outro extremo da tabela aparecem o México e a Turquia. Apesar do coeficiente de avaliação que determina este ranking situá-los a alguma distância, Portugal e os Estados Unidos aparecem nos lugares imediatamente sequentes. A OCDE conclui que o rendimento dos 10 por cento mais ricos é, em média, nove vezes superior ao dos dez por cento mais pobres. Esta diferença chega a ser 25 vezes maior no México e 17 vezes na Turquia.
Um dos dados mais preocupantes do relatório diz respeito às alterações nos índices de pobreza quando comparados por grupos etários. Assim, ao passo que o risco de pobreza é hoje menor nas faixas etárias mais elevadas – apesar de os indivíduos com mais de 75 anos continuarem a ser o grupo com maiores probabilidades de cair na pobreza –, ele aumentou nos jovens adultos e nos casais com filhos a cargo.
De facto, de acordo com o estudo, as crianças e os jovens adultos sofrem de taxas de pobreza 25 por cento acima da população média, ao passo que há vinte anos estavam abaixo dessa média ou na sua linha de água. Além disso, os agregados familiares constituídos por pais solteiros têm três vezes mais possibilidades de serem pobres do que a média da população, valor que cresceu ligeiramente entre meados dos anos 90 e meados da primeira década do século XXI.
MAIS EMPREGO NÃO GARANTE REDUÇÃO DA POBREZA
O relatório relativiza, porém, o conceito de pobreza entre os diferentes países da OCDE, referindo, como exemplo, que os dez por cento de cidadãos britânicos mais pobres têm um rendimento superior ao português médio. Neste contexto, importa sobretudo estabelecer uma comparação partindo do índice de qualidade de vida no interior de cada país.
Neste sentido, a OCDE recorda que o rendimento auferido não é um indicador absolutamente fiável na definição dos índices de pobreza num determinado país ou entre países, considerando igualmente relevante para este cálculo a forma como os indivíduos e as famílias conseguem suprir as suas necessidades básicas. Factores como o número de pessoas por habitação, o conforto das mesmas, a limitação na escolha alimentar ou constrangimentos no pagamento das despesas fixas são também considerados exemplos de privação material.
A verdade é que, sem surpresa, a proporção de pessoas que não consegue suprir as suas necessidades básicas revela padrões muito semelhantes ao índice de pobreza associado ao rendimento. Assim, ao passo que nos países nórdicos essa percentagem se situa entre os 5 e os 6 por cento da população, nos países do sul da Europa, Austrália, Japão e Estados Unidos essa percentagem eleva-se a valores situados entre os 12 e 20 por cento.
Na apresentação do documento à imprensa, o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, chamou a atenção para o facto de a crescente desigualdade de rendimento impedir a mobilidade social entre gerações, considerou ainda que, além de ser geradora de discórdia, ela «polariza as sociedades, divide regiões no interior dos países e modela o mundo entre ricos e pobres». Ainda de acordo com este responsável, «ignorar esta crescente desigualdade não é uma opção».
«Tentar cobrir as desigualdades na distribuição de rendimento aumentando apenas os gastos sociais é como tratar apenas os sintomas ao invés da doença», referiu Gurría, salientando que a maior parte do aumento na desigualdade decorre das mudanças nos mercados de trabalho. «Os trabalhadores com pouca qualificação estão a enfrentar muitos problemas para encontrar trabalho. É aí que os governos precisam de agir», disse, concluindo que «aumentar o emprego é a melhor forma de diminuir a pobreza».
O relatório, no entanto, salvaguarda que o aumento do número de empregos não constitui, por si só, uma garantia de diminuição da pobreza. O Japão e os Estados Unidos são referidos como exemplos disto mesmo, apresentando simultaneamente baixas taxas de desemprego e uma pobreza acima da média da OCDE. A Hungria, pelo contrário, tem um índice de pobreza relativamente baixo para o número de pessoas que se encontra no desemprego.
REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES NAS MÃOS DE CADA GOVERNO
De facto, o relatório da OCDE é taxativo quando refere que os governos desempenham um papel fulcral na determinação dos rendimentos e no nível de vida dos cidadãos, através da forma como arrecada os impostos e os distribui, nomeadamente sob a forma de ajudas sociais. Mais uma vez, os países nórdicos constituem um bom exemplo de justiça social, com estes dois pólos a equilibrarem-se num modelo altamente redistributivo, ou seja, e citando o documento, «tirando dos ricos para dar aos mais pobres». O sistema de impostos-ajudas sociais tem um carácter igualmente redistributivo na Coreia do Sul e nos Estados Unidos, se bem que em muito menor grau.
As transferências de verbas por parte do Estado e os impostos sobre o rendimento contribuem, em média, para diminuir em cerca de um terço as desigualdades entre os cidadãos. Nos países onde é posto em prática um sistema adequado de redistribuição entre impostos e ajudas sociais, a pobreza chega a ser reduzida em cerca de 60 por cento. A organização garante ainda que mesmo quando esta redistribuição incide sobre a população activa, os índices de pobreza caem para cerca de metade.
Apesar de este sistema ter já demonstrado contribuir decisivamente para o reequilíbrio das desigualdades sociais entre ricos e pobres, o impacto das políticas fiscais e das ajudas sociais sobre os índices de pobreza e de desigualdade diminuiu ao longo dos últimos dez anos em muitos países da OCDE. Uma conclusão que ajudará talvez a explicar alguns dos motivos pelos quais Portugal aparece no topo desta tabela.
A OCDE chama também a atenção para o facto de os benefícios decorrentes da prestação de serviços públicos serem distribuídos de forma mais igualitária relativamente aos rendimentos, mesmo depois de levados em conta os impostos e as ajudas financeiras. O custo da prestação destes serviços públicos, quando acrescentado aos rendimentos, reduz os padrões médios de desigualdade em cerca de um quarto quando comparado com a desigualdade de rendimento considerada isoladamente.
Segundo a OCDE, os efeitos mais significativos decorrem de sectores como a educação, a saúde e a habitação. O efeito redistributivo da prestação de serviços públicos equivale, em média, a dois terços do impacto dos impostos e das ajudas sociais. Mais uma vez, a organização refere que o impacto dos serviços públicas na diminuição da pobreza e da desigualdade varia de país para país.
A Dinamarca e a Suécia, que, tal como já foi referido, têm o menor índice de desigualdade de rendimentos entre a população, possuem também o maior índice de redistribuição da riqueza através dos seus serviços públicos, cujo impacto está calculado em cerca de 40 por cento. O México e a Turquia, que aparecem imediatamente antes de Portugal nesta classificação, não só têm a distribuição mais desigual de rendimentos como os serviços públicos com menor grau de eficácia na sua diminuição. Na Holanda, por exemplo, os rendimentos são comparativamente idênticos, mas os serviços públicos contribuem para reduzir a desigualdade para níveis abaixo da média. Caso diferente é o da Austrália, cuja desigualdade de rendimentos se situa na média da OCDE mas que aparece em quarto lugar no que se refere ao impacto dos serviços públicos na redução das desigualdades.
Ou seja, e tal como referem os autores do estudo, «o caminho da desigualdade não é algo de inevitável». Pelo contrário: «os governos podem contribuir para diminuir o fosso entre ricos e pobres com a aplicação de políticas sociais efectivas, muitas das quais não necessitam de maiores gastos»
sábado, 15 de novembro de 2008
2ª, 24 novembro 20h00 entrada livre
Sons + músicas + ruídos + vozes são os materiais a partir dos quais Zanstones fez 138 lançamentos ao longo destes anos.
