sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008


Festa Gambling na Cosa, em Setubal. Jantar benefit Bingo, Mikado, damas, poker, xadrez, domino, Go, Dados, Bisca, sueca Sabado, dia 1 de Março a partir das 19h djs e vjs, tudo e mais alguma coisa Cosa: Rua Latino Coelho nº2 (junto à estação dos autocarros)


retirado de: http://pt.indymedia.org/ler.php?cidade=1&numero=133174

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Dia 1 de Março - Apresentação da revista Húmus no Porto


No dia 1 de Março, terá lugar no Porto uma apresentação da revista Húmus, editada pelo Centro de Cultura Libertária.
A apresentação terá lugar no Espaço Musas, pelas 17h.
Organizado por
CALP • Círculo Anarquista Libertário do Porto
+ info: anarlibe.pegada.net

Sexta dia 7 Biblia + GAZUA,Canhões de Guerra


7 (sexta) a partir das 21.00
Lançamento da Revista BÍBLIA e concerto com GAZUA (power trio Punk Rock de Lisboa)Apresentação e leitura de textos da Revista Bíblia (nº27 e 28), espaço de experimentação nas tendências contemporâneas das artes visuais e da literatura desde 1996
www.revista-biblia.com/
www.myspace.com/gazua

Programação Março CCA

1 (sábado) a partir das 17.00Conversa com companheiros do Centro Social Okupado e Autogestionado Casas Viejas (Sevilha)Concerto Punk Rock ABANDALHADOS (Odemira) ENFRASCADOS (Cascais)
7 (sexta) a partir das 21.00Lançamento da Revista BÍBLIA e concerto com GAZUA (power trio Punk Rock de Lisboa)Apresentação e leitura de textos da Revista Bíblia (nº27 e 28), espaço de experimentação nas tendências contemporâneas das artes visuais e da literatura desde 1996www.revista-biblia.com/www.myspace.com/gazua
13 (quinta) a partir das 21.00Concerto PART TIME KILLERS (Punk-Rock melódico da Finlândia)www.myspace.com/parttimekiller
15 (sábado) a partir das 17.00Conversa sobre a situação de António Ferreira de Jesus.http://libertemferreira.no.sapo.pt/Concerto PAYASOS DOPADOS (punk rock reggae core ska de Badajoz a Évora) + banda a confirmar…noite dentro punk-hardcore-crust dj’s…Janta vegetariana e bar benefit para projecto editoriais sobre a situação carcerária em Portugal.www.myspace.com/payasosdopados322 (sábado) a partir das 21.00Concerto ARTIGO 19 (Punk Acústico do Porto) e MÁRIO O TROVADOR (a viola e à voz subversiva de Cascais)29 (Sábado) a partir das 21.00Concerto O CÃO (guitarras, batidas, noise e rock de Lisboa) + Drum’n’Bass NSKET (de volta ao Club…)www.myspace.com/ocaowww.badmood.netAdiantando… Abril19 (Sábado) II Festival Anti-FascistaA partir das 17.00…. apresentação e conversa com o colectivo Acção Anti-Fascista.E noite adentro concerto com 5 bandas…http://www.accaoantifascista.pt.vu/

Casas Viejas no Sábado dia 1 de Março


Próximo Sábado voltam a Aljustrel para uma conversa, alguns companheiros do Centro Social Okupado e Autogestionado Casas Viejas, de Sevilha.
Uma conversa acerca desta experiência, enquanto durou e o seu mediático despejo. Uma troca de ideias e o que vier mais a dar... é a partir das 17 .00 no Club para aqueles que não aparecem só para os concertos. Depois, para os que ficam (pela janta vegetariana) e para os que sempre aparecem há concerto punk rock de volta com os ABANDALHADOS de Odemira, e pela primeira vez com os ENFRASCADOS.Sobre Casas Viejas (desalojada em Dezembro último) ver
http://www.alasbarricadas.org/forums/viewtopic.php?t=24456
ou http://estrecho.indymedia.org/

A Base das Lajes deve deixar de ser plataforma militar dos EUA


Nos últimos anos o nome da base açoriana das Lajes correu mundo, não por boas razões. As notícias circularam fundamentalmente por causa das actividades criminosas aí desenvolvidas pelos EUA. O encontro, em 2003, de Bush, Blair e Aznar (com Durão Barroso como anfitrião), que levou ao desencadeamento da guerra de agressão imperialista no Iraque; e a passagem de aviões da CIA transportando ilegalmente centenas de presos para Guantânamo, vindos da tortura e a caminho da tortura.Mesmo diante dos dados recentemente acrescentados pela organização não governamental britânica Reprieve, o governo – apoiado no seu próprio partido, no PSD e no CDS – recusou qualquer investigação sobre os voos da CIA em território português. Desprezando o caso, o ministro dos Assuntos Parlamentares, Santos Silva, permitiu-se mesmo, com cinismo, considerar as propostas de inquérito, apoiadas pelo PCP, BE e Verdes, como “inoportunas e inúteis”.Esta disposição concertada dos partidos do capital em abafarem o assunto confirma a subserviência das classes dominantes portuguesas diante da política dos EUA e a decorrente cumplicidade com os crimes praticados pelo imperialismo norte-americano. Na verdade, apesar de se saber que os EUA querem as bases obviamente para fins agressivos, nunca os governos de Lisboa, nestes como noutros casos, puseram em causa a presença e a actividade da potência imperialista nos Açores. Com todo este historial de facilidades, não admira que os EUA tenham proposto recentemente alargar o território da base das Lajes, pretendendo uma área suplementar de quase 300 km2, a fim de aí instalar um campo de treino para caças F22 e F35 e para um sistema de mísseis. O embaixador dos EUA, em entrevista ao Expresso, propôs que os governos português e norte-americano “trabalhassem em conjunto relativamente a novos programas para a Base das Lajes”, acrescentando que daí “podem resultar benefícios mútuos”. Acena, em linguagem de negreiro, com mais uns dólares de renda para comprar o acordo das autoridades regionais e nacionais e calar a boca à população.É claro que neste assunto não estão em causa os dólares, mas o princípio de não prestar qualquer tipo de apoio a políticas criminosas. Alheio ao facto, porém, o ex-líder Mota Amaral, ao interpelar o governo sobre a proposta norte-americana, não se mostrou particularmente preocupado com as actividades criminosas dos EUA, mas sim interessado na possibilidade de explorar o tema partidariamente, na luta local do PSD contra o PS, se as contrapartidas não forem suficientemente significativas. O governo confirmou e negou ao mesmo tempo as negociações com os EUA, numa já habitual táctica de ambiguidade de José Sócrates destinada a colocar os portugueses perante factos consumados. Contra os acordos que certamente decorrem nos bastidores, é mais do que tempo de dizermos que não consentimos que em Portugal, e em nosso nome, continuem a ser prestados serviços cúmplices à política guerreira norte-americana – e que portanto a base das Lajes deve deixar de ser plataforma militar dos EUA.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Jantar e oficina de teatro pel@s KAMIQUASES no Centro de Cultura Libertária


A companhia de teatro KAMIQUASES vai fazer um jantar benefit no próximo sábado, dia 23 de Fevereiro, no Centro de Cultura Libertária.
A nossa proposta é que participem numa oficina aberta que iremos realizar naquele ateneu (ou no exterior - consoante o número de participantes) pelas 16h, seguida de jantar vegetariano (às 20h, preço livre).
Apareçam!
http://www.kamiquases.blogspot.com/
Centro de Cultura Libertária: Rua Cândido dos Reis, 121, 1º Dto. - Cacilhas (a 3 minutos dos barcos) - Almada
http://culturalibertaria.blogspot.com/

Encontro Neo-Nazi em Portugal



A Causa Identitária, organização racista, xenófoba e fascista tem este Sábado um grande encontro nacional em Lisboa: http://causaidentitaria.org/?p=210A localização do encontro é: Hotel Príncipe Lisboa, localizado no centro de Lisboa. Próximo do Saldanha, o Hotel situa-se entre a Gulbenkian e o Parque Eduardo VII. http://causaidentitaria.org/?p=213Esta é a Nova extrema-direita, com cada vez mais ânimo desde que a Frente Nacional perdeu força. Urge avisar o Hotel que vão albergar um encontro nazi. Urge tornar a visita dos fascistas europeus a portugal o mais difícil possível. Alguns telefonemas, alguns emails para o Hotel são capazes de ajudar: http://www.hotelprincipelisboa.com/Se ainda há anti-fascistas em Portugal, faça-se alguma coisa!

