terça-feira, 12 de maio de 2009

Uma crónica do Primeiro de Maio Anticapitalista e Anti-autoritário – Lisboa – 2009

A partir das 16 horas, várias dezenas de pessoas foram comparecendono Jardim do Príncipe Real. No local era visível a presençaostensiva de polícias à civil, para além do constante assédio dejornalistas a fotografarem e filmarem, procurando, inutilmente,organizadores e representantes. As pessoas foram chegando e, faceao descrito, umas tapavam a cara, outras não, enquanto váriospanfletos iam circulando e a conversa se punha em dia, tentandoevitar os ouvidos teleguiados da democrática bufaria.Pouco antes das 17 horas, havendo já umas cem pessoas no local,foram abertas várias faixas: “Contra a exploração, acção directa!”,“Os bancos roubam-nos a vida. Iremos ao seu assalto!”,“Capitalismo: nem a sua crise nem a sua prosperidade!”, “Consumo,logo existo. Penso, logo esbanjo”.A manifestação partiu então, cortando o trânsito num sentido edificultando-o no outro, pela rua D. Pedro V, descendo as ruas deS. Pedro de Alcântara e da Misericórdia. Gritaram-se, em crescendo,frases contra o capitalismo, o Estado, os media e a polícia:“União, acção, insurreição, contra toda a opressão!”, “Nem Estado,nem patrão. Autogestão!”, “A, Anti, Anti-Capitalista!”, “Diário deNotícias: Diário de Polícias”, “Alerta! Alerta! Surto de gripepolicial”, “A liberdade está nos nossos corações! Nem prisões, nembófia, nem pátrias nem patrões”, “Os bancos estão-nos a queimar.Queimemos os bancos”, entre outras.Entretanto, mais algumas dezenas de pessoas se foram juntando àmanifestação. Já na rua Garrett continuou-se a gritar bem alto: “Avossa repressão só nos dá mais paixão!”.Até ao Chiado a única presença aberta da polícia, para além dosinúmeros agentes à paisana, foi a de um carro patrulha que seguiu amanifestação. A partir do Chiado, um grupo de polícias a pé e emmotorizadas esforçou-se por controlar o percurso. Mas em todo omomento a manifestação seguiu o percurso pretendido pelosmanifestantes.Na Rua do Carmo, local do violento ataque da PSP contra amanifestação antiautoritária contra o fascismo e o capitalismo de25 de Abril de 2007, as gargantas esmeraram-se: “Aqui estamos outravez, sem medo, sem lei”; “Um povo organizado vive sem Estado”.Algumas lojas fecharam as portas e colocaram seguranças à porta...Continuou-se até ao Rossio, onde a manifestação contornou a festada União de Sindicatos Independentes, contrastando as nossaspalavras de ordem com a actuação de um rancho folclórico em plenopalco, por certo lembrança de velhos tempos em que se comemorava a“alegria no trabalho”...A manifestação terminou na Praça da Figueira, após o que osmanifestantes foram dispersando.Para nós, o balanço da manifestação é globalmente positivo. Mais decem pessoas apareceram e assinalaram um Primeiro de Maio combativo,anti-autoritário e anticapitalista, independente das restantesiniciativas que tiveram lugar na mesma tarde. Isto, apesar dastentativas levadas a cabo pela polícia para, através de umacampanha de intimidação e desinformação por meio de artigospublicados na imprensa, isolar e assustar as pessoas que seidentificassem com a convocatória e pudessem aparecer. Não deixa deser positivo haver mais de cem pessoas que não se deixaramintimidar.A vossa repressão só nos dá mais paixão!anónim@sRetirado de: Rede Libertária

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