Em 2000, Zanstones iniciou uma série de shows ao vivo com base na cidade - gravações de recolhas específicas no dia dos shows e nas mesmas cidades em que actuava: Madrid, San Sebastian, Valência, Copenhague, Rotterdam, Chicago, Seattle e Washington DC, entre outras. Zanstones estreia-se em Portugal com concertos em Coimbra e Porto.
myspace.com/zanhoffman live
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
40% dos impostos nos Estados Unidos vão para o exército e os militares
*Façam o favor de ler a notícia e reencaminhem porque 'todos diferentes todos iguais' mas há uns mais 'iguais' que outros...
quinta-feira, 6 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Por que os indígenas da Colômbia protestam
A Minga Nacional de Resistência Indígena e Popular mobiliza, durante as duas últimas semanas, os povos nativos em 17 departamentos da Colômbia. Ocorrem também paralisações de actividades dos trabalhadores no sector açucareiro, dos juízes e de outros empregados do sector público. Para um governo aferrado aos dados dos institutos de pesquisas, que o colocam no ápice da popularidade, os protestos não podem ser outra coisa que não seja conspirações políticas, infiltrações da guerrilha ou planos de desestabilização. Entretanto, o aumento do inconformismo demonstrado pela Minga, “trabalho colectivo para o bem comum”, e as greves que vão se somando para formar um movimento cada vez mais contínuo, são, antes de tudo, o resultado de factos económicos, de leis aprovadas e de políticas do governo, enquanto este se empenha em fechar os olhos. A luta dos povos indígenas cresceu desde 2004. A Minga Indígena na cidade de Cali em Setembro de 2004, a consulta popular que rejeitou o Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos em seis municípios do departamento de Cauca em 2005, e a libertação da Mãe Terra em 20 fazendas de Cauca entre Setembro e Novembro desse ano, pelo não-cumprimento da reparação integral pelo massacre de 20 indígenas no El Nilo (cometido no dia 16 de Dezembro de 1991), foram maciças mobilizações que sacudiram as mentalidades. Também foi a cúpula contra o TLC, de Maio de 2006, que paralisou Cauca e o seu vizinho Nariño durante cinco dias, opinião também expressada em marchas nos departamentos de Huila, Valle del Cauca, Tolima, Caldas e outros lugares. No dia 19 de Agosto deste ano, em Popayán, capital de Cauca, a marcha em solidariedade aos leiteiros afectados por medidas oficiais foi uma festa popular. Embora os seus direitos fundamentais estejam reconhecidos pela Constituição e por convénios internacionais, os indígenas lutam porque na prática governamental se desconhece a obrigação de consultá-los sobre a adopção de qualquer medida legislativa ou administrativa que os afecte. Assim ocorreu com a lei florestal, declarada inconstitucional pela Corte Constitucional depois de vários meses de vigência, pela falta de consulta aos indígenas e afro-colombianos. Os TLC com os Estados Unidos e o Canadá são considerados pelos povos indígenas lesivos aos seus direitos, pois permitem que árbitros internacionais dirimam os seus conflitos com empresas multinacionais, estabelecem normas de propriedade intelectual que ameaçam a propriedade colectiva do saber e do património cultural, e permitem patentear seres vivos. Além disso, esses TLC estimulam as privatizações e priorizam leis aprovadas contra os indígenas, sob a alegação de uma “estabilidade jurídica” que garante indemnizações aos investidores se essas leis forem alteradas. A importação de alimentos, incentivada pelos tratados, afecta os indígenas como aos demais agricultores. O governo apresentou projectos de lei e reformas à Constituição para reduzir ou eliminar direitos indígenas. O Estatuto Rural de 2007 é um exemplo: nos seus artigos contradiz direitos consagrados pelo Convénio 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), proíbe que na região do Pacífico e na bacia do Rio Atrato (noroeste do país) sejam constituídas ou