Concerto Sábado dia 23


Sábado dia 23, aqui por Aljustrel, é Grindcore de estremoz no Club Aljustrelense pelas 22.oo com os EXTREME RETALIATION...

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Sexta-Feira 22 de Fevereiro a partir das 20h.


Festa Trashcore contra as prisões e jantar benefit na COSA em setubal. Benefit para projectos editoriais

Sabado 23 de Fevereiro 17:30


Petição contra a nomeação do criminoso de guerra Tony Blair para presidente do Conselho da União Europeia. Assinem


http://www.stopblair.eu/Nós, cidadãos europeus de todas as origens e inclinações políticas, desejamos expressar a nossa oposiçao total à nomeação de Tony Blair para a Presidência do Conselho da União Europeia.
O Tratado de Lisboa prevê a criação do cargo de Presidente do Conselho da União Europeia, a ser eleito pelo Conselho para um mandato de dois anos e meio, renovável uma vez. Nos termos do Tratado: “O Presidente assegura a preparação e continuidade dos trabalhos do Conselho Europeu“ e “O Presidente preside aos trabalhos do Conselho Europeu e dinamiza esses trabalhos“. Além disso, “O Presidente do Conselho Europeu assegura, ao seu nível e nessa qualidade, a representação externa da União nas matérias do âmbito da política externa e de segurança comum“¹.
O futuro presidente terá portanto um papel chave na definição das políticas da União Europeia e nas relações desta com o resto do mundo. A primeira presidência possuirá ainda um peso simbólico particular, quer para os cidadãos da União Europeia, quer para a imagem da União no resto do mundo. Nesta perspectiva, cremos ser essencial que o primeiro presidente incarne o espírito e os valores do projecto europeu.
Desde há algum tempo, saem na imprensa artigos, cada vez mais frequentes, tornando evidente o desejo por parte de alguns quadrantes em fazer de Tony Blair o primeiro Presidente do Conselho da União Europeia. Esta nomeação, a acontecer, estaria em contradição total com os valores representados pelo projecto europeu.
Em violação do direito internacional, Tony Blair envolveu o seu país numa guerra no Iraque, guerra essa à qual se opôs a maioria dos cidadãos europeus. Uma guerra que fez centenas de milhares de vítimas e provocou milhões de refugiados. Que é um factor maior na actual desestabilização profunda do Médio Oriente e que enfraqueceu a segurança mundial. De modo a conduzir o seu país à guerra, Blair fez uso sistemático de provas forjadas e de manipulação da informação. O seu papel na guerra do Iraque pesaria fortemente sobre a imagem da União no mundo, caso fosse eleito presidente.
As medidas tomadas pelo seu governo, bem como a sua cumplicidade com a administração Bush no programa ilegal de “entregas extraordinárias“ (conhecido como “vôos da CIA“) resultaram num recuo sem precedentes das liberdades civis, em contradição com os termos da Convenção Europeia dos Direitos do Homem, a qual é parte integrante do Tratado.
A Carta Europeia dos Direitos Fundamentais formaliza os valores fundadores do projecto europeu e constitui um dos pilares do novo tratado. Tony Blair lutou contra a sua integração no Tratado de Lisboa e assegurou que não fosse aplicada no Reino Unido.
Ao invês de fazer avançar a integração europeia, o antigo primeiro-ministro britânico impôs uma série de “linhas vermelhas“ durante a negociação do tratado², com o intuito de bloquear qualquer progresso nas questões sociais e de harmonização fiscal, bem como na política externa e de defensa comuns.
Além disso, parece-nos impensável que o primeiro presidente da União Europeia seja o antigo chefe de um governo que manteve o seu país afastado de dois elementos chaves da construção da Europa: o Espaço Schengen de livre circulação de pessoas e a Zona Euro.
Numa altura em que uma das prioridades das instituições europeias é a reaproximação aos seus cidadãos, cremos ser fundamental que o Presidente do Conselho da União Europeia seja alguêm em quem uma maioria dos cidadãos possa rever-se, ao invês de alguêm rejeitado pela maioria³. Por tudo isto, declaramos a nossa oposição total a esta nomeação.Tratado de Lisboa, Artigo 1º, nº 16 - que insere o Artigo 9ºB no Tratado da União Europeia -, parágrafos 5 e 6. (2007/C 306/17, 18)Blair sets out EU treaty demands, BBC, Junho de 2007. Tabela 6 da Sondagem FT/Harris, Junho de 2007.

Acção na embaixada chilena em solidariedade com o povo Mapuche

Na passada sexta-feira dia 8 de Fevereiro, pela manhã, rea lizou-se uma acção na embaixada do Chile em Lisboa que consistia em encerrar a embaixada e fazer algumas pintadas no edifício demonstrando solidariedade com o povo Mapuche e a luta que têm vindo a ter na defesa das suas terras contra o estado chileno. Por azar não se conseguiu encerrar a embaixada e duas pessoas foram detidas por populares e dois diplomatas nas proximidades e entregues à bófia. Acabaram por sair em liberdade ao fim do dia por terem sido retiradas as queixas feitas pelo consul. Obviamente acreditamos que as queixas foram retiradas devido ao receio do estado chileno em que todas as expropriações, detenções, desalojos e assassinatos contra o povo Mapuche sejam denunciadas, principalmente no estrangeiro. É uma luta que tem vindo a ser escondida do resto do mundo Pela libertação de todos os presos. Pelo fim da repressão contra este povo da terra. Pelo fim da invasão do estado chileno mais informação e noticias sobre a luta e o povo Mapuche: http://pt.indymedia.org/ler.php?numero=132766&cidade=1 http://pt.indymedia.org/ler.php?numero=132798&cidade=1 http://pt.indymedia.org/ler.php?numero=132283&cidade=1
#133030

Conferência sobre o anarco-feminismo no mundo atlântico no tempo da Belle Époque


Conferência sobre o anarco-feminismo no mundo atlântico no tempo da Belle Époque (dia 25 de Fev., às 14h15, no Instituto das Ciências Sociais) No próximo dia 25 de Fevereiro na sala polivalente do Instituto das Ciências Sociais da Universidade de Lisboa vai decorrer um Seminário sobre «Feminismo Internacional nos séculos XIX e XX numa perspectiva de história comparada» (International Feminisms in Historical Comparative Perspective, 19th-20th centuries), numa organização da responsabilidade de Anne Cova, ICS/UL (Portugal) e Ann Taylor Allen, Louisville University (EUA). Do seu programa faz parte uma Conferência de José Moya ( da University of California em Los Angeles) sobre o anarco-feminismo no mundo atlântico no tempo da Belle Époque Sobre José Moya: http://www.history.ucla.edu/people/faculty?lid=55Sobre o anarco-feminismo: http://eng.anarchopedia.org/An_Anarchist_FAQ_-_What_is_anarcha-feminism?Mais informação: http://pimentanegra.blogspot.com/

[Indyzine] De novo nas ruas!


Está novamente disponível, depois de um longo período de espera, o indyzine, a publicação em papel do Centro de Media Independente. O projecto já tinha sido iniciado em 2004 e é agora retomado. O objectivo: passar a ter disponível nas ruas os editoriais publicados, para que desta forma possamos ultrapassar a dependência da internet. Como é normal nestas coisas, as actualizações são necessárias, pois pode passar algum tempo entre a sua publicação no site e a saída do indyzine. Sendo assim, o novo indyzine conta com os editoriais já publicados sobre o Despejo do Grémio Lisbonense 2, o caso 4F em Barcelona 1, 2, a expulsão de 21 imigrantes marroquinos 2, o mercado do Bolhão no Porto e a construção de um novo empreendimento turístico na Comporta. Esperamos assim que possa passar de mão em mão com a ambição de que a contrainformação se transforme numa arma de arremesso no nosso dia-a-dia. Descarrega, fotocopia, distribui. Descarrega aqui as duas páginas em A3 INDYZINE1 INDYZINE2

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Manif dia 16 de Fevereiro pelo BOLHÃO!


