terça-feira, 1 de abril de 2008

Roménia proíbe cultivo de milho transgénico



A Roménia, o maior produtor de milho da Europa, anunciou esta semana uma proibição ao cultivo de milho transgénico MON810, a única variedade autorizada para cultivo na União Europeia. O MON810 é o único transgénico autorizado para cultivo no território europeu. A Roménia tornou-se assim no 8º país europeu a proibir o cultivo de transgénicos no seu território, seguindo os passos da França, Hungria, Itália, Áustria, Grécia, Suíça e Polónia. A Roménia é o principal produtor de milho da União Européia em total de hectares plantados, com cerca de 3 milhões de hectares cultivados anualmente. Do milho MON 810 foram plantados 300 hectares no país desde 2007, representando apenas 0,01% do total de produção de milho da Roménia. Com o anúncio do ministro do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Romênia, Attila Korodi, o maior produtor de milho da Europa torna-se livre de transgénicos. ”A proibição de OGM (organismos geneticamente modificados) na Roménia marca uma mudança sísmica. Envia uma mensagem crítica de que esta tecnologa perigosa não deve ser tolerada. É vital que a Comissão Europeia [1] proteja todos os agricultores e consumidores europeus e o ambiente, através da introdução de uma proibição contra o cultivo de OGM em todo o território europeu”, afirmou Geert Ritsema, coordenador da campanha internacional dos OGM da Greenpeace International. Preocupações sobre a segurança do milho MON 810 levaram o governo romeno a agir. Estudos científicos mostram que o milho MON 810 provoca danos à fauna, solo e saúde humana. A toxina Bt embutida no MON810, desenhada para matar a praga da broca do milho, entra no solo e provoca danos a organismos do solo, como as minhocas e outra fauna selvagem, incluindo borboletas e aranhas. As provas da sua segurança para a saúde humana e animal são inconclusivas [2]. ”O povo Romeno rejeitam esmagadoramente esta tecnologia insegura, desnecessária e insustentável [3]. É essencial que a proibição seja implementada tão cedo quanto possível, para que os cultivos naturais possam estar salvaguardados da contaminação genética antes do início da época de sementeira,” afirmou Gabriel Paun, Coordenador de Campanha OGM da Greenpeace Roménia. No final de 2007, o Comissário da União Européia para o Meio Ambiente, Stavros Dimas, usou estudos similares para bloquear o cultivo de outras duas variedades de milho transgénico, semelhantes ao MON 810, na União Européia. Ele também apontou para novos estudos que mostram que a toxina Bt produzida pelo milho transgénico tem efeitos negativos nos ecossistemas aquáticos. Contaminação Genética A contaminação de plantações convencionais por transgénicos é já um problema sério. Em 2007 apenas, houve 39 novos casos de contaminação em 23 países. Apesar disso, não há padrões internacionais para responsabilizar as empresas de biotecnologia pelos danos causados e perdas financeiras. O relatório Registo de Contaminação Transgénica 2007 (sumário executivo em português), produzido anualmente pelo Greenpeace e pelo Gene Watch UK, já constatou 216 casos de contaminação genética em 57 países diferentes, desde que as plantações geneticamente modificadas começaram a ser feitas comercialmente (em 1996). Notas: [1] Em 1998, a Monsanto obteve da Comissão Europeia uma licença de 10 anos para crescer milho transgénico MON810 em todo o território da UE. A licença está agora a chegar ao período de renovação, criando uma oportunidade importante à Comissão para retirar a permissão de cultivar milho MON810 em toda a UE, o que estaria na linha da maioria dos países que cultivam milho da UE. O MON810 é a única variedade transgénica autorizada para cultivo no território da UE. [2] Um estudo recente do professor Gilles Eric Séralini, assessor do Governo Francês para os OGM da Universidade de Caen, encontrou sinais de toxicidade nos órgãos internos de animais alimentados com milho transgénico. [3] Um estudo de opinião, conduzido pela Mercury Research e encomendado pela Greenpeace no Verão de 2007, mostrou que 67% dos romenos não querem comer alimentos transgénicos. Fontes: Greenpeace International e EcoAgência Solidária de Notícias

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