quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Intervenção do representante do Tribunal Mundial sobre o Iraque – Audiência portuguesa (TMI-AP) na concentração realizada em Lisboa, no dia 8 de Janei

Um crime tão monstruoso como aquele que Israel está a cometer só pode ter lugar se contar com fortes apoios e com fortes cumplicidades.
Os maiores apoios são dos EUA e da UE, como está à vista.
Mas todas as outras cumplicidades têm um papel fundamental para neutralizar a opinião pública e tentar desmobilizar os protestos.
Isso é decisivo para a campanha militar de Israel.
Nunca será demais apontar o incentivo aberto dado pelo presidente Bush ao massacre quando as vítimas palestinianas já eram às centenas.
Nunca será demais recordar o “lapso” da presidência checa da UE que classificou o ataque israelita como acção defensiva.
Nunca será demais recordar o encobrimento do assassinato de Arafat.
Nunca será demais lembrar o cerco que EUA, UE e Israel montaram desde há 3 anos ao governo legitimamente eleito do Hamas.
Nunca será demais recordar o corte dos financiamentos aos palestinianos levado a efeito pelos EUA e pela UE e a confiscação dos impostos palestinianos levada a cabo por Israel para fazer pagar ao povo da Palestina a ousadia de votar em quem bem quis.
Nunca será demais trazer à memória como Israel, os EUA e a UE se concertaram para levar a resistência palestiniana à guerra civil e para conseguirem a divisão não só territorial mas também política entre a Cisjordânia e Gaza.
Não será demais lembrar que foi nestas condições que Gaza foi transformada num campo de concentração com a finalidade de debilitar a sua população e facilitar o actual ataque – e que tudo isto decorreu debaixo dos olhos da comunidade internacional.
Mas também é preciso lembrar o silêncio inconcebível do presidente eleito Barack Obama que nesta situação funciona como um salvo conduto para a operação militar israelita.
É esse silêncio aliás que permitiu a um responsável da embaixada israelita em Lisboa dizer aos microfones da TSF que estava seguro de que nada mudaria na política norte-americana e que Israel poderia continuar a contar com o apoio dos EUA.
É preciso lembrar ainda como a posição do governo português – somada ao silêncio do Presidente da República e da Assembleia da República – significa também uma cobertura às acções criminosas de Israel.
E como o uso da base das Lajes constitui um apoio efectivo ao morticínio a que assistimos hoje.
Por tudo isto há que condenar os autores directos do crime – claro! – mas também os suportes que eles encontram
nos governos que decidem em nosso nome,
nos órgãos de soberania que dizem representar-nos,
na comunicação social alinhada pelos agressores que fala em vez de nós,
porque todos eles estão a tentar que os carrascos passem por vítimas e os crimes passem sem condenação.
Viva a Palestina.

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