No Sábado dia 16 - pelas 15 horas -


No Sábado dia 16 - pelas 15 horas - recordamos que no CLUB ALJUSTRELENSE decorrerá uma oficina Prática de informação (entrada livre) "Suporte Básico de Vida - Noções Básicas de Primeiros Socorros" com dois terapeutas de Medicina Tradicional Chinesa.
Nesse Fim de Semana decorrem também actividades no Centro Social da Aldeia das Amoreiras.
http://gaia.org.pt/node/12907

Ciência fora de controle


A equipa do famoso e polémico genetista Craig Venter tornou público na sexta-feira, 25 de Janeiro, através de um artigo na revista Science, que tinha conseguido construir artificialmente o genoma completo de uma bactéria, usando o que se denomina “biologia sintética”. Trata-se de uma bactéria – mycoplasma genitalium –, que foi seleccionada entre todos os organismos que já se sequenciaram, por ter a menor quantidade de genes. Só para entender do que estamos a falar: são genes construídos artificialmente e depois ensamblados usando como guia o mapa do sequenciamento do dito organismo.

A meta do Instituto Venter e de outros que trabalham em biologia sintética não é replicar o que já existe na natureza, mas criar organismos vivos com funções diferentes das que existem que, afirmam, se poderiam usar à escala comercial para produzir drogas farmacêuticas ou novos combustíveis. Mas o que implica libertar para o ambiente organismos vivos artificiais é totalmente impredizível. Por exemplo, existe a possibilidade –reconhecida pelos próprios cientistas que trabalham na área – de que sejam usados como armas biológicas, com efeitos devastadores.

Não é a primeira vez que se sintetiza um microrganismo desde zero, já o tinha feito pela primeira vez em 2002 uma equipa do Instituto Stony Brooks da Universidade do Estado de Nova Iorque. Esta equipa levou mais de dois anos a construir o vírus da poliomielite, que tem aproximadamente 7 mil 500 bases ou nucleótidos. Os nucleótidos são os componentes básicos que formam os genes de todos os seres vivos: denominam-se adenina (A), guanina (G), timina (T) e citosina (C). O próprio Venter sintetizou também um vírus em 2003, com mais de 30 mil pares de bases, mas demorou apenas 14 dias. Posteriormente outros pesquisadores construíram sinteticamente outros vírus, como o da gripe de 1918 que estava extinto. Para construir a bactéria anunciada agora pelo Instituto Venter, foram ensamblados 582 mil 970 pares de bases. Os vírus são organismos que dependem de outros seres vivos para proliferar; uma bactéria, em contrapartida, pode reproduzir­‑se sem a intervenção de outros organismos vivos, pelo que se multiplicam os riscos potenciais. O artigo na Science admite que esta bactéria não é ainda totalmente funcional.

Por quê, então, publicá­‑lo agora? Simplesmente porque Craig Venter e a sua equipa trabalham tanto em ciência como no comércio e na promoção dos seus produtos, e estão ansiosos de mostrar ao mundo que são “os primeiros”. E não só por razões de prestígio no pequeno mundo dos cientistas, mas porque a cada passo que o Instituto Venter dá, é precedido de agressivas medidas comerciais: já antes de conseguir o resultado, existiam sobre este e outros organismos artificiais nos quais trabalham, solicitações de patentes monopólicas. Algumas tão abarcadoras que impediriam ou dificultariam seriamente que outros pudessem investigar no mesmo campo.

O tema das patentes nas novas tecnologias é apenas um mais dos muitos aspectos controversos das novas tecnologias. O principal é a ausência quase total de debate social amplo e informado sobre os múltiplos impactos potenciais éticos, económicos, ambientais e para a saúde que estas implicam e a ausência total de supervisão social independente às quais deveriam ser submetidas. Isto deveria também levar a uma regulação estrita, se é que a partir dessa análise e debate social se concluísse que estas tecnologias são realmente úteis e necessárias, o que não é de todo óbvio.

À falta deste debate social amplo, é lamentável que na maioria dos meios de comunicação de massas, e não apenas na imprensa científica, praticamente qualquer “avanço” científico se relate automaticamente como algo notável e digno de admiração, geralmente descontextualizado dos seus impactos potenciais e das realidades económicas, sociais e políticas que vivemos, bem como do modelo tecnológico elitista e privatizador que em muitos casos lhes subjaz.

Estas falhas não impedem, é claro, que haja milhares de cientistas no mundo a tratar de construir vida artificial, e se possível antes de existir melhor controle social. Aliás, a proposta daqueles que trabalham em biologia sintética é que haja “códigos voluntários de controle”, em lugar de regulação externa independente.

Face a este novo anúncio de Craig Venter, Kathy Jo Wetter, do Grupo ETC, declarou que «Ainda que o Instituto Venter reconheça que esta versão de um organismo vivo sintético que chamou “versão 1.0” não funciona de tudo, a sociedade não deve esperar que haja uma versão “melhorada”, porque o que está em jogo é realmente grave. As implicações ecológicas, éticas, sociais e económicas são vastas e a sociedade não está preparada para isso em absoluto». Por esta razão, o Grupo ETC produziu uma série de materiais informativos sobre a biologia sintética (disponíveis em http://www.etcgroup.org/), reafirmando simultaneamente o apelo feito juntamente com 38 organizações da sociedade civil (ambientalistas, sindicalistas, expecialistas em armas biológicas e cientistas preocupados) para estabelecer urgentemente uma moratória internacional a esta tecnologia. (Ver o apelo e material de contexto em www.etcgroup.org/es/materiales/publicaciones.html?pub_id=6)

Culturas transgénicas aumentam uso de pesticidas



O cultivo de transgénicos a nível mundial está a conduzir a um aumento massivo do consumo de pesticidas e só as empresas que os vendem podem lucrar com tal situação. Isto mesmo foi verificado num estudo agora disponível que desmonta a realidade cor de rosa apresentada hoje em Bruxelas pelo ISAAA, uma organização que representa os interesses globais da indústria da engenharia genética. De facto, até a indústria começa a reconhecer que o consumo de pesticidas está a aumentar. Em entrevista, uma representante da EuropaBio (associação europeia de bioindústrias) afirmou que se têm vindo a verificar "aplicações muito maiores de Roundup [herbicida], junto com uma série de outros químicos." Os números do próprio governo americano mostram que, entre 1994 e 2005, o consumo de glifosato (o princípio activo do Roundup, o pesticida mais usado em transgénicos) aumentou 15 vezes. Só entre 2005 e 2006 a aplicação de glifosato em soja transgénica subiu 28%, tendo atingido o total de 44 mil toneladas em solo americano. Apesar destas subidas o uso de outros pesticidas, ainda mais tóxicos e que as culturas transgénicas prometiam evitar, não está a declinar. Nos Estados Unidos, o país que mais cultiva transgénicos em todo o mundo, a aplicação de 2,4 D (um herbicida altamente tóxico e um dos componentes do Agente Laranja, de má memória) em soja mais do que duplicou entre 2002 e 2006. A atrazina, proibida na União Europeia devido à sua toxicidade, aumentou 12% na culturas americanas de milho transgénico entre 2002 e 2005. As perspectivas futuras apontam para uma situação cada vez mais grave: à medida que cada vez mais ervas daninhas se tornam resistentes aos mesmos herbicidas que as plantas transgénicas toleram, o cocktail químico necessário para as controlar vai aumentando sempre mais em volume, toxicidade e número de ingredientes. (3) Esta situação penaliza agricultores, o ambiente e toda a sociedade. Quem ganha? Porque os contratos de vendas de sementes transgénicas vinculam o agricultor a comprar os pesticidas à mesma empresa que produziu as sementes, quanto mais pesticidas as culturas transgénicas precisarem, mais as empresas beneficiam. Fonte

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

de Cadência_ Festa Benefit para o Círculo Anarquista Libertário do Porto


de Cadência
do Lat. cadentia, s. f.; regularidade (de movimentos, sons, etc. ); ritmo; compasso; harmonia na disposição das palavras; suavidade (de estilo); sequência de acordes no final de uma frase musical.
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16 Fevereiro • Sáb.
Casa Viva • Pr. Marquês, 167.
18:30 Mete Discos
MD Añuk
MD Brunihil
MD Exp3r1 ment4l
MD Intermundo-loção.
há Sopa & Petiscos
Livros & Publicações.
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CALP • Círculo Anarquista Libertário do Porto - 2008+ info: anarlibe.pegada.net * casa-viva.blogspot.com

[Lisboa] Apoio popular ao Grémio Lisbonense


Na sequência do violento despejo do Grémio Lisbonense na passada sexta-feira, começaram a surgir mais denúncias de violência policial, com o único detido da noite a relatar torturas infligidas dentro da esquadra. Entretanto as acções de apoio continuam e está convocada para hoje, dia 12 de Fevereiro, às 22h, na Associação 25 de Abril (Rua da misericórdia, em frente às traseiras do teatro Trindade), um encontro de sócios e amigos do Grémio com animação musical e algumas declarações de apoio No dia 13, 4ª feira, está marcada uma concentração junto ao Arco do Bandeira (Rossio), a partir das 17h, hora de início da "reunião que decidirá o futuro do Grémio!!". Espera-se que esta concentração não conte com a já habitual participação de elementos violentos e fardados, e assim possa decorrer pacificamente. Para documentar e apoiar a contestação a mais um acto de violência policial, foi lançado um apelo para se juntarem o maior número de imagens e relatos dos acontecimentos. Por outro lado, está em circulação um novo abaixo assinado, para todos aqueles que o quiserem imprimir e recolher assinaturas. Como informam os sócios do grémio: "Este abaixo assinado é para ser entregue na reunião da próxima 4ª feira. Existe uma caixa de correio do Grémio Lisbonense na Crew Hassan, que fica na Rua das Portas de Sto Antão, 159 1º (rua do coliseu). Entreguem as assinaturas até 3ª feira às 00h, hora de encerramento da cooperativa. A PRESENÇA DE TODOS É FUNDAMENTAL!

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Sábado 16 Fevereiro


Divulgação de várias ideias básicas de saúde - A causa das doenças é o mau trato (demasiada actividade e descanso insuficiente produz esgotamento) - Esgotamento é intoxicação (intoxicação e desintoxicação) - Está tudo ligado (o sintoma é um alerta para algo mais profundo) Explanação sucinta do plano de acção do socorrista e noções básicas de primeiros socorros - PAS (proteger, alertar e socorrer) - Alguns casos concretos que poderão ocorrer - Como actuar? e o que poderemos fazer? - Suporte básico de Vida Objectivos: Não se trata de uma acção de formação mas sim de divulgação de informação. Para além de uma sucinta explicação de um visão holística da saúde, os/as presentes irão ser incentivados a pensar como melhor intervir numa situação "extrema" em que uma pessoa se encontra indefesa e a necessitar de ajuda e ou cuidados médicos. Irão simular-se várias situações típicas de quadros de socorrismo, que diariamente se podem encontrar em qualquer parte, onde o interessante será a intervenção com poucos ou nenhuns meios de socorro.
(3h30m)Oficina da responsabilidade de Ricardo Valério e Karine Calligaris, terapeutas de Medicina Tradicional Chinesa.

Este Sábado concerto no club




Violência policial sobre cidadãos e associados do Grémio Lisbonense, incluindo um fotógrafo da agência Lusa!


Pelas últimas notícias que nos chegam a realização hoje do despejo de uma colectividade centenária da cidade de Lisboa, mais propriamente o Grémio Lisbonense, só foi possível com o recurso à violência bruta da PSP sobre os sócios e amigos do Grémio que rapidamente se solidarizaram com aquela agremiação que se tornou num importante centro de animação socio-cultural.
As bastonadas da força policial não pouparam um fotógrado da agência Lusa que ali se encontrava no exercício das suas funções.
Numa época em que tanto se fala de mediação e de mediadores, em que já existe legislação a promover a mediação extra-judicial, parece que no caso pendente a força bruta prevaleceu sobre o bom senso e os interesses públicos da cidade...

Patricia, a dignidade mapuche


«Nuevos abusos con los pobres índios:
quieren desalojarlos de sus tierras
de las últimas tierras que les quedan!
Siendo que son hijos de la tierra.»
(Nicanor Parra)

Patricia Troncoso, conhecida como “La Chepa”, é auxiliar de uma escola de crianças, no sul do Chile. Estudou teologia no Instituto de Ciências Religiosas da Universidade Católica de Valparaiso. Pelas suas origens mapuches, aproximou­‑se dessas comunidades, buscando as suas próprias raízes, primeiro na zona do Alto Bío-Bío e depois fazendo parte da Coordenadora Arauco-Malleco (CAM), na cidade de Traiguén.

Sofreu o primeiro processo em Outubro de 2002, acusada, juntamente com dois outros dirigentes mapuches, de incêndio de uma fazenda, tendo sido absolvida. Dois meses depois, sofreu um novo processo, acusada de ser membro da CAM, organização mapuche colocada na ilegalidade – em pleno regime “democrático” pós­‑pinochetista –, por ser considerada uma “associação ilícita terrorista”. Depois de dois outros processos, Patricia foi novamente declarada inocente, além de que houve retratação por ter sido perseguida como membro da CAM. Mas um novo processo, em 2004, condenou-a por “incêndio terrorista” da fazenda Poluco Pidenco da Forestal Mininco, a 10 anos de prisão juntamente com outros seis dirigentes mapuches, pela Lei de Segurança Interna do Estado e pela Lei Antiterrorista, criada pela ditadura de Pinochet e retomada pelo governo socialista de Ricardo Lagos.

Foram também condenados a pagar 420 milhões de pesos (cerca de 840 mil dólares) à empresa florestal, de propriedade do grupo Matte, dos mais privilegiados durante a ditadura pinochetista e que aufere lucros colossais na exploração de madeira nas reservas mapuches. «...os lucros da indústria florestal aumentaram na proporção directa da criminalização das reivindicações mapuches por parte do Estado e das próprias empresas florestais», como afirma Mauricio Buendia em artigo publicado este mês em Punto Final.

Esses lucros subiram de mil milhões, oitocentos e vinte e nove mil dólares em 1997 para quatro mil e oitocentos milhões de dólares em 2007, coincidindo com a política de criminalização dos mapuches e os processos conforme a Lei de Segurança Interna do Estado e a Lei Antiterrorista.

Patricia concluiu vitoriosamente uma greve de fome de 112 dias, simplesmente para ter o direito de, após cumprir 5 anos da condenação – por, sendo mapuche, povo originário do Chile, defender as suas terras da invasão de empresas transnacionais, que lhes expropriam as terras, a água, a vida –, cumprir o resto da sentença em regime semi-aberto. Foi a segunda greve de fome; a anterior durou 63 dias. Nesta, ela emagreceu 25 quilos, mas não a abandonou – demonstrando a convicção que todos os que apelam a esse método de luta deveriam ter – até conseguir o reconhecimento pleno das suas reivindicações pelo governo chileno.

O que ela conseguiu foi simplesmente que possam os presos mapuches continuar a cumprir as suas penas em regime semi-aberto e outros direitos mínimos. Eles sofrem penas e condições de prisão a que não estariam submetidos se tivessem sido processados pelas leis normais do Chile e não pela legislação ressuscitada do pinochetismo.

A Igreja chilena fez a mediação para que se chegasse à solução de aceitação das demandas de Patricia, quando o governo chileno sentiu a grande mobilização nacional e internacional de solidariedade com a líder mapuche. Porém, o temor de Patricia é que, tal como na greve de fome anterior, o governo não cumpra os compromissos assumidos. Assim, uma Comissão de organizações internacionais visitará proximamente o Chile para, junto com representante da Igreja chilena, controlar se o governo estará a cumprir desta vez com a sua palavra.

A dignidade mapuche saiu vitoriosa da greve de fome, como maneira de chamar a atenção sobre a militarização de algumas comunidades mapuches, de invasões sistemáticas das suas terras, de agressões e assassinatos, além da expropriação das suas fontes de água. Tudo para viabilizar a exploração dessas zonas por empresas transnacionais, privilegiadas no modelo económico neoliberal chileno.

O senhor das sombras

Todo ele é mesura. Não se despenteia. Nunca sua (quando muito transpira). Fala baixinho. Sibilinamente. Responde a um certo perfil de professor universitário, óculos incluídos. De vez em quando, na boca aparece um esgar de sorriso. O nó da gravata está sempre no lugar devido. É branquinho. Parece incapaz de matar uma mosca. Talvez nunca tenha esborrachado nenhuma, mas já mandou assassinar vários compatriotas e, bem feitas as contas, é responsável pela morte de muitas pessoas em todo o mundo. Estamos a falar de Álvaro Uribe, presidente da Colômbia, sempre politicamente correcto e de quem os média só sabem dizer bem.

