segunda-feira, 1 de outubro de 2007

EZLN suspende a Outra Campanha e afirma serem legítimas as demandas do EPR

No último 22 de Setembro, o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), declarou a suspensão da Outra Campanha, que iria percorrer o centro e o sul do México no segundo semestre de 2007. Em seu último comunicado, denuncia a nova ofensiva de repressão feita pelos governos estadual e federal contra as bases de apoio zapatistas e do Exército Popular Revolucionário (EPR).
Desde o início da Outra Campanha, o EZLN pedia a outros grupos políticos armados que interrompessem temporariamente as ações que pudessem ser vistas como "violentas", para evitar que essas fossem usadas como pretexto para a repressão à caravana Zapatista. Embora o EPR tenha realizado recentemente ações contra oleodutos da PEMEX, o EZLN procurou enfatizar que as demandas do grupo são legítimas, e resultam também da intensificação da repressão de que o Governo é inteiramente responsável: "não podemos pedir ao EPR (...) que declare uma trégua e suspenda a campanha que mantém com a justa e legítima demanda de apresentação com vida de seus desaparecidos".
A repressão contra movimentos sociais no México segue um ritmo desenfreado. Nos últimos dois meses, as comunidades zapatistas - principalmente na região de Montes Azules - sofreram todo tipo de ataque paramilitar, despejo e seqüestros, na "guerra suja" reeditada pelo novo presidente Felipe Calderón (PAN). Além dos ataques aos Zapatistas e dos membros desaparecidos do EPR, seguem as perseguições e as prisões ilegais de lutadores sociais em Oaxaca. Essa repressão, de acordo com o EZLN, independe do partido que esteja no poder: "a esquerda institucional nada mais é que uma direita envergonhada", com o agravante de que a repressão da "esquerda" é acompanhada do silêncio de muitos "esquerdistas" que não mais protestam.

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