O processo judicial acerca dos protestos contra o G8-2001 em Gênova, Itália, não vai terminar amanhã, mas está chegando ao fim. Divididos em ao menos oito grandes processos, o único que está em suas últimas semanas de julgamento é o chamado "Processo dos 25". Os réus desse processo são 25 manifestantes acusados por "devastação e saqueio". Os procuradores pedem, no total, 225 anos de prisão aos 25 manifestantes com penas que variam entre 6 à 16 anos.
Em seus discursos, os procuradores Anna Canepa e Andrea Canciani argumentaram ao juiz que todo aqueles presentes em Gênova são igualmente responsáveis pelas acusações. "A responsabilidade moral é muito mais crucial do que responsabilidade física em relação ao que aconteceu em Gênova: se eu inspiro que 20 pessoas joguem pedras eu deveria ser considerado mais responsável pela devastação do que se eu tivesse jogado 5 pedras". Isso faz com que a legislação criminal volte à Idade Média, onde não precisava fazer nada para ser sentenciado culpado. É por isso que alguns dos acusados tiveram o pedido de 6 anos de prisão por apenas terem sido reconhecidos nas cenas dos vídeos que mostram as revoltas. Porém, as cenas não mostram nenhuma ação em específica e em muitos dos casos mostra apenas a ação de bloquearem a rua com uma lata de lixo para atrasar os policiais que avançavam.
Parte da história do movimento de resistência global está sendo distorcida por esses dois procuradores que estão desesperados para mostrar que os quatro anos de processo foram úteis (mesmo se for para justificar suas mentiras, o mal uso das declarações das testemunhas da defesa) e que alguém saia dali como responsável pelo o que aconteceu em Gênova. Já em outra medida, os processos contra os policiais pela tortura em Bolzaneto e pela batida policial na escola Diaz, no qual os réus são 29 policiais, caminham devagar (um deverá acabar no início do ano e o outro durante o verão -italiano- de 2008). Nós concordamos em um ponto com os procuradores. Vamos chamar Gênova 2001 pelo o que foi: uma revolta realizada por nós mesmos.
Sem comentários:
Enviar um comentário