A outra cara da medalha é Hugo Chávez. Mestiço, frontal e atrevido. Tão atrevido que é capaz de dizer, numa assembleia da ONU, que ali cheira a enxofre para estabelecer uma relação entre Bush e o diabo. (Por certo, nos salões da alta sociedade anda de boca em boca o rumor de que o demónio pensa processar Chávez por difamação). Politicamente, Chávez não é incorrecto. É simplesmente inaceitável. Em consequência, é constantemente satanizado pelos média, que o acusam de quanta coisa má exista ou possa vir a ser inventada. A última intrujice é que consome droga... porque afirmou que já mastigou folha de coca. Quem põe a circular estas provocações pelo mundo fora sabe perfeitamente que mastigar folha de coca nada tem a ver com consumir cocaína. Menos desconhece que em qualquer supermercado de Lima ou de La Paz se pode comprar infusão de coca. Sabe – e isto é um dado fundamental – que, dos 16 componentes que tem a cocaína, 15 deles são legalmente exportados desde os Estados Unidos ou da Europa, que em nenhum momento proibiram a sua comercialização.

Hugo Chávez não consome droga. Mastigou ou mastiga folha de coca, do mesmo modo que milhões de pessoas no mundo o fazem ou tomam infusão de coca, planta de alto valor nutritivo e curativo e considerada sagrada para os povos indígenas da América Latina, como se pode ler em qualquer enciclopédia. O que se pretende com esta nova calúnia contra Hugo Chávez é desprestigiá-lo, colocá-lo na posição de Noriega e repetir, na Venezuela, uma invasão como a que sofreu o Panamá em 1989!

ÁLVARO URIBE, NÚMERO 82

E aqui voltamos a Álvaro Uribe, há muito pouco acusado por Hugo Chávez de estar a cozinhar, enquanto peão do imperialismo da Casa Branca, uma «conspiração» e «uma provocação bélica contra a Venezuela». Assim frontal é o presidente venezuelano, e assim se impõe porque, com Uribe no poder, a Colômbia prepara-se para ser o Israel da América Latina e servir de plataforma de agressão contra a revolução bolivariana ou qualquer outro governo com a veleidade de desrespeitar os “direitos” dos Estados Unidos sobre o seu “quintal das traseiras”.

E já que estamos com Uribe, voltemos às drogas. Não para o acusar de consumir cocaína. Há coisa piores e Uribe sabe­‑o perfeitamente.

O 82 não é o número da porta da casa de Uribe. É o lugar onde aparece numa lista elaborada pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Lista de quê? De indivíduos relacionados com o cartel da droga de Medelhim, na Colômbia. A lista é de 1991 e corresponde a uma desclassificação recente, onde aparece um total de 106 nomes encabeçados por Pablo Escobar, liquidado pela polícia em 1993. Também lá está Noriega, outrora assalariado da CIA. Esta informação apareceu na revista Newsweek – edição de 19 de Agosto de 2004 – assinada por Steven Ambrus e Joseph Contreras, o autor, em conjunto com Fernando Garavito, de Biografia Não Autorizada de Álvaro Uribe Vélez, O Senhor das Sombras, onde são contadas as “andanças” do presidente colombiano. Por certo, Uribe é digno herdeiro de seu pai, Alberto Uribe Sierra, narco ligado ao clã dos Ochoa e organizador dos paramilitares. Homem sumamente “piadoso”, viveu segunda a regra bíblica de “quem a ferro mata, a ferro morre”. Em 1983, na sua condição de paramilitar, perdeu a vida num confronto com um grupo guerrilheiro, em Antioquia.

Rematemos esta nota, que a ditadura do espaço é para respeitar. Sobre este número 82, o tal documento refere­‑se assim ao actual aliado de Bush: «Álvaro Uribe, político colombiano e senador dedicado à colaboração com o cartel de Medelhim nos altos níveis do governo». Mais: acusa Uribe de estar envolvido nas actividades de narcóticos nos Estados Unidos e de «ter trabalhado para o cartel de Medelhim e de ser amigo íntimo de Pablo Escobar Gaviria».

Boa peça, este senhor das sombras.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

12º aniversário do assassinato de Yitzhak Rabin.


O presidente do Parlamento israelense convidou-me a participar na sessão especial de comemoração do 12º aniversário do assassinato de Yitzhak Rabin.

Debati comigo mesmo se deveria aceitar o convite.

Por um lado, gostaria de homenagear o homem e os feitos dos seus últimos anos. Eu gostava dele.

Por outro lado, não sentia nenhuma vontade de ouvir um encómio de Shimon Peres, o homem que pretendeu seguir o caminho que Rabin trilhou e que enterrou o acordo de Oslo por pura covardia. E menos vontade ainda de ouvir um encómio de Ehud Olmert, uma das pessoas que liderou a campanha de incitamento contra o acordo de Oslo e os seus autores. E ainda menos vontade de ouvir um encómio de Binyamin Netanyahu, que assistiu de uma varanda enquanto a fotografia de Rabin em uniforme das SS era exibida em baixo.

No final, decidi manter-me afastado desta orgia de hipocrisia cerimonial. Não fui ao Parlamento. Em vez disso, sentei-me em casa olhando o mar e pensando sobre aquele homem.

Sobre o jovem Yitzhak Rabin, que se alistou no Palmach (“forças regulares” anteriores à independência). O comandante que expulsou os árabes das suas casas na guerra de 1948. O Chefe do Estado­‑Maior que, depois da Guerra dos 6 Dias, nos conclamou a honrar o inimigo morto. O Primeiro Ministro que fez mais pela educação que qualquer dos seus predecessores ou sucessores. O Primeiro Ministro que me autorizou a manter os meus contactos secretos com líderes da OLP, quando isso constituía um crime grave. O Ministro da Defesa que ordenou aos soldados para “quebrarem os seus braços e pernas”, ordem que foi meticulosamente executada. O homem que reconheceu a OLP e apertou a mão de Yasser Arafat.

Era tudo isto, e a lista continua.

Acima de tudo, Rabin era o típico representante de uma geração, a “geração de 1948” – e não por acaso esta geração foi definida pela guerra. Era o tempo da inocência. A inocência dos combatentes e da Yishuv (a sociedade hebraica na Palestina do pré-Estado). Em retrospectiva, os eventos daquele tempo – as acções das organizações clandestinas, as operações da guerra – assumem aspecto diferente, um quadro com muitas sombras. Mas é preciso lembrar: não foi assim que pareceram quando aconteceram. De todo.

Rabin personificou a inocência da geração que acreditava de todo o coração que sacrificavam a vida pela mais justa das causas – a existência do Yishuv, a salvação dos judeus da Europa, a nossa luta pela independência nacional. Sem essa crença absoluta, somada à total ignorância sobre o outro lado, não teríamos sobrevivido ao teste de 1948 – um teste no qual uma proporção significativa do nosso grupo etário foi morta ou ferida.

Esta geração idealizou um certo tipo de personalidade – o “Sabra” (literalmente: pereira cheia espinhos), uma figura mítica que teve uma imensa influência em moldar aquela geração. (Eu próprio desempenhei algum papel a alimentar este mito). O “Sabra” devia ser recto, tanto fisicamente como mentalmente, livre dos complexos dos judeus “do exílio” (o termo “exílico” era o mais grave insulto no nosso léxico). O “Sabra” era honesto, verdadeiro, prático, natural, alguém que ia directo ao assunto e desprezava maneirismos ocos, conversa fiada e frases grandiloquentes, o que nós chamávamos coloquialmente de “sionismo”. Antes de sabermos sobre o Holocausto, judeus “do exílio” e tudo o que estivesse a eles ligado era tratado com desdém, até desprezo.

A pouco e pouco, surgiu uma clara distinção terminológica: a Yushuv “hebraica” e a religião “judaica”; o kibbutz “hebreu” e o shtetl “judeu” (na Diáspora), trabalhismo “hebreu” (como no nome da organização sindical então dominante, “a Organização Geral dos Trabalhadores Hebreus em Eretz-Yisrael”) e luft-gesheften (“transações nebulosas” em ídiche) “judeu”; trabalhadores “hebreus” e especuladores “judeus”.

Yitzhak Rabin foi o Sabra definitivo: um jovem bem­‑parecido que sacrificou a sua ambição pessoal (para estudar engenharia hidráulica) para servir a nação, combater e comandar combatentes, agir e deixar a discussão da ideologia para os mais velhos.

Tinha a reputação de possuir uma “mente analítica” devido à sua capacidade de examinar uma dada situação e encontrar soluções práticas. A outra face da moeda era a sua falta de imaginação. Lidava com a realidade, e não podia imaginar uma realidade diferente. (Abba Eban, que o odiava, disse-me de forma maliciosa: «Analisar significa dissecar. Rabin consegue separar as coisas, mas não consegue voltar a juntá-las.»)

Era reservado, talvez tímido, e evitava o contacto físico, as palmadinhas nas costas e os abraços públicos. Alguns chamavam­‑lhe “autista”. Mas não era afectado, e certamente não era arrogante. Depois de alguns copos (sempre Scotch) abria-se um pouco e, em festas, conseguia sorrir o seu sorriso algo enviesado e tornar­‑se bastante amigável.

Se tivesse morrido em 1970, seria lembrado apenas como soldado, um bem-sucedido comandante de brigada na guerra de 1948, o melhor Chefe do Estado-maior que o exército de Israel jamais teve, o arquitecto da incrível vitória da Guerra dos Seis Dias. Mas esse foi apenas um capítulo na sua vida cheia de acontecimentos. Algo raro aconteceu: aos 70 anos, fez algo que mesmo pessoas de 30 anos são geralmente incapazes de fazer: mudou completamente a sua visão do mundo e abandonou as certezas que, até ali, tinham governado a sua vida.

Fui testemunha dessa surpreendente mudança. Em 1969, quando ele servia como embaixador de Israel em Washington, conversamos pela primeira vez sobre a questão palestiniana. Rejeitou completamente a ideia de paz com os palestinianos. Ainda me lembro de uma frase dele nessa conversa: «Não quero saber de fronteiras seguras, quero fronteiras abertas.» (Um jogo de palavras, em hebraico: batuach significa seguras, patuach significa abertas.) “Fronteiras seguras” era, então, a palavra de ordem dos anexionistas. Rabin queria dizer uma fronteira aberta com a Jordânia, e certa vez disse: «Não quero saber se preciso de visto para ir a Hebron.»

Depois disso, encontramo­‑nos de tempos em tempos – no seu escritório, na residência do Primeiro Ministro, na sua casa particular e em festas – e a conversa voltava sempre à questão palestiniana. A atitude dele permaneceu negativa.

Por isso sei quão extrema foi a mudança. Não acredito que tenha sido eu a influenciá­‑lo – quando muito plantei, talvez, algumas sementes. Ele próprio me explicou, mais tarde, a mudança como uma série de deduções lógicas: quando era Ministro da Defesa, encontrara­­‑se com personalidades palestinianas locais. Em conversas a dois, eram cordatos, mas quando estavam em grupo, eram duros e diziam­‑lhe que recebiam instruções da OLP. Depois disso veio a conferência de Madrid. Israel cedeu à pressão e concordou negociar com uma delegação jordana que incluía elementos palestinianos. Uma vez lá, os jordanos recusaram-se a lidar com questões palestinas, e assim os palestinos tornaram-se, na prática, uma delegação palestiniana independente. Feisal Husseini, o verdadeiro líder, não teve permissão de entrar no salão de conferências porque era de Jerusalém. Os delegados iam à outra sala de tempos em tempos para consultá-lo e, no final de cada dia, diziam aos israelenses que tinham de telefonar a Tunis, para receber instruções de Yasser Arafat.

«Isso tornou-se demasiado ridículo para mim», disse-me Rabin à sua maneira directa, «Se tudo depende de Arafat de qualquer modo, por que não falar com ele directamente?»

Esse era o contexto de Oslo.

Como é que o barco de Oslo de Rabin ficou encalhado?

Penso que boa parte da responsabilidade reside no próprio Rabin. Ele realmente queria fazer a paz com os palestinianos. Mas perante os seus olhos não via nenhum caminho para o objectivo, nem uma imagem clara do próprio objectivo. A mudança era demasiado aguda. Como a sociedade israelense em geral, ele foi incapaz de se libertar a si próprio, da noite para o dia, de medos, desconfianças, superstições e preconceitos acumulados ao longo de 120 anos de conflito.

Essa é a razão por que não fez a única coisa que poderia ter conduzido o barco de Oslo a um porto seguro: aproveitar o momento e alcançar a paz num movimento rápido e firme. Não conhecia o famoso dito de David Lloyd­‑George relativo à paz com a Irlanda: «Não se pode cruzar um abismo com dois saltos».

A formação da sua personalidade teve um impacto negativo sobre o processo. Era, por natureza, cauteloso, lento, avesso aos gestos dramáticos (ao contrário de Menachem Begin, por exemplo). Isto resultou na fragilidade fatal do acordo de Oslo: o objectivo final não foi declarado. As duas palavras decisivas – “Estado Palestino” – não aparecem de todo. Esta omissão levou ao seu colapso.

Enquanto os dois lados consumiram meses e anos às voltas com cada mínimo detalhe dos infindáveis passos “intermédios”, as forças opostas à paz em Israel tiveram tempo de recuperar e unir-se. Liderados pelos colonos e pela ultra-direita, foram sustentadas pelos ódios e pelas ansiedades alimentados pela longa guerra.

Em termos militares: Rabin foi como um general que consegue romper a frente – e, em vez de introduzir os seus soldados pela brecha e forçar uma decisão, hesita e fica no mesmo sítio, permitindo às forças adversárias reagruparem­‑se e formar uma nova frente. Em outras palavras, ele destroçou as forças da guerra, mas permitiu­‑lhes reunirem‑se e preparar um contra-ataque.

Ele pagou com a sua vida por isso.

O assassinato de Rabin mudou a história de Israel, tal como o assassinato do príncipe austríaco em Sarajevo, em 1914, mudou a história do mundo.

Diz-se que ninguém é insubstituível, mas ainda não se encontrou um segundo Rabin – ninguém com a sua honestidade, com a sua coragem, com o seu pensamento lógico.

Esta semana, Ehud Olmert declarou que prosseguia no caminho de Rabin, mas ele representa o completo oposto: o oposto da honestidade, o oposto da coragem, o oposto da lógica (para não mencionar a sua propensão para abraçar as pessoas e golpeá­‑las pelas costas).

Rabin queria realmente avançar no sentido da paz. Muito, muito lentamente, com regateio teimoso, mas também com consistência e persistência. Os objetivos de Olmert são inteiramente diferentes. Ele quer um “processo de paz” que não tem fim – tagarelice, encontros, conferências, sem qualquer movimento, enquanto entretanto a ocupação prossegue, a anexação se arrasta para diante, os colonatos crescem e as esperanças e as oportunidades para os dois povos se evaporam.

A conferência de Annapolis encaixa-se perfeitamente neste esquema: declarações vazias, outra conferência sem resultados, uma exibição sem sentido.

Há quem diga que o mais importante é conversar, porque “quem conversa não dá tiros”. Essa é uma ilusão perigosa. No nosso caso, é verdade o oposto: enquanto se conversa por conversar enquanto a ocupação se aprofunda, o desespero ganha terreno e o tiroteio nunca parou realmente. O fracasso de Annapolis pode muito bem desencadear a erupção da Terceira Intifada.

Carnaval de Brasília vira PRAÇA DE GUERRA

Lá haviam policiais do Bope, da Rotam, da PM e da Polícia Civil... CONTRA CRIANÇAS E IDOSOS!!!!!!!!!
Polícia Militar vai apurar se houve excesso contra foliões do Galinho de Brasília 05/02/2008 - 14:43:50 Integrantes do Bope entraram em confronto com a multidão que lotava a 203 sul no fim da tarde de ontem A Polícia Militar vai instaurar inquérito para apurar se houve excesso na desobstrução da comercial da 203/204 sul, onde se concentra o bloco de carnaval Galinho de Brasília. No fim da tarde de ontem, a Polícia Militar e os foliões entraram em confronto por causa de tentativas de esvaziar as ruas para liberar o trânsito. De acordo com o responsável pela operação carnaval, coronel Nelson Souza, a polícia cumpria ordem de liberar o trânsito na rua. "Nós ainda não temos condições de avaliar se houve ou não excesso, somente uma apuração será feita. Mas o fato é que as circunstâncias impuseram que houvesse um rigor maior da Polícia Militar para desocupação da pista, do local, conforme tinha sido combinado", afirmou hoje. Segundo o coronel, pelo menos 400 pessoas ainda estavam no local, depois da saída do bloco, que se deslocou para o espaço Gran Folia, no Eixo Monumental. A rua deveria ser desobstruída às 18h30, conforme combinado com a Secretaria de Segurança Pública, a Secretaria de Cultura e a organização do Galinho de Brasília. Por volta de 20h30, depois de tentar tirar os foliões do local, uma patrulha do Batalhão de Operações Especiais esteve na comercial para conter um início de conflito. O coronel Nelson Souza diz que uma viatura da PM ficou depredada e dois policias foram feridos com garrafas. O presidente do bloco, Romildo de Carvalho Junior, disse que a ação da polícia militar foi violenta. Carvalho Junior afirmou que os policiais chegaram a usar spray de pimenta e balas de borracha contra os foliões. "O Galinho já estava chegando no Circuito Gran Folia, quando chegaram alguns foliões comentando o ocorrido na 203/204 sul, e essa comunicação relata uma selvageria incrível contra o cidadão." Ele lembra que foliões que não conseguem acompanhar o bloco pelo circuito, como mães com crianças e idosos, ficam na comercial depois da saída do Galinho. Romildo afirmou que a Polícia Militar sempre colaborou com o Galinho, bloco que se reúne há 16 anos e que nunca registrou ocorrência policial. Ele cobrou que o caso seja apurado e os responsáveis punidos. Ontem, 10 mil pessoas seguiram o Galinho de Brasília pelo percurso até o Eixo Monumental.
URL:: www.jornaldebrasilia.com.br

Solidariedade com António Ferreira na Holanda


O Anarchist Group Amesterdam (anarcosindiclaista) vai levar a cabo umaacção de solidariedade com António Ferreira no próximo dia 9 de Fevereiro

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

4noites 4 filmes no club às quintas-feiras



carnaval punk


The Cummiesbanda italiana, último showtourmyspace.com/thecummiessuck www.myspace.com/eskizofrenicosband

Movimento Porta 65 Fechada promove Fim-de-Semana de Contestação


O Movimento Porta 65 Fechada promove no dia 9 e 10 de Fevereiro um Fim-de-Semana de Contestação ao programa de "incentivo" ao arrendamento jovem.O Movimento Porta 65 Fechada (http://porta65.blogspot.com/) que congrega cidadãos afectados ou preocupados com o novo programa Porta 65 Jovem, desafia todos aqueles que se preocupam com a estabilidade dos jovens, hipotecando o futuro de todos nós, a estarem presentes no fim-de-semana de contestação.Dia 10 às 16.30, manifestação em simultâneo no Rossio em Lisboa e na Praça da Batalha no Porto.No dia 9, Sábado, José Mário Branco junta-se e toca connosco a partir das 20h na Crew Hassan ao pé do Coliseu. No Porto, é a vez dos F.R.I.C.S. à mesma hora na Casa Viva à Praça Marquês de Pombal. Entrada livre em todas as iniciativas.O Movimento integrará ainda, no dia 9 em Faro, o Komboio dos Lokos, organizado pela Associação Recreativa e Cultural do Algarve.Em baixo todos os detalhes por cidade em anexo o cartaz da acção.:::::::::::::::::::: LISBOA ::::::::::::::::::::----DIA 10---- MANI FESTA ACÇÃO// Concentração \\ 16h30 Praça do RossioRepresentação da casa Porta 65 JovemEnterro da Porta 65 Jovem e músicaRossio - Pç do Comércio---DIA 9----// Crew-Hassan \\ 20h (mapa)Projecção de vídeoTertúlia - Representantes de Plataforma Artigo 65, Movimento Porta 65 Fechada, Associação dos Inquilinos Lisbonenses, José Mário BrancoMúsica - José Mário Branco, Corsage e Baby JanePreparação de materiais:::::::::::::::::::: PORTO ::::::::::::::::::::---DIA 10---- MANI FESTA ACÇÃO// Concentração \\ 16h30 Praça da BatalhaEnterro da portaMimos e músicosBatalha - Santa Catarina - Bolhão - Aliados.----DIA 9----// Casa-Viva \\ 21h (mapa)projecção de vídeoContinuação da noite com djhttp://porta65.blogspot.com/

Gaza – A chacina


Quando em Março de 2006 o Hamas formou governo, depois de vencer as eleições palestinianas, Israel, EUA e UE impuseram um bloqueio ao povo palestiniano na Margem Ocidental e na Faixa de Gaza, que deteriorou gravemente as condições de vida na região, enquanto o exército israelita foi fazendo ataques quase diários, matando e ferindo centenas de palestinianos.Quando, em Junho de 2007, o Hamas - que se recusa a legitimar a ocupação israelita do território - tomou o controlo da Faixa de Gaza, Israel foi acelerando drasticamente um criminoso cerco que atingiu o auge em Janeiro de 2008. Foi impedido o fornecimento de combustível, bens essenciais, medicamentos e até a ajuda humanitária de que dependem, para sobreviver, 1 milhão e duzentos mil habitantes de Gaza. Sem energia eléctrica nem água potável, os serviços vitais estão paralisados. Medicamentos deixaram de existir e os doentes graves que precisam de tratamentos inexistentes em Gaza, não podem ir aos hospitais de Israel, Egipto ou Jordânia. As poucas autorizações emitidas são frequentemente entregues com um atraso fatal.Na madrugada de 23, a cerca que separa o Egipto de Gaza foi furada com explosivos e centenas de milhares de palestinianos entraram em território egípcio a pé, em automóveis, camionetas e carros puxados por burros, à procura de alimentos, remédios, combustíveis.Israel afirma que está em guerra contra o Hamas devido aos ataques terroristas vindos da Faixa de Gaza contra o sul de Israel. Uri Avneri, antigo deputado da esquerda israelita, actualmente militante pacifista, comenta: “Nunca nenhum regime colonial, quando confrontado com um levantamento do povo oprimido, reconheceu o inimigo como combatente legitimo”. E explica que - tendo o chefe do governo do Hamas proposto um cessar fogo total, não só na Faixa de Gaza, mas também na Margem Ocidental - Israel não aceitou porque, utilizando os ataques como pretexto, o seu verdadeiro objectivo é quebrar os palestinianos, reforçando o cerco até que a situação se torne intolerável. Esperam assim levar a população a revoltar-se contra o Hamas e outras organizações combatentes. Para que toda a resistência palestiniana se desmorone. Com o povo palestiniano rendido, submetido à ocupação, Israel poderá fazer como entender: expropriar terras, estender colonatos, erguer muros e barragens nas estradas, desmembrar a Margem Ocidental numa série de enclaves isolados.Desde os embaixadores dos quinze membros do Conselho de Segurança (com excepção dos EUA), ao Conselho de Direitos Humanos da ONU (que afirma que as atrocidades israelitas violam as estritas proibições ao castigo colectivo contidas na Quarta Convenção de Genebra), multiplicam-se por todo o mundo as denúncias e condenações deste crime contra a humanidade cometido por Israel que transformou o pequeno e populoso território de Gaza num grande campo de concentração.Por cá, o PS aprovou no Parlamento (com os votos do PSD e do CDS) uma moção que condena os ataques de rockets sofridos por Israel. Não condena a chacina. Limita-se a pedir que «Israel evite acções de bloqueio que afectem a população de Gaza”…

A dignidade mapuche interpela­‑nos


Raúl Zibechi *
ALAI

(Depois de 110 dias em greve de fome, a comunera mapuche Patricia Troncoso Robles decidiu ontem, dia 28 de Janeiro, pôr fim à medida de pressão. O governo de Bachelet acedeu às suas demandas reivindicadas para si mesma e para outras duas pessoas – Juan Millalen e Jaime Marileo –, que incluem benefícios carcerários como saídas durante os fins de semana a contar de Março, sem avaliação prévia da gendarmaria. Várias vozes no interior do Chile e à escala internacional pedem que se ponha fim à criminalização do povo mapuche e que se procure uma solução profunda para as suas reivindicações).

«Se a minha morte servir para a liberdade dos meus irmãos, eu não vou desistir», escreveu Patricia Troncoso a 23 de Dezembro quando levava 74 dias em greve de fome na prisão de Angol, no sul chileno. Logo foi transferida para Chillán e na terça-feira passada foi-lhe administrado, contra a sua vontade, soro intravenoso para mantê-la com vida. Patricia leva mais de cem dias de jejum e o seu estado de saúde é muito delicado.

Desta vez, a repressão não conseguiu isolar a luta mapuche. Nestes quase quatro meses desenvolveram­‑se mobilizações em várias cidades do Chile, inclusive na capital, Santiago. No dia 12 de Novembro, uma delegação de parlamentares venezuelanos visitou a prisão de Angol e manifestou a sua preocupação pelo estado de saúde dos presos. A Amnistia Internacional enviou uma carta à presidenta Bachelet, a 21 de Janeiro, pedindo pela vida de Patricia e recordando que em 2003 o Relator Especial das Nações Unidas apresentou um relatório da sua missão ao Chile no qual recomendava que «além da outorgação de títulos sobre terrenos privados, os territórios tradicionais que incluam recursos de uso comunitário devem ser reclamados e restabelecidos».

Uma missão de dez organizações de direitos humanos e a central de trabalhadores (CUT) realizaram uma missão de observação, no início de Janeiro, depois do assassinato do jovem mapuche Matías Catrileo, que as levou a denunciar «a brutalidade, a selvajaria e o terrorismo de Estado» sofrido pelas comunidades. Arturo Martínez, presidente da CUT, assinalou que este conflito não se resolve com balas e repressão e, algo inédito na central sindical depois da ditadura, afirmou: «Os mapuche podem contar connosco. O seu direito sagrado à terra merece ser apoiado».

No dia 10 de Janeiro foi difundida uma Declaração de Historiadores do Chile, na qual se denuncia «a virtual militarização do território histórico do povo mapuche» e «a instauração de um regime permanente de vigilância e terror policial». Os historiadores, entre os quais figura o Prémio Nacional de História, Gabriel Salazar, apontam contra a criminalização da luta mapuche e a aplicação da Lei Antiterrorista herdada da ditadura militar, bem como contra o cerco mediático que sofrem. Concluem assinalando que o Estado chileno deve reconhecer «a autonomia política das comunidades indígenas, a devolução das suas terras arbitrariamente usurpadas com base no “direito de Conquista” e o pleno respeito pelos direitos humanos dos seus integrantes».

Em segundo lugar, a greve de fome – que faz parte de uma nova onda de mobilização mapuche – promoveu uma maior coordenação e articulação entre as diversas organizações políticas, sociais e culturais do mundo mapuche. Ambos os factos, a solidariedade nacional e internacional e a crescente convergência organizativa do universo mapuche, são os dados mais esperançosos da oferenda de Patricia Troncoso.

Sob os governos do Acordo Democrático (desde 1990) foram processados 400 mapuche por meio da Lei de Segurança Interna ou da Lei Antiterrorista. Esta foi a resposta ao ciclo de lutas aberto em 1997 através do estalido de múltiplos conflitos que afectam as grandes empresas florestais e de energia. O movimento despregou iniciativas culturais, artísticas e de meios de comunicação próprios e conseguiu recuperar terras, a tal ponto que os fundos estatais de compras de terras para as comunidades tiveram de passar de uns 5 milhões de dólares em 1995 para mais de 30 milhões em 2001.

No âmbito do clima gerado pelos atentados do 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, começou-se a aplicar a Lei Antiterrorista. Entre Novembro de 2001 e Outubro de 2003 foram processados 209 mapuche só na região da Araucanía, enquanto centenas eram detidos em manifestações, golpeados e maltratados no que, segundo múltiplos observadores, foi uma verdadeira “guerra suja”. Patricia Troncoso foi processada por ter participado, em Dezembro de 2001, no incêndio de cem hectares de pinheiros da Empresa Florestal Mininco.

Quem quer que tenha visitado as comunidades mapuche do sul, pode comprovar que estão a ser acantonadas e exterminadas por um mar de cultivos florestais que arrasam as suas terras e as impede de continuar a semear e a produzir a sua sobrevivência. Pior ainda: as comunidades são pacificadas sem ordem judicial pela polícia com armamento de guerra, e existem comandos, como o “Hernán Trizano”, que realizam incursões nocturnas com disparos enquanto se instalam câmaras de vigilância e aparelhos que interferem com os telemóveis. As organizações de direitos humanos asseguram que carabineiros se vestem à civil para realizarem incursões e amedrontamentos. Quem pratica o terrorismo?

O governo de Bachelet teve todo este tempo um comportamento vergonhoso. Tem razão Patricia quando diz na sua carta: «Que podemos esperar dos nossos verdugos, se provêm de uma geração que viveu todos estes flagelos e com o tempo se desumanizaram ao ponto de esquecer o exílio, as torturas, a perseguição e a morte de tantos seres humanos?»

Agora que a decisão e a coragem de Patricia e de um punhado de mapuche se saldou com um ressonante e histórico triunfo, pode ser a hora das perguntas incómodas. Que está a acontecer­‑nos? Quantas vezes têm os que estão mais abaixo que oferendar as suas vidas – que em definitivo são a única coisa que têm – para que os de baixo reajam, reajamos, e gritemos juntos um “Já Chega!” capaz de travar a ambição genocida de poder dos de cima?

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* Raúl Zibechi é membro do Conselho de Redacção do semanário Brecha de Montevideo, professor e investigador sobre movimentos sociais na Multiversidad Franciscana de América Latina, e assessor de vários grupos sociais.

[Lisboa] Anarquistas interrompem celebração Monárquica com Manifestação Regicída.


Passados cem anos do assassínio do Rei D.carlos e do seu filho no Terreiro do Paço foram marcadas vários actos, desde celebrações políticas a actividades culturais, recheados de polémicas de revista cor-de-rosa, bem ao jeito da tradição das elites, monárquicas ou republicanas. De norte a sul, enquanto grupos anarquistas ou de alguma esquerda republicana homenageavam os Regicidas Manuel Buiça e Alfredo Costa, os monárquicos aproveitaram o número redondo da data para tentar branquear a história. Depois de uma inflamada propaganda anti-republicana, o governo irritou-se deixando de fingir que olhava para o lado e proibindo a participação do exército numa manifestação política. Nesse mesmo acto de homenagem ao rei, marcado para as 17 horas do dia 1 de Fevereiro no Terreiro do Paço em Lisboa, um grupo de Anarquistas interrompeu a cerimónia, intervindo de surpresa com uma manifestação onde se festejava o regicídio, e sarcasticamente se provocavam as intenções monárquicas. A pouca tensão registada entre a PSP e os manifestantes, não resultou em nada, visto os últimos terem conseguido conservar o material e realizar todo o percurso. Pela noite a RTP desinformou ao divulgar uma vez mais a falsa associação entre este tipo de protestos autónomos e partidos como o Bloco de Esquerda. Uma faixa aparentemente “recuperada” com simbologia deste partido terá sido o motivo para assumir este erro entretanto desmentido. Fica um relato directo publicado na Rede Libertária: "Para comemorar essa grande data da história da luta pela liberdade em Portugal, que foi o regicídio levado a cabo em 1908 por Alfredo da Costa e Manuel Buíça, e para honrar a memória daqueles que praticaram tamanho acto de libertação pagando pelo mesmo com as próprias vidas, realizou-se uma manifestação em Lisboa na tarde de 1 de Fevereiro. Pelas 17.30, enquanto se realizava uma concentração monárquica no Terreiro do Paço, cerca de 30 pessoas irromperam pela dita praça , empunhando bandeiras negras e três faixas onde se podia ler “O rei morreu. Viva o Costa”, “O rei morreu. Viva o Buíça” e “Xeque Mate”. Foram gritadas palavras de ordem como “Buíça está vivo nos nossos corações. Nem Rei. Dem Deus. Nem Pátria. Nem Patrões”, “Passaram cem anos desde o regicídio. Para os próximos governantes recomendamos o suicídio” ou “Nem República, nem Monarquia. Morte ao Estado e viva a Anarquia”. Após alguns minutos de permanência no Terreiro do Paço, como estávamos a estragar a festa de glorificação dos opressores do povo e de apagamento da memória das lutas sociais em Portugal, um grupo de polícias abordou a manifestação, dizendo que não podíamos estar ali “a provocar” e logo tratando de tentar apreender as faixas. Firmes no propósito que ali nos levava, não deixámos que nos tirassem as faixas e gritámos ainda com mais ânimo. Retirámos então em bloco do Terreiro do Paço e percorremos a Rua Augusta até ao Rosssio. Terminámos o percurso no Rossio, em frente ao Café Gelo, local de encontro e conspiração dos revolucionários de há cem anos, em frente do qual afixámos duas faixas, após o que a manifestação dispersou. O REI MORREU! VIVAM OS REGICIDAS! VIVA A LIBERDADE!" Panfleto - 1908-2008: O REI MORREU! VIVAM OS REGICIDAS! Info - Jornais da época - Hemeroteca de Lisboa Digital Info - Centenário do Regícidio - Rede Libertária

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