ampliadas reservas indígenas e que seja devolvido, ou saneado, o território perdido às já existentes. O Estatuto permite aos municípios e aos departamentos desconhecer o território indígena mediante normas de ordenamento territorial e exige dos povos nómades e horticultores itinerantes uma ocupação «regular e permanente». Outras leis sobre mineração ou exploração de hidrocarbonetos e aquedutos e vários projectos sobre águas ou terras também são lesivos. O governo chegou a propor reformas constitucionais para eliminar a acção judicial de tutela, que permite proteger direitos colectivos, e para suprimir o carácter de entidade territorial autónoma que têm todos os territórios indígenas. O governo colombiano foi o único da América Latina que não votou a favor da Declaração das Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas, adoptada em 13 de Setembro de 2007. Os Estados Unidos e o Canadá votaram contra. Os indígenas protestam porque os TLC com estes dois países e as normas desfavoráveis foram impostas a meio de uma escalada de violência, assassinatos e violações múltiplas dos seus direitos humanos. A maior quantidade de assassinatos de indígenas, desde que existem estatísticas, registrou-se no primeiro período do governo de Álvaro Uribe (2002-2006). Entre 17 de Setembro e 12 de Outubro foram assassinados na Colômbia 15 nativos. Desde 2005, as mobilizações são reprimidas com fuzis, com saldos de mortos e feridos a tiros. Isso repetiu-se neste mês de Outubro. Os assassinatos, que durante anos foram cometidos por paramilitares, guerrilheiros e a força pública, bem como a repressão armada às mobilizações, estão a ajudar a despojar os indígenas dos seus direitos. A resistência de 500 anos permitiu aos indígenas conservar 20% do seu território. Apostam na resistência civil porque entendem que o actual conflito armado serve para deslocar maciçamente a população e é o motor de um despojamento não apenas de terras, mas de direitos. Assim, a Minga de Resistência deste mês de Outubro, da qual faz parte a grande marcha de Cali dirigida pela Organização Nacional Indígena da Colômbia (ONIC), foi preparada com o povo, em centenas de assembleias, audiências e reuniões comunitárias. Daí o seu êxito. Fonte: Terramérica |
Os ricos que paguem a crise que eles próprios provocaram
Concentrações contra a crise financeira do capitalismo: os ricos que paguem a crise!
Um email anda a percorrer por este dias o ciber-espaço a convocar todo o mundo para concentrações para o próximo dia 15 de Novembro em todas as cidades do mundo.
O motivo desse apelo é que nesse dia estarão reunidos em Washington os líderes dos G-20, os 20 países mais industrializados do mundo, com vista a refundarem o capitalismo, um sistema injusto, baseado na exploração da força de trabalho e, além do mais, predatório da natureza.
Todos à rua a 15 de Novembro
Salvar os bancos nos Estados Unidos custou 700.000 triliões de dólares. Ou seja, 5 vezes mais daquilo que a ONU aprovou para alcançar os Objectivos do Milénio. Como se isso não fosse suficiente as ajudas dos Estados europeus ainda são maiores!!!
Os Estados andam a financiar os bancos que estão na bancarrota, esses mesmos bancos que despejam as famílias que não podem pagar as hipotecas!!!
Fica claro para toda a gente que os grandes partidos ( os que gravitam à volta do poder) governam a favor da banca e dos grandes capitalistas.
Só nós, os cidadãos do mundo, podemos denunciar este escândalo.
Nacionalizam os prejuízos dos banqueiros e privatizam os lucros! Ao fazê-los tomam-nos por tolos. Será que vamos deixá-los? Será que a especulação e a injustiça se vai perpetuar? NÃO.
Temos que agir!
No próximo dia 15 de Novembro os cidadão de todo o mundo sairão às ruas para dizer NÃO ao Capitalismo e à manutenção dos privilégios sociais dos ricos que andam a «brincar» com as nossas vidas e a sobrevivência do nosso planeta
Passa esta mensagem.
Divulga e difunde pelos teus contactosEles ( os ricos) que paguem a crise!