quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Manifestantes exigem ao governo que condene a agressão israelita

Depois de, no dia 5, perto de 400 pessoas se terem reunido no largo de São Domingos, em Lisboa, para denunciar a agressão de Israel a Gaza, hoje, dia 8, concentraram-se a partir do fim da tarde em frente da embaixada israelita mais de meio milhar de manifestantes que acusaram de assassinas as autoridades de Israel e reafirmaram “Palestina vencerá”.Mais de cem organizações – sindicais, políticas, cívicas, de intervenção social – deram apoio à iniciativa desde que, numa conferência de imprensa realizada nos últimos dias de Dezembro e numa reunião unitária que juntou diversas organizações, foram anunciados os propósitos comuns de condenar a agressão israelita e defender os direitos do povo palestiniano.Na concentração de hoje, intervieram representantes do Comité de Solidariedade com a Palestina, do Movimento Democrático de Mulheres, do Movimento pelos Direitos do Povo Palestiniano (MPPM), do Tribunal-Iraque, da CGTP e do Conselho da Paz (CPPC).No final, foi lida e aprovada por aclamação uma moção que condena a agressão e os apoios dados pelos EUA e pela UE, e em que é exigida ao governo português uma completa mudança na política cúmplice que tem seguido até aqui. Publicamos de seguida o texto da moção que será entregue na embaixada israelita em Lisboa e encaminhado aos órgãos de poder portugueses.Foi ainda feito um apelo a todos os presentes para que se mantenham atentos e dispostos a novas acções, não só na capital mas também por todo o país, em face da grave situação em Gaza e da deterioração da situação internacional a que a persistência das acções militares israelitas pode conduzir.Moção aprovada na concentração Nós, as cidadãs e cidadãos portugueses e as organizações presentes em concentração diante da embaixada de Israel em Lisboa no dia 8 de Janeiro de 2009,Denunciamos o ataque de Israel a Gaza como um crime de guerra e um crime contra a humanidade.Denunciamos o apoio dos EUA pela voz do seu presidente Bush como um incentivo ao massacre.Denunciamos o silêncio do presidente eleito Barack Obama como uma inadmissível condescendência com o terrorismo israelita.Denunciamos a cínica diplomacia da UE como cúmplice da política de terrorismo de Estado levada a cabo por Israel e pelos EUA.Denunciamos a inoperância do Conselho de Segurança da ONU em resultado do boicote sistemático da delegação dos EUA.Denunciamos a recusa do governo português em condenar a política israelita, bem como o seu alinhamento com as posições dos EUA e da UE. Estamos do lado dos palestinianos, reconhecendo nas suas diversas organizações de resistência os legítimos representantes de um povo que quer ser livre numa pátria independente. Estamos contra a política terrorista e racista de Israel, que coloniza territórios usurpados pela forças das armas, que despreza por sistema as resoluções da ONU que lhe são desfavoráveis, que constitui uma ameaça para a segurança mundial por ser uma potência nuclear ilegal. Estamos com os cidadãos do mundo árabe e muçulmano e com os cidadãos israelitas que se manifestam contra os massacres, com as pessoas de todos os países e de todos os continentes que se indignam, saem à rua e dizem: basta de crimes! Exigimos o fim do ataque a Gaza.Exigimos o fim do bloqueio israelita que faz de Gaza um campo de concentração.Apelamos à Assembleia-Geral da ONU para que ultrapasse a inoperância do Conselho de Segurança e imponha o fim imediato da agressão, condenando Israel pelos crimes que está a cometer e cometeu nos últimos 60 anos.Instamos o Presidente da República e a Assembleia da República a condenarem Israel pelos seus actos.Exigimos que a base das Lajes não seja usada para efeitos de apoio militar e logístico a Israel.Exigimos que o governo português reveja por completo a sua posição política, condenando claramente a operação militar de Israel e defendendo nas instâncias internacionais medidas que obriguem Israel a retirar as tropas e a desmantelar os colonatos dos territórios palestinianos ocupados.Viva a resistência do povo da Palestina.Lisboa, 8 de Janeiro de